Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Germaropa, ou Euromanha?


(Germaropa ou Euromanha? - Imagem da Internet)

A Europa é uma União Económica e Monetária (pressupostamente) democrática, de países (pressupostamente) democráticos.

Está organizada à volta de 4 poderes formais de governação (government):

- Parlamento Europeu (único órgão eleito pelos cidadãos europeus), composto por deputados que, entre si, elegem um presidente;
- O Conselho da União que representa os governos nacionais e tem presidência rotativa entre os Estados, sendo o chefe de governo do país em exercício o seu presidente;
- O Conselho Europeu que também representa os governos nacionais e é composto por uma miríade de burocratas (principescamente pagos) e que também tem um presidente nomeado;
- A Comissão Europeia, órgão executivo por excelência que é composto por comissários (ministros) designados pelos países membros e que também tem um presidente nomeado.
- Além destes poderes formais, existem ainda os formados “ao lado”, como o Eurogrupo, composto pelos ministros das finanças dos países do Euro;  O Ecofin, composto pelos ministros das finanças de todos os estados membros; O Tribunal de Justiça da UE; O Tribunal de Contas Europeu; O Banco Central Europeu e umas dezenas de Comités, disto e daquilo.

Todos estes órgãos falam e falam, dizem-se e contradizem-se, mas nenhum deles tem a última palavra nas decisões que esta Europa (pressupostamente) democrática toma.
Na prática, a última palavra é do ministro Wolfgang Schauble (ministro alemão das finanças) ao qual a chanceler Merkel obedece caninamente e os restantes “poderes” "abanam o rabo” (relembremos a imagem do ex- ministro português Vitor Gaspar).

Tem sido neste caldo (nada democrático e muito menos transparente) em que a União Europeia se transformou que são tomadas as decisões determinantes do destino de milhões de cidadãos, como é agora o caso de “dar um pontapé no rabo dos Gregos” depois de os terem esmifrado até ao tutano.

E para os que acham, por convicção, por ideologia, ou apenas porque acham, que isto não é assim, vejamos só o dilema em que se encontra o Governo Grego: - Está dependente de um empréstimo da “Troika” para pagar à “Troika”.

Mas que EUROPA é esta? Mais parece que integramos já um IV Rich alemão do que uma União do que quer que seja.

Em Tempo: - A propósito deste assunto, já depois de ter escrito este "post", li no Blogue "Um Jeito Manso" esta pérola de texto e de abordagem que recomendo leiam aqui.



terça-feira, 23 de junho de 2015

Impostos, Taxas e Taxinhas....


(Imagem da Internet)

Hoje deixo aqui o testemunho de mais um caso real sobre impostos, taxas e taxinhas. 
Situações como esta, na maior parte dos casos, passam-nos despercebidas, embora não devessem.

Por razões de economia, tenho os seguros da minha casa separados. Tenho um para o conteúdo (vulgo recheio) e outro para a propriedade (vulgo paredes).

Ao fazer hoje o pagamento do seguro anual da propriedade (só paredes) reparei no seguinte detalhe da composição do valor que a Seguradora me cobrou:
- Prémio do Seguro                                       341,30€
- Imposto do Selo                                           30,73€
- INEM + Fundo de Acidentes de Trabalho          13,33€
- TOTAL                                                       385,36€

Já o facto de ter de pagar, para o Estado, quase 10% do prémio, num imposto obsoleto anacrónico e sem sentido (o do Selo) já é escandaloso.
Mas pagar uma taxa, da qual parte vai para o INEM e parte para o Fundo de Acidentes de Trabalho (nem sei o que isto é), num seguro de paredes de alvenaria, além de roubo, é uma ofensa à inteligência dos segurados.
Num seguro de acidentes esta cobrança ainda poderá fazer algum sentido, mas num seguro de paredes é demasiado ofensivo.

Não sei desde quando é que as seguradoras são obrigadas a seguir esta prática de gamanço, estilo pagas e não bufas (como sucede com a taxa do audiovisual na fatura da luz). Como tive o cuidado de reparar nos detalhes, não sei se já vem de longe como o Constantino, ou se é uma postura recente, mas seja lá o que for é imoral e atentatório da saúde mental dos cidadãos.


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Se Lixo Éramos, Lixo Continuamos a Ser


(Imagem da Internet)

- Antes do resgate o “rating” de Portugal era classificado como  lixo pelas agências de rating.
- A coligação anti patriótica PSD/CDS/PCP/BE/PEV mancomunou-se para correr com o PS de Sócrates do Governo e pedirem um resgate, alegadamente porque Portugal estava na Bancarrota (falácia pura. Veja-se a situação em que está a Grécia e a bancarrota ainda não ocorreu);
- O Teixeira, lá se articulou com o Catroga e com o PSD para elaborarem o Memorando do triste Resgate (até tiraram fotos de regozijo) e veio a Troika;
- Recebida a Troika com pompa e circunstância os estarolas informaram-nos que após a aplicação do Memorando viveríamos felizes num Oásis Económico de crescimento, de emprego, de dívida, de PIB etc. e tal;
- A coisa começou a dar para o torto (austeridade gera austeridade – isto é historicamente demonstrável)  os estarolas viraram salteadores, e à pala do Memorando e da Troika, lá foram além da Troika rapinando tudo o que podiam a quem podiam (porque a alguns “não podiam”).
- O mentor dos estarolas, quando percebeu a cagada que tinha feito, deu à sola e os "estarolinhas" ficaram no mato sem cachorro a atirar em tudo o que mexia com a algibeira dos contribuintes.
-Decorreram quase 5 anos e SE LIXO ÉRAMOS, LIXO CONTINUAMOS A SER, mas mais pobres e mais infelizes.

        Mas.... o Governo tem Oposição que é cega.


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Sócrates - Um Homem Realmente Invulgar


(Imagem da Internet)

DECLARAÇÃO
A minha prisão constituiu uma enorme e cruel injustiça. Seis meses sem acusação. Seis meses sem acesso aos autos. Seis meses de um furiosa campanha mediática de denegrimento e de difamação, permitida, se não dirigida, pelo Ministério Público. Seis meses de imputações falsas, absurdas e, pior – infundamentadas, o que significa que o Ministério Público não as poderia nem deveria fazer, por não estarem sustentadas nem em indícios, nem em factos, nem em provas. Seis meses, enfim, de arbítrio e de abuso. 
Aqui chegados, que cada um assuma as suas responsabilidades. A minha prisão foi uma violência exercida injustamente contra mim, mas foi-o de forma unilateral – foi-me imposta. Esse acto contou sempre com o meu protesto e o meu repúdio; nunca com o meu silêncio e muito menos com o meu assentimento. Agora, o Ministério Público propõe prisão domiciliária com vigilância electrónica, que continua a ser prisão, só que necessita do meu acordo. Nunca, em consciência, poderia dá-lo. 
Por outro lado, não posso ignorar – nem pactuar – com aquilo que, hoje, para mim, está diante dos olhos: a prisão preventiva usada para investigar, para despersonalizar, para quebrar, para calar, para obter sabe-se lá que “confissões”. Também não ignoro – nem pactuo – com a utilização da prisão domiciliária com vigilância electrónica como instrumento de suavização, destinado a corrigir erros de forma a parecer que nunca se cometeram. Estas “meias-libertações” não têm outro objetivo que não seja disfarçar o erro original e o sucessivo falhanço: depois de seis meses de prisão, nem factos, nem provas, nem acusação. 
Meditei longamente nesta decisão, no que ela significa de sacrifício pessoal e, principalmente, no sacrifício que representa para a minha família e para os meus amigos, que têm suportado esta inacreditável situação com uma extraordinária coragem. Todavia, o critério de decisão é simples – ela tem que estar de acordo com o respeito que devo a mim próprio e com o respeito que devo aos cargos públicos que exerci. Nas situações mais difíceis há sempre uma escolha. A minha é esta: digo não.