Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

À Procura do Túnel....

 
(eu encontrei este, mas não tem é luz ao fundo)
(Imagem da Internet)
 
Para o nosso Primeiro Ministro (PM), Dr. Passos Coelho, em 2011 a retoma económica era já ali em 2012 (discurso da festa de verão do PSD no Pontal).
 
Como 2013 já vai a meio e a retoma virou recessão e está a chegar a depressão, o nosso PM diz que agora é que é, a retoma está mesmo aí, até já se vê a luz ao fundo do túnel.
 
A avaliar pela evolução que se está a verificar no país, nas empresas, nas famílias e nas pessoas, receio bem que ele, ainda que não o revele, o que pretende dizer é “desculpem, mas ainda andamos à procura do túnel. Quando o encontrarmos logo veremos se tem luz ao fundo ou não”.
 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Resgate ou Sequestro?

(Há sempre uma alternativa - ainda que possa não parecer)
(Imagem da Internet. Clique para AMPLIAR)

Passaram dois anos - negros como o breu - e vamos já no terceiro, desde que o palavrão “resgate” e os pesadelos da "troika" e da "austeridade custe o que custar" nos despertaram para uma nova forma de viver com a qual nunca tínhamos lidado antes.

Duvido que alguém que já passe dos sessenta, como eu, tenha alguma vez no decurso da sua vida pensado, equacionado ou sequer admitido como possível virmos a confrontar-nos com a catastrófica situação do presente.

A maior parte de nós, os "cotas sexagenários", fomos ainda educados no Estado Novo, crescemos com a guerra em África e com o Marcelismo, começámos a ter consciência politica com o 25 de Abril de 1974 e foi também nesta década de 70 que nos abalançámos com afinco nas  nossas vidas profissionais. Temos portanto a experiência de vida suficiente para podermos avaliar a intrujice que estão a vender-nos, pelo que só a compra quem quer ser intrujado.

Quer tenhamos sido, ou sejamos ainda, trabalhadores rurais, assalariados, empregados por conta de outrem, engenheiros, doutores, trabalhadores por conta própria, independentes, militares ou empresários, todos trabalhámos, duro, empenhados e com paixão (foi esse o princípio da nossa educação), visando dois objetivos de vida essenciais:
- O bem estar e a segurança da nossa família;
- Contribuir para que o progresso chegasse à nossa sociedade e o nosso país evoluísse e saísse do marasmo em que se encontrava.

O bem-estar foi o que cada um conseguiu em função do seu esforço de poupança e da retribuição que a profissão que conseguimos abraçar (ou tivémos que abraçar) nos proporcionou, e a segurança encontrámo-la nos mecanismos que o Estado, a troco dos impostos que cobrava, foi criando, para a proteção dos seus cidadãos na educação, na saúde, na infância e na velhice.

Quanto ao progresso, ele foi bem visível, sobretudo se comparado com “o nosso tempo”: - As nossas crianças já não foram  para a escola descalças, como alguns de nós; Já não abandonaram a escola, para irem trabalhar, assim que fazeram a 4ª classe ou o 9º ano, como alguns de nós, nem precisaram de percorrer, a pé, montes e vales durante horas para se vacinarem ou consultarem um médico. E nós, felizmente, também já não necessitamos de fazer aquilo que os "velhos" da nossa juventude faziam para percorrerem penosamente os últimos anos das suas vidas. Hoje há eletricidade e telefone em todas as localidades, mesmo naquelas que apenas possuem um habitante; Há rede de abastecimento de água e rede de esgotos em quase todo o país; Desapareceram as barracas; A pobreza até 2010 tinha-se reduzido para níveis sem grande expressão; Já não demoramos 8 e 12 horas para nos deslocarmos entre qualquer ponto do país; A Internet e a Televisão são duas janelas abertas para o Mundo através de uma excelente rede de comunicações. Até há dois anos tinhamos um Sistema de Segurança Social sustentável e sustentado, e cada reformado/aposentado, daqueles que, como nós, trabalharam toda uma vida tinha uma reforma de acordo com aquilo que tinha sido o seu contributo para o sistema.

Eis senão quando, de repente e sem que nada ou alguém o tivesse previsto, nos cai esta hecatombe da “crise”, da dívida, do deficit, do PIB, do rating e de não sei mais quantos palavrões com que os políticos resolveram brindar-nos. E vai daí, pela mão desses mesmos políticos que hoje gerem o país, mas que nem sabem o que gerir uma empresa (nem sabem o que é uma empresa), que não sabem o que é ter que pagar salários a empregados ao final do mês, (nem sabem o que é uma folha de salários) que não sabem nem o que é um salário e tão pouco um emprego, talvez nem sequer ir ao supermercado; aparecem uns sujeitos caídos não se sabe bem de onde -  que nem português sabem falar, quanto mais conhecerem o país - e, que com o beneplácito dos restantes Órgãos de Soberania, a reboque do Governo, começam a colocar em causa tudo o que havíamos obtido com o nosso trabalho e que, estando contratualizado, tínhamos como nosso e como adquirido e certo para sobrevivermos ao inverno das nossas vidas:
- Cortaram nos nossos salários;
- Cortaram (muito) nas nossas pensões e reformas;
- Aumentaram escandalosamente tudo o que é Impostos;
- Criaram novos Impostos e novas Taxas e Sobretaxas, que mais não são do que Impostos disfarçados;
- Suspenderam o investimento publico e condicionaram o privado;
- Venderam ao desbarato empresas publicas lucrativas que eram  verdadeiras jóias estratégicas do Estado;
- Puseram tudo em causa, instalaram a incerteza permanente e amedrontaram todo um Povo,
- Em resumo, conscientemente em dois anos destruíram a nossa já débil Economia e como consequência destruiram o país, que se encontra perante este indesmentível DESASTRE:

 (Contra estes números da CE e do FMI não há argumentos)
(clique na imagem para AMPLIAR)

E, como se já não fosse suficiente, preparam-se para continuar estas práticas até às calendas ou até já não haver nada mais para nos sugar.
 
Em alguns indicadores já regredimos para níveis das décadas de 70 e 80 - basta consultar as estatísticas oficiais do INE - e continuamos a regredir, e tudo à pala de que eramos uma cambada de mandriões que vivíamos acima das nossas possibilidades.
E aqui eu percebi que estava a ser indecentemente ofendido e engando, porque nunca adquiri nada ou assumi compromissos que o meu salário não suportasse. E vai daí lembrei-me que há quase 60 anos tinha frequentado a escola primária onde aprendi a fazer contas elementares, e foi o que fiz:

- Em Portugal, somos 10.000.000 (dez milhões) de seres humanos (número arredondado).
- No final do 1º Trimestre de 2013 a dívida publica (Estado e Empresas Publicas) do país era de 208.000.000.000€ (208 mil milhões de Euros), equivalente a 123% do PIB (O PIB é a riqueza produzida pelo país num ano. Deviam portanto mais 23% do que somos capaz de produzir num ano
- Também no final do 1º Trimestre a divida total do país (publica e dos privados, exceto banca) era de 770.000.000.000€ (770 mil milhões de Euros). Quase 450% do PIB.
- Ora se dividirmos a dívida total pelos habitantes, cada habitante, ainda que não saiba a quem, tem uma dívida de 77.000€. 
- Como, em média as famílias portuguesas são de 4 elementos, temos que cada família deve 308.000€.
!!! Ora se os deve é porque os recebeu; logo ou os gastou ou os aforrou.

Ou seja, se fosse verdade a intrujice em que nos querem fazer acreditar, com este dinheirão todo que cada família gastou/aforrou injetado no processo produtivo (ver este post) não haveria necessidade de gastar um cêntimo com o “Estado Social” esse neologismo com que todos os políticos medíocres, jornalistas hipotecados e comentadores de meia tigela  nos atiram todos os dias à cara, fazendo-nos crer que é ele a fonte de todos os nossos males.

Mas lá que a dívida existe isso existe, e como, de certezinha absoluta, não fomos nós que gastámos esta pipa de massa, alguém se abotoou com ela e estão a rir-se desta embrulhada em que nos deixaram porque já se puseram ao fresco e ninguém lhe pediu, não pede, nem pedirá contas.

Temos portanto que esta conversa de que o Povo é um bando de exploradores do Estado, despesitas e prevaricadores, é tudo uma falácia muito bem orquestrada para nos convencerem que depois de hoje não há futuro e muito menos o haverá se não forem os nossos carrascos a continuarem a governar-nos, impondo resgates sobre resgates até que já não haja nada para roubar, perdão, para resgatar.

Estão a roubaram-nos tudo, até a dignidade e a esperança já nos roubaram e agora querem convencer-nos que os ladrões que saquearam o país fomos nós, o Povo.
Verdadeiramente, Portugal não foi resgatado; Foi sequestrado pela demagogia bacoca e pela agiotagem. Agora é que precisamos mesmo de ser resgatados….. não pela Troika, uma segunda vez, mas por alguém que nos liberte das garras destes abutres, de uma vez.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Portugal Ocupado - Os novos Miguéis de Vasconcelos


(Imagem da Internet)

“Há nos confins da Ibéria um Povo que não se governa nem se deixa governar”
 
Esta expressão é atribuída a Júlio César (Caius Julius Caesar) - (*100 AC; +44 AC) – líder militar e politico romano, a propósito da resistência que os Lusitanos faziam às Legiões de Roma que por cá estabeleciam os limites do Império Romano.
 
O exemplo expoente dessa bravura terá sido por volta de 19 AC, já depois do assassinato de Júlio César, a propósito da resistência oferecida pelos Lusitanos às tropas romanas no Castro do monte Medúlio (atual Serra d´Arga - Alto Minho) cujos defensores, na eminência de serem derrotados, preferiram suicidar-se coletivamente a ficarem escravos do exército romano.
 
Se é lenda ou realidade não sabemos, mas sabemos de documentos da época que relatam a bravura dos Lusitanos comandados por Viriato, sendo, por isso, caso para perguntar: - Que diabo se passa na atualidade com os genes dos descendentes dos Lusitanos? Terão sofrido alguma mutação?
 
Os nossos antepassados deram por várias vezes exemplos de extraordinária bravura e inequívoco patriotismo, revoltando-se contra a subjugação de Portugal e do seu Povo por estrangeiros, assumisse essa subjugação a forma de invasão, ocupação, colonização, ou usurpação de soberania.
 
Apenas cinco exemplos, por todos conhecidos (*):
 
1128 – Batalha de São Mamede – Os Portucalenses, comandados por D. Afonso Henriques de Borgonha desbaratam as tropas do Conde Galego Fernão Peres de Trava, que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense através de ligação amorosa com D. Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques, depois 1º rei de Portugal;
 
1384 – Cerco de Lisboa – Na sequência da derrota sofrida pelos invasores Castelhanos na batalha dos Atoleiros, estes avançam sobre Lisboa e cercam a cidade durante quase 5 meses. Os Portugueses resistem heroicamente, não se rendem e os Castelhanos levantaram o cerco. Não fora umas intrigas palacianas não voltariam à carga em 1385;
 
1385 – Batalha de Aljubarrota – Um dos acontecimentos mais decisivos da História de Portugal, em que os Portugueses, comandados por D. Nuno Álvares Pereira e auxiliados por archeiros inglesas, infligiram uma pesada derrota aos invasores Castelhanos auxiliados por cavalaria francesa.
Tanto esta batalha como a dos Atoleiros, também comandada por D. Nuno, surgiram nas sequência do célebre episódio da ligação amorosa da Rainha regente D. Leonor de Teles com o fidalgo Galego João Fernandes Andeiro (o Conde Andeiro) ligação através da qual Portugal estava então na eminência de perder a independência para Castela;
 
1640 – A Revolta do 1º de Dezembro – Na sequência da morte do Cardeal Rei D. Henrique, em 1580 Portugal passou a ser governado pelos reis Espanhóis (Dinastia dos Filipes). Em 1640, cansados do Jugo estrangeiro, um grupo de Conjurados organiza-se, promove a adesão de D. João, Duque de Bragança, à causa, e dirigem-se ao Paço Real (Paço da Ribeira, local onde após o terramoto de 1755 se ergueu o Terreiro do Paço). Prendem a Vice-rainha Margarida de Saboia (Duquesa de Mântua) e matam o Secretário de Estado (1º Ministro) Miguel de Vasconcelos, que era quem efetivamente detinha o poder e governava em nome de Filipe IV de Espanha. Proclamam D. João rei de Portugal que governou como D. João IV.
Este será porventura o último grande episódio épico e decisivo da nossa História que culmina com a morte de Miguel de Vasconcelos, que depois de encontrado escondido num armário de arquivo, é morto e atirado pela Janela do Paço.

1807 a 1811 - Invasões Francesas - Portugal recusa-se a aderir ao Bloqueio Continental imposto aos Ingleses por Napoleão em 1806. Perante a recusa, Napoleão apresenta um ultimato a Portugal para declarar guerra à Inglaterra, o que não acontece devido à aliança (ainda hoje em vigor) celebrada em 1373 entre Portugal e a Inglaterra. É neste contexto que Napoleão, com o apoio dos Castelhanos, decide invadir Portugal. O Rei (D. João VI) foge e transfere a Corte para o Brasil, mantendo assim a Independência. Entretanto os Portugueses, com o auxílio dos Ingleses, resistem com bravura heroica a três invasões sucessivas, derrotando em todas os Franceses que foram postos a correr de volta a casa. Ficaram célebres os feitos heroicos das Batalhas de Roliça, Vimeiro, Buçaco e Torres Vedras. 
 
E de 1811 saltemos para a atualidade.
 
Façamos uma analogia dos acontecimentos de agora com os de então, e façamos também algumas interrogações a nós próprios:
 
Será muito diferente das subjugações do passado, a subjugação a que está a ser agora submetido Portugal? Refém dos “mercados”, essas apócrifas entidades sem rosto, atado de pés e mãos pelos maquiavélicos planos dos seus credores que, há uma dúzia de anos, começaram por obrigar o país a gastar o que não tinha em investimentos improdutivos cujos beneficiários financeiros foram eles próprios, de seguida forçaram o país a destruir todo o seu aparelho produtivo porque não tínhamos "dimensão de escala" (!!!), e por último fecharam com chave de ouro obrigando-nos a pedir emprestado, com juros de usura, para pagarmos as consequências dessas suas ordens originadas na CEE, denominadas "Diretivas Comunitárias".
A resposta é não, não é em nada diferente. É semelhante ou ainda pior do que as subjugações a que fomos sujeitos no passado. Apenas se alterou a coordenada tempo e se sofisticou o jugo.
 
E será diferente, a usurpação da soberania a que a Troika nos sujeitou, e à qual alguns políticos traidores, quais Miguéis de Vasconcelos, de espinha curvada, abriram a porta, sorridentes, e deram as boas vindas "atentos, venerandos e obrigados"? Não, não é em nada diferente.
 
E a suspensão da democracia, rotulada de "emergência nacional", "estado de exceção"  e "salvação nacional", patrocinada exatamente pelos Órgãos de Soberania a quem competia defendê-la, será diferente?
Também não é, apenas mudaram os nomes, os atores, o contexto e o tempo.
 
E os “Migueis de Vasconcelos” que por aí pululam, serão eles diferentes do traidor que em 1635 foi nomeado 1º Ministro por uma rainha invasora?
Também não. Só não possuem o mesmo nome, mas agora até há por cá mais, muitos mais, a precisarem  de ser atirados pela janela do Paço, ou postos a correr de cá para fora, de regresso aos “reinos” que os cá colocaram, os reinos dos Goldman Sachs, FMI, BundesBank, BCE, JPMorgan, e quejandos.
 
E, perante esta hecatombe, o que é feito dos Lusitanos descendentes de Viriato, descendentes de D. Afonso Henriques, de D. Nuno Ávares Pereira, dos Conjurados de 1640 e de tantos outros portugueses cuja bravura a História nos legou?
Serão eles também diferentes? Terão desaparecido da Lusitânia, ou sofreram uma qualquer mutação genética que lhes tolheu a bravura retardou o raciocínio e congelou a audácia?
Também não me parece. Quando eles se cansarem dos carrascos que, de mansinho, os estão a matar aos poucos e começarem a dar sinais vitais, os “Miguéis de Vasconcelos” que se apoderaram de Portugal, que se cuidem porque de nada lhes valerá então esconderem-se nos armários do Paço.
 
(*) - Não refiro o 5 de Outubro de 1910, nem o 25 de Abril de 1974, porque em nenhum deles estava em causa a nossa independência ou a subjugação do país ao estrangeiro, como esteve nos exemplos que refiro, e tal como está nestes anos de breu que vivemos.
 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Verdadeiro Artista (dos SWAP)


( SWAP - Imagem da Internet)
 
José Gomes Ferreira, cujos dotes de Economista e de Jornalista não tenho conhecimentos nem competência para discutir, nesta matéria dos SWAP revelou-se, do ponto de vista politico, um oportunista sem ética e com pouca vergonha.
 
Depois de uma violenta campanha pessoal contra as Parcerias Publico Privadas (PPP), cujo real custo para os contribuintes ainda está por provar, lançou-se numa nova campanha contra os Instrumentos Financeiros de Cobertura de Risco de Taxa de Juro (vulgarizados nesta campanha como “Contratos SWAP” – contratos de TROCA de risco), celebrados por algumas Empresas Públicas (EP), com os quais, segundo ele, o país já está a perder quase 3 mil milhões de Euros, saídos dos bolsos dos contribuintes.
 
Acontece, em qualquer contrato, que só se perde ou se ganha no momento da sua resolução, seja uma PPP, seja um Derivado, ou seja um simples BT. Po isso, e no caso concreto, o que está sobre a mesa são perdas ou ganhos POTENCIAIS. Porém, no caso dos SWAP, o Governo borrifou-se nas "maturidades" e desatou a antecipar a sua resolução com a banca, e ainda assim, feito o balanço, nem perdeu nem ganhou, tendo inclusivé alienadao um potencial ganho, porque a tendência futura das taxas de juro só pode ser de subida (a não ser que desçam para zero), mesmo com o BCE a "segurar os resgatados".

Demonstrado e provado que a “lebre” dos SWAP tinha sido uma muito bem orquestrada campanha de desinformação montada pelo  Governo, para desviar a atenção dos cidadãos do desastre em que estamos, e que afinal os tais  SWAP nada custaram aos contribuintes, agora José Gomes Ferreira remete-se a um sepulcral silêncio.
 
Exigia-se mais seriedade a uma figura pública que até granjeou simpatia, e uma larga audiência, com algumas excelentes intervenções analiticas na Estação de Televisão cuja Direção integra.
 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A Democracia Incomoda-os


(Imagem da Internet)
 
É confrangedor ver alguns políticos (e não só) que verbalizam democracia a plenos pulmões, completamente perturbados, e até mesmo transtornados, sempre que algum ato prático de democracia ocorre - ou se configura no horizonte como ocorrência eminente - sobretudo quando não o podem controlar.
 
Vejamos dois exemplos que esses “senhores democratas” - que através da janela da TV nos entram todos os dias pela casa dentro - nos apregoam e em segundos negam o seu pregão:
 
Pregão: - Sou absolutamente a favor das greves, porque as greves são um direito inalienável dos trabalhadores.
Negação: - Mas…. esta greve não faz sentido. É até criminosa. Prejudica a Economia, prejudica A, B e C e bloqueia o país…. etc., etc.
Realidade: - De facto são CONTRA as greves, porque as greves só se realizam para causarem impacto em alguém ou em alguma coisa. É esse o objetivo de qualquer greve. Caso contrário seriam absolutamente inúteis.
 
Pregão: - Sou inequivocamente a favor das eleições. As eleições são a palavra do Povo.
Negação: - Mas… agora o país o que menos precisa é de eleições. As eleições vão paralisar o país. Vão ser um desperdício de dinheiro. Os "mercados" (???) não vão gostar. Vão ser absolutamente inúteis porque tudo vai ficar na mesma... etc. etc.
Realidade: - De facto são CONTRA as eleições, sobretudo quando o poder lhes está na mão e correm o sério risco de as eleições lho retirar. Por isso as diabolizam do alto da sua cátedra de democratas fingidos.
 
Se costumam estar atentos à comunicação social identificam rapidamente estes “democratas de meia tigela” que mais não são que potenciais ditadores, assim as condições politicas, sociais e económicas lho propiciem. Vendem a alma ao Diabo se disso retirarem alguma vantagem pessoal.
 
Cuidado com eles, porque a democracia incomoda-os.
 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Assim, só o Thomaz ficará pior na História

 
(Imagem retirada da Internet)
 
Devido à neve que vai fartamente branqueando a o meu cabelo, contando com o atual Presidente Cavaco Silva (Economista e Professor) é já o 8º Presidente da Republica Portuguesa que conheço em exercício de funções.
 
Recordo-me vagamente de Craveiro Lopes  (Marechal) por via da sua fotografia afixada na sala da minha Escola Primária e da sua biografia e obra que tínhamos que saber na ponta da língua quando o Inspetor Escolar visitava a escola.
 
Recordo-me muito bem de Américo Thomaz (Almirante), e da forma pouco transparente como chegou a presidente a que se seguiram anos e anos de uma intervenção frouxa recheada de múltiplas ações de “corta-fitas” e de um rol de picarescas situações que até levaram a censura a cortar partes dos seus “improvisos” de tão patéticos que eram. Foi o último Presidente do Estado Novo.
 
Recordo-me de António de Spínola (General), primeiro Presidente após o 25 de Abril. Presidente não eleito e de polémico curto mandato de 6 meses.
 
Recordo-me de Costa Gomes (Marechal), também Presidente não eleito e que assumiu o cargo num período muito conturbado e difícil da nossa história.
 
Recordo-me de Ramalho Eanes (General). 1º Presidente democraticamente eleito e também o 1º da 3ª República.
 
Recordo-me de Mário Soares (Advogado e Professor) indubitavelmente um grande estadista e defensor das liberdades.
 
Recordo-me de Jorge Sampaio (Advogado) um excelente Presidente e um homem para a História.
 
Alguns exerceram uma magistratura muito curta, outros uma magistratura em condições de grande conturbação politica e social e outros limitaram-se a exercê-la bem, que é o que todos esperamos da figura suprema da Nação, e que é coisa que, no meu modesto entender, o atual presidente não sabe, não tenta, não quer ou pelo menos não tem feito.
Não é necessário fazer um esforço muito grande de apelo à memória para facilmente concluir que, não fora Américo Thomaz,  e o Presidente Cavaco Silva apareceria (no meu ranking de apreciação) com o pior desempenho no exercício da suas funções presidenciais.
 
Quem for já um pouco entradote nos anos e se recorda de Américo Thomaz, a esta distancia só uma boa dose de condescendência, pode pactuar com tamanha incompetência colocada naquele lugar através de eleições fraudulentas por Oliveira Salazar para se perpetuar no lugar de “Presidente do Conselho” (1º Ministro).
 
Mas o nosso atual Presidente, que a História julgará como tem julgado todos os seus antecessores à medida que o tempo passa, com dificuldade se distancia muito, sobretudo neste segundo mandato, de Américo Thomaz e dos seus “improvisos”, tal é o fosso abissal que separa o que diz e que escreve (será que é o que pensa?) da realidade do país. Têm sido vários e variáveis os exemplos (faça um “tour” por aqui http://www.presidencia.pt/?idc=193) cujo epílogo foram os seus últimos contraditórios discurso das comemorações do passado 10 de Junho, seguido de uma entrevista televisiva no mesmo dia, e depois, no dia 12, no Parlamento Europeu. "Cá dentro" insiste na austeridade e ampara o Governo. "Lá fora" transfigura-se em estadista. Quem, povo como eu, “cá em baixo”, no mundo real, viveu a sua passagem pelo Governo como Primeiro Ministro, sabe o que ele fez enquanto tal, e ouve agora as patacoadas que nos impinge só pode concluir uma de duas coisas, ou o senhor Presidente está a ficar senil, e neste caso deveria demitir-se, ou então está deliberadamente a pretender “dar-nos música” para nos entorpecer o raciocínio e tolher os atos.

Mas más, mesmo muito más, foram as suas intervenções de ontem e as suas não intervenções de hoje. No momento de derrocada em que o país se encontra exige-se, ainda hoje, ao último baluarte de esperança dos Portugueses que cumpra o seu dever de cidadão Presidente. Reclamam-no os quase 900 anos de História de Portugal, exige-o o Povo e manda-o a Democracia. Amanhã será tarde.