(Imagem do Relatório de Janeiro de 2015 do FMI sobre Portugal)
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Estou cansado de ler e de ouvir patetices a comentadores e
aldrabices ao Governo, sobre a realidade dura e crua do desemprego em Portugal.
Ao consultar hoje o site do Instituto Nacional de Estatística (INE) não pude
deixar de retomar aqui o tema do “post” anterior: O Flagelo do Desemprego.
Constatei que nas estatísticas referentes a fevereiro, o INE
publicou um número ao qual poucos cidadãos dão importância, mas que na
realidade, quando comparado com os valores dos meses e anos anteriores tem a
maior importância, porque através da sua evolução se poder avaliar a capacidade
de criação e de destruição de emprego do país. Refiro-me ao número que expressa a “População
Empregada”.
A “População Empregada” representa o número de pessoas que
possuem um trabalho remunerado, número que em Portugal, apesar da propaganda do Governo em contraciclo, continua a descer situando-se agora nos 4.399.900
indivíduos. Ou seja, depois de em 2008 termos atingido os 5.116.600 cidadãos
empregados, e em 2011 esse número ter descido para os 4.740.100, voltámos agora
a valores da década de 1980, quando em 1983 esse número era de 4.352.500. Recuámos 32 anos.
O número de 2015, se comparado com o de 2011, significa tão
só isto: - em 4 anos de austeridade pela austeridade, os nossos governantes,
com as suas politicas do “ir além da Troika” conseguiram destruir 340.200
postos de trabalho líquidos (diferença entre os que criaram e os que destruíram).
É obra, embora uma obra de muito má qualidade.
Mas a grande questão que este número coloca, não é
apenas a de um número mau, nem a do diferencial dele para a população ativa
representar desemprego. A grande questão são as consequências que dele
resultaram, estão a resultar e irão continuar a resultar durante décadas, tais como:
- Desastre social (não havendo empregos grassa a pobreza, a
miséria e o desespero);
- Baixa significativa das receitas fiscais (não havendo
massa salarial critica para sobre ela cobrar impostos, as receitas fiscais
baixam);
- Sobrecarga brutal de impostos sobre os que ainda possuem
trabalho remunerado (para eliminar a quebra de receitas o Governo deitou mão do
tal “aumento brutal de impostos” que nos catapulta para a faixa das mais altas
cargas de impostos sobre os cidadãos, a nível mundial);
- Degradação da população ativa devido à fuga do
capital humano jovem e bem preparado (sem alternativas no país, os jovens são
forçados a procurar colocações no estrangeiro);
- Desestabilização do equilíbrio demográfico (com a fuga de jovens as faixas etárias da população residente descompensam-se).
Aos céticos das estatísticas, mas fiéis seguidores das “teorias da redenção” do Governo e do FMI, recomendo que leiam neste “link”
o Relatório de Janeiro do FMI, para poderem confirmar, na página 22, que o desemprego real, mesmo sem emigração e sem “biscateiros” se situa na casa
dos 20,5%. É só fazer as contas.
Alguém que me explique como (com números) e onde (em que
setores) é que o país está melhor.
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