Sábado 2 de Março de 2013
Pois foi... ao fim de 63 anos de vida, 49 dos quais passados a trabalhar, alguns bem no duro, tive que ir também dar testemunho publico da minha indignação juntando a minha presença anónima à de outros milhares de anónimos, tanto ou mais indignados do que eu e, de certeza com mais e mais fortes motivos do que eu para estarem indignados.
Nunca fui a uma manifestação, não porque tenha, ou alguma vez tivesse, algo contra as manifestações. Apenas sempre pensei, como muitos milhões de Portugueses ainda pensam, que o tema desta ou daquela manifestação não eram problema diretamente meu e que as causas que estavam na sua origem, por muito pertinentes e fortes que fossem, se resolveriam pela via do diálogo e da concertação entre os homens de boa fé e de boa vontade, como eu.
Percebi nestes dois últimos anos que nem as premissas estavam certas, nem o raciocínio correto. Os homens que legitimamente nos governam, não têm boa vontade nem estão de boa fé. Se estivessem imbuídos dessas características não nos teriam infligido tamanha punição por um crime que não cometemos, e que a todo o custo nos querem fazer acreditar que cometemos e que por ele teremos que pagar.
O crime, dizem os nossos governantes, que foi vivermos acima das nossas possibilidades, e dão como exemplo uns quantos desgraçados que compraram uma TV ou um carro novo a prestações e alguns, menos, uma casa para abrigarem a família e que agora não podem pagar. É um mau exemplo este. É o exemplo de quem desconhece a vida do comum dos cidadãos. Porque quando esses "prevaricadores" assumiram compromissos fizeram-no em função de um orçamento, com o qual contavam, desde que viviam à sua custa. O que não contavam era que o Estado, personificado neste momento no atual Governo PSD/CDS lhes viesse tramar a vida como ocorreu, ocorre e infelizmente irá continuar a ocorrer, retirando-lhe diretamente parte do salário ou da reforma, aumentando criminosamente os impostos, dificultando o acesso aos serviços publicos que pagamos com os nossos impostos, e retirando sempre aos mais fracos que são aqueles que menos podem e têm.
Um Estado que engana, ludibria e não cumpre os contratos que celebrou com os cidadãos, cidadãos que deve proteger, e que ainda por cima os transforma num bando de prevaricadores e até de malfeitores, não é um Estado. É um conjunto de ladrões que se mancomunaram para roubar e extorquir os cidadãos em geral.
Foi contra este estado de coisas, que nada prenunciam de bom para os vindouros, que me manifestei pela primeira vez.
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