(Imagem da Internet)
“...a mim essas coisas não me interessam, não tenho medo dos Portugueses, não tenho medo do resultado de eleições….”, disse há dias o senhor Primeiro Ministro, em resposta a uma pergunta de um jornalista que, no contexto do 2º
aniversário do Governo, o inquiria sobre se não tinha receio de que as medidas de austeridade tivessem influência nos resultados das eleições autárquicas.
Que não tinha medo de eleições já sabíamos, porque já o
tinha dito. Mas parece que tem, porque se não tivesse não necessitava de o
referir frequentemente. E refere-o exatamente porque sabe o que tem andado a
fazer aos portugueses, e sabe também que cada um só colhe o que semeia e a
sua sementeira política não tem sido nada boa.
O que não sabíamos era que não tinha medo dos portugueses.
Mas parece que tem, porque se não tivesse não se esconderia atrás de pelotões
de polícias a cada deslocação que faz. Não mandava colocar barreiras de
proteção a mais de 100 metros dos locais onde passa, nem entrava pelas portas
dos fundos para os eventos que seletivamente ainda vai aceitando.
Mas há nesta expressão, do senhor Primeiro Ministro, uma
parte, a que a comunicação social e os comentadores de serviço não deram
relevância, que revela a verdadeira personalidade democrática que se acoita
por detrás de um manto de liberalismo e de democracia bem falantes: “a mim essas coisas não me
interessam…”. Esta expressão demonstra um total desprezo pela
democracia representativa consubstanciada nas eleições e um completo
desrespeito pelo Povo que o elegeu e que era pressuposto governar em função do
juramento que prestou em voz alta no Palácio de Belém perante o representante
supremo da República.
O homem, lá ter medo tem, pode não pareacer, mas tem. O que não tem, isso sim, não tem mesmo, é respeito nenhum
pelo Povo, ou seja, por todos nós portugueses.
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