(Imagem da Internet)
Hoje repesquei, dos meus
arquivos, um texto cujo autor lamento não ter retido quando o guardei.
É um texto que nos
transporta a algumas decisões politicas de há 30 anos e é um testemunho de quão
curta é a memória do nosso atual Presidente da República que fez, em dose reforçada,
tudo aquilo que mais tarde viria a usar como argumento para criticar, e até ajudar a derrubar, Governos que não eram da sua cor politica.
Aqui vo-lo deixo com o meu
agradecimento e pedido de desculpas ao autor, por o publicar sem sua autorização:
===== Transcrição =====
Em 1980 era Governo em Portugal
a AD (Aliança Democrática, composta pelo PPD(PSD), CDS e PPM). Cavaco Silva,
então ministro das Finanças, sobe os gastos orçamentais, valoriza o escudo e
aumenta as importações.
O défice das transações
correntes sobe de 5% do PIB em 1980 para 11,5% em 1981 e para 13,2% em 1982.
A dívida externa aumenta de
467 milhões de contos em 1980 para 1.199 milhões em 1982.
Perante o descalabro, em
1983, o novo governo da AD vê-se obrigado a subir as taxas de juro 4 pontos, e
a vender 50 toneladas de ouro para financiar as contas externas.
O desnorte é total.
Procede-se então ao
desmantelamento dos sectores das pescas, silvicultura e da agricultura em
Portugal, a troco de ajudas financeiras da UE.
A maioria dos agricultores e
pescadores passaram a receber para não produzir. Criaram-se subsídios para arrancar
árvores (vinhas, oliveiras, árvores de fruto, etc.) e incentivou-se o abandono
da atividade piscatória, contribuindo desta forma para o aumento da dependência
alimentar de Portugal de países como a Espanha e França.
Depois veio a entrega de
toneladas de ouro do Banco de Portugal (17 toneladas) a uma empresa
norte-americana que terminou na falência, uma operação conduzida por Cavaco
Silva, Miguel Cadilhe e Tavares Moreira. (ver detalhe aqui).
Por isso, é preciso ter lata
para vir agora com discursos a aconselhar o aumento da produção agrícola!
Foi aqui que tudo começou,
com Cavaco Silva no governo, (e não com Sócrates) e não vale a pena continuar a procurar e a citar
outros bodes expiatórios para o atual estado das coisas como fazem os indefetíveis
do seu partido no Governo de Portugal.
===== F i m =====
Muito bom. Lembrar é um acto cívico da maior importância. Obrigado.
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