(Imagem by "Ladrões de Bicicletas")
Desiludam-se todos aqueles que pensavam e apregoavam que
após as eleições na Alemanha se iria assistir a uma “nova ordem europeia”, expressão que, mais ou menos, queria dizer que a Europa, após estas eleições, se começaria finalmente a preocupar
a sério com ela própria, ajudando os países periféricos, Portugal, Irlanda, Itália,
Grécia, Spain = PIIGS. (PIGS em inglês são porcos).
Dois dias passados sobre as eleições alemãs está na cara que tudo na Eurolândia vai continuar na mesma, senão mesmo
pior. Os países ditos ricos vão continuar a enriquecer à custa dos
países pobres que vão continuar a empobrecer, sujeitos a uma
exploração desenfreada por aqueles e com uma total ausência de escrúpulos, já nem digo de
solidariedade que foi o objetivo último da criação da União Europeia.
A “ordem vigente", a ordem da diferença e da clivagem entre países
ricos e países pobres, é aquela que interessa manter, ou seja, é uma ordem
universal e milenar que é a subjugação dos fracos pelos fortes, na qual os
fortes se alimentam dos fracos; Basta ver as estatísticas do Eurostat e ver o quanto enriqueceram (ainda mais) os países ricos desde 2008.
Um bom exemplo da determinação objetiva de manter a "ordem vigente" foi reproduzido hoje,
no Blogue “Ladrões de Bicicletas”, num post do Nuno Serra intitulado “Vá Visitar os seus Impostos”. Nesse texto retrata-se um exemplo claro de como um
“país rico” (a Alemanha) criou, em proveito próprio, uma imagem deturpada,
redutora e vexante dos países pobres, os tais “PIIGS”.
Se não quiserem clicar no link acima e lerem o post, eu resumo-o
assim:
Uma agência de viagens da cidade de Karlsruhe, (estado
Alemão de Baden-Württemberg), promove férias nos “PIIGS” através de um cartaz
publicitário colocado a toda a largura da montra (foto acima), com uma frase elucidativa: “Besuchen
Sie doch ihre Steuern!” (Vá visitar os seus impostos!) -
rodeada das referências a Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Ou seja, a Alemanha diz, sem rodeios, ao seu Povo que os impostos que ele paga vão direitinhos para os moinantes dos PIIGS. Mas não lhes diz que com os PIIGS a Alemanha lucrou, em menos de 5 anos, mais de 40 mil milhões de Euros.
Já fui um europeísta convicto e defensor de uma União
Monetária, Económica e Politica (Federação de Estados). Hoje, perante o atual
estado da Europa, já perdi essa ilusão, e cada vez estou mais convencido que
após sermos privados da nossa soberania, sermos esbulhados das nossas empresas e empobrecidos até não termos um único centavo, só nos restará
mesmo uma alternativa: - A saída de Portugal do Euro. Vai ser muito duro, mas será apenas uma questão de tempo para passarmos por essa última austeridade.
Teremos então, e mais uma vez, que reconstruir Portugal a
partir de escombros. Já temos experiência.
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