Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

sábado, 19 de outubro de 2013

Para Pior Já (Não) Basta Assim

 
(Imagem da Internet)
 
Desiluda-se quem pensa que, ao fim de dois anos e meio de martírio infligido ao seu Povo por um governo de alucinados, já passámos por todas as provações. Não passámos, e o pior mesmo, é que o pior ainda vem a caminho.
 
Quer venha a ser pela desastrosa necessidade de termos que sair do Euro, quer venha a ser pela imperiosa obrigação de nele continuarmos, avizinham-se, como epílogo deste pesadelo que nos tocou em sorte, tempos trágicos, e não é preciso ser profeta para poder chegar a esta conclusão, senão vejamos:
 
- O Governo do PSD/CDS, obreiro de um (brutal) agravamento do estado de penúria em que já estava o país quando subiu ao poder em 2011, e que, ao contrário do que apregoou nas eleições, se limitou, em dois anos e meio que leva de governação (mais de meio mandato) a gerir um desastre fazendo orçamentos irrealistas, e depois retificativos que nada retificaram, não acertou uma única previsão de todas as que fez e agravou todos os indicadores económicos e sociais da penúria de 2011, mês após mês até agora. E agora, para rematar com chave de ouro, construiu o Orçamento do Estado (OE) para 2014 tendo por único objetivo generalizar o confronto na sociedade portuguesa.
 
Desde logo o seu próprio confronto com o Tribunal Constitucional (TC) que não vai deixar passar grande parte das medidas previstas no OE, e o Governo sabe-o e está consciente disso. O que é pretendido é outra coisa bem mais sofisticada que o chumbo do TC, pretende-se o confronto entre o Setor Público e o Setor Privado, dividindo para daí tirar dividendos em favor dos que na sombra manobram os cordelinhos destas marionetas, aliás tal como já o fez com o conflito intergeracional que instalou e está agora a fazer com as diferenças  salariais colocando os de menores salários contra os que possuem salários maiores (caso do comunicado de hoje do MF).
 
Com o chumbo certo do TC, pode o Governo argumentar, como já fez com a TSU, que até queriam cortar na despesa do Estado, mas os malandros dos Juízes do TC são reacionários e constituem uma “força de bloqueio” (este termo foi usado esta semana pelo representante da Comissão Europeia em Portugal, num relatório que enviou para Bruxelas). Fica assim o caminho aberto para a medida alternativa mais fácil que, ilusoriamente, o Governo acha que lhes garante dinheiro em caixa: - Novo, brutal e generalizado aumento de impostos.
 
Este cenário é o que temos de mais certo e trará com ele uma tragédia, da qual enumero alguns dos constrangimentos com que seremos confrontados e as suas consequências:
 
- Já não haverá mais anéis para vender porque já foram todos ao desbarato, faltarão talvez os transportes e a água (até a água vai);
 
- Já não haverá mais receitas extraordinárias para inventar a não ser que comecem a vender os cidadãos como escravos;
 
- Com mais um aumento generalizado de impostos, o consumo interno retrai-se ainda mais, o investimento cessa, e o desemprego agrava-se;
 
- Todos os indicadores económicos e sociais se degradam ainda mais e
 
- A Economia colapsa.
 
- Instalado o caos, haverá depois que encontrar bodes expiatórios para lhes assacar as culpas, e enquanto o Povo se digladia no jogo do passa culpas, os meios de produção mudam de mãos, o Povo fica ainda mais miserável e completamente vulnerável para aceitar todas as migalhas que, por compaixão, lhe sejam atiradas (mais do que uma teoria tem sido esta a pratica do atual Governo)
 
Perante este, bastante provável, cenário o País só terá duas opções:
 
- Entra numa depressão (vêr este post), e a bancarrota é o caminho certo, ou;
 
- Pede um 2º resgate. Tenha ele a forma jurídica e politica que lhe queiram dar, tratar-se à de pedir mais dinheiro, a juros de usura, aos agiotas que já nos sugaram.
 
Em qualquer dos casos o Povo vai ficar sujeito a uma austeridade perpétua, a não ser que o país encare seriamente uma saída controlada do Euro, também ela dramática, mas, ainda assim, com consequências limitadas no tempo. Abordarei este tema num próximo post.
 
Perguntarão alguns, perante esta apocalíptica antevisão: “mas que diabo de elementos tem este aprendiz de feiticeiro que nós não temos para o levar a equacionar este cenário dantesco?” A resposta é simples e está no OE de 2014, já acima referido, que pode ser consultado neste link (“Relatório do OE2014”) e que resumo assim: - A via dos impostos está exaurida, a via dos cortes sobre cortes dará mais recessão sobre recessão e as alternativas, que é ir ao bolso daqueles que lucraram (lucraram!, será o termo correto? ) milhares de milhões e continuam a lucrar, o Governo nem as aborda, são intocáveis. Para pior já não basta assim, tem que ficar mais pior ainda para que aquele que pode "dar a volta a isto", o Povo, entenda que não pode assistir impávido a uma execução coletiva.
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário