(Imagem da Internet)
As Hienas são uma espécie temível pelos animais da savana
africana por serem exímias caçadoras, persistentes e cruéis predadoras. Caçam
em grupo, podendo manter a perseguição a uma presa por longos períodos, até à
sua exaustão. Fazem-no preferencialmente de noite, embora possam pontualmente caçar
de dia.
Até há pouco tempo não havia notícia de que esta espécie
existisse em Portugal. Porém como há fenómenos que a ciência não consegue
explicar, aconteceu que há uns dias atrás o país, estupefacto, foi confrontado
com uma humilhante caçada, por parte desta espécie, a uma presa que perseguiram
na sombra durante anos.
Alguns portugueses, numa atitude heróica e defensora dos
mais elementares direitos da presa, ainda esboçaram uma reprimenda aos bichos,
para os remeter às fronteiras do seu couto e os obrigar ao cumprimento das
mais elementares regras da caçada. Rapidamente se levantou uma horda de
“democratas”, talvez defensores dos métodos nada transparentes dos ditos
predadores, que logo, do alto dos seus diversos poleiros gritaram em uníssono
“às hienas o que é das hienas” e assim a presa, presa foi e assim continua a
ser, presa.
Muito mal vai uma comunidade, seja de animais, seja de
humanos, que, alegando separação de poderes entre os diversos predadores que a
constituem – que, assumindo as mais diversas facetas, se banqueteiam com os
despojos dos mais fracos e humildes - , deixa os seus membros serem humilhados e
inibidos dos mais elementares direitos de liberdades e garantias, por grupos dominantes que, de quando em vez, pela calada e na escuridão da noite surgem das
sombras para fazerem o que muito bem querem e entendem sem que nada nem ninguém os enfrente e os remeta à dimensão da sua significância exigindo-lhe o
cumprimento das mais básicas regras de coexistência entre os poderes, deveres e
direitos de cada um.
Uma comunidade que envereda por esse caminho, tende para uma
comunidade que primeiro começa por fazer tábua rasa das leis e das regras que ela própria fez, que
rapidamente passa a fazer imperar a lei do mais forte; E da lei do mais forte à
lei da selva e à ditadura dos mais cruéis é um passo de pardal. Estamos quase
lá e a forma como escrevo este texto, ao jeito de uns quantos que escrevi antes
de 25 de Abril de 74, é disso já um exemplo porque há poderes que se consideram intocáveis e por isso acima da Lei.
Sem comentários:
Enviar um comentário