(Há sempre uma alternativa - ainda que possa não parecer)
(Imagem da Internet. Clique para AMPLIAR)
Passaram dois anos - negros como o breu - e vamos já no terceiro, desde que o palavrão “resgate” e os pesadelos da "troika" e da "austeridade custe o que custar" nos despertaram para uma nova forma de viver com a qual nunca tínhamos lidado antes.
Duvido que alguém que já passe dos sessenta, como eu, tenha alguma vez no decurso da sua vida pensado, equacionado ou sequer admitido como possível virmos a confrontar-nos com a catastrófica situação do presente.
A maior parte de nós, os "cotas sexagenários", fomos ainda educados no Estado Novo, crescemos com a guerra em África e com o Marcelismo, começámos a ter consciência politica com o 25 de Abril de 1974 e foi também nesta década de 70 que nos abalançámos com afinco nas nossas vidas profissionais. Temos portanto a experiência de vida suficiente para podermos avaliar a intrujice que estão a vender-nos, pelo que só a compra quem quer ser intrujado.
Quer tenhamos sido, ou sejamos ainda, trabalhadores rurais, assalariados, empregados por conta de outrem, engenheiros, doutores, trabalhadores por conta própria, independentes, militares ou empresários, todos trabalhámos, duro, empenhados e com paixão (foi esse o princípio da nossa educação), visando dois objetivos de vida essenciais:
- O bem estar e a segurança da nossa família;
- Contribuir para que o progresso chegasse à nossa sociedade
e o nosso país evoluísse e saísse do marasmo em que se encontrava.
O bem-estar foi o que cada um conseguiu em função do seu esforço de poupança e da retribuição que a profissão que conseguimos abraçar (ou tivémos que abraçar) nos proporcionou, e a segurança encontrámo-la nos mecanismos que o Estado, a troco dos impostos que cobrava, foi criando, para a proteção dos seus cidadãos na educação, na saúde, na infância e na velhice.
Quanto ao progresso, ele foi bem visível, sobretudo se comparado com “o nosso tempo”: - As nossas crianças já não foram para a escola descalças, como alguns de nós; Já não abandonaram a escola, para irem trabalhar, assim que fazeram a 4ª classe ou o 9º ano, como alguns de nós, nem precisaram de percorrer, a pé, montes e vales durante horas para se vacinarem ou consultarem um médico. E nós, felizmente, também já não necessitamos de fazer aquilo que os "velhos" da nossa juventude faziam para percorrerem penosamente os últimos anos das suas vidas. Hoje há eletricidade e telefone em todas as localidades, mesmo naquelas que apenas possuem um habitante; Há rede de abastecimento de água e rede de esgotos em quase todo o país; Desapareceram as barracas; A pobreza até 2010 tinha-se reduzido para níveis sem grande expressão; Já não demoramos 8 e 12 horas para nos deslocarmos entre qualquer ponto do país; A Internet e a Televisão são duas janelas abertas para o Mundo através de uma excelente rede de comunicações. Até há dois anos tinhamos um Sistema de Segurança Social sustentável e sustentado, e cada reformado/aposentado, daqueles que, como nós, trabalharam toda uma vida tinha uma reforma de acordo com aquilo que tinha sido o seu contributo para o sistema.
Eis senão quando, de repente e sem que nada ou alguém o tivesse previsto, nos cai esta hecatombe da “crise”, da dívida, do deficit, do PIB, do rating e de não sei mais quantos palavrões com que os políticos resolveram brindar-nos. E vai daí, pela mão desses mesmos políticos que hoje gerem o país, mas que nem sabem o que gerir uma empresa (nem sabem o que é uma empresa), que não sabem o que é ter que pagar salários a empregados ao final do mês, (nem sabem o que é uma folha de salários) que não sabem nem o que é um salário e tão pouco um emprego, talvez nem sequer ir ao supermercado; aparecem uns sujeitos caídos não se sabe bem de onde - que nem português sabem falar, quanto mais conhecerem o país - e, que com o beneplácito dos restantes Órgãos de Soberania, a reboque do Governo, começam a colocar em causa tudo o que havíamos obtido com o nosso trabalho e que, estando contratualizado, tínhamos como nosso e como adquirido e certo para sobrevivermos ao inverno das nossas vidas:
O bem-estar foi o que cada um conseguiu em função do seu esforço de poupança e da retribuição que a profissão que conseguimos abraçar (ou tivémos que abraçar) nos proporcionou, e a segurança encontrámo-la nos mecanismos que o Estado, a troco dos impostos que cobrava, foi criando, para a proteção dos seus cidadãos na educação, na saúde, na infância e na velhice.
Quanto ao progresso, ele foi bem visível, sobretudo se comparado com “o nosso tempo”: - As nossas crianças já não foram para a escola descalças, como alguns de nós; Já não abandonaram a escola, para irem trabalhar, assim que fazeram a 4ª classe ou o 9º ano, como alguns de nós, nem precisaram de percorrer, a pé, montes e vales durante horas para se vacinarem ou consultarem um médico. E nós, felizmente, também já não necessitamos de fazer aquilo que os "velhos" da nossa juventude faziam para percorrerem penosamente os últimos anos das suas vidas. Hoje há eletricidade e telefone em todas as localidades, mesmo naquelas que apenas possuem um habitante; Há rede de abastecimento de água e rede de esgotos em quase todo o país; Desapareceram as barracas; A pobreza até 2010 tinha-se reduzido para níveis sem grande expressão; Já não demoramos 8 e 12 horas para nos deslocarmos entre qualquer ponto do país; A Internet e a Televisão são duas janelas abertas para o Mundo através de uma excelente rede de comunicações. Até há dois anos tinhamos um Sistema de Segurança Social sustentável e sustentado, e cada reformado/aposentado, daqueles que, como nós, trabalharam toda uma vida tinha uma reforma de acordo com aquilo que tinha sido o seu contributo para o sistema.
Eis senão quando, de repente e sem que nada ou alguém o tivesse previsto, nos cai esta hecatombe da “crise”, da dívida, do deficit, do PIB, do rating e de não sei mais quantos palavrões com que os políticos resolveram brindar-nos. E vai daí, pela mão desses mesmos políticos que hoje gerem o país, mas que nem sabem o que gerir uma empresa (nem sabem o que é uma empresa), que não sabem o que é ter que pagar salários a empregados ao final do mês, (nem sabem o que é uma folha de salários) que não sabem nem o que é um salário e tão pouco um emprego, talvez nem sequer ir ao supermercado; aparecem uns sujeitos caídos não se sabe bem de onde - que nem português sabem falar, quanto mais conhecerem o país - e, que com o beneplácito dos restantes Órgãos de Soberania, a reboque do Governo, começam a colocar em causa tudo o que havíamos obtido com o nosso trabalho e que, estando contratualizado, tínhamos como nosso e como adquirido e certo para sobrevivermos ao inverno das nossas vidas:
- Cortaram nos nossos salários;
- Cortaram (muito) nas nossas pensões e reformas;
- Aumentaram escandalosamente tudo o que é Impostos;
- Criaram novos Impostos e novas Taxas e Sobretaxas, que mais não são do que Impostos disfarçados;
- Suspenderam o investimento publico e condicionaram o
privado;
- Venderam ao desbarato empresas publicas lucrativas que eram verdadeiras jóias estratégicas do Estado;
- Puseram tudo em causa, instalaram a incerteza permanente e
amedrontaram todo um Povo,
- Em resumo, conscientemente em dois anos destruíram a nossa já débil Economia e como
consequência destruiram o país, que se encontra perante este indesmentível DESASTRE:
E, como se já não fosse suficiente, preparam-se para continuar estas práticas até às calendas ou até já não haver nada mais para nos sugar.
(Contra estes números da CE e do FMI não há argumentos)
(clique na imagem para AMPLIAR)
E, como se já não fosse suficiente, preparam-se para continuar estas práticas até às calendas ou até já não haver nada mais para nos sugar.
Em alguns indicadores já regredimos para níveis das décadas
de 70 e 80 - basta consultar as estatísticas oficiais do INE - e continuamos a
regredir, e tudo à pala de que eramos uma cambada de mandriões que vivíamos acima das nossas possibilidades.
E aqui eu percebi que estava a ser indecentemente ofendido e engando,
porque nunca adquiri nada ou assumi compromissos que o meu salário não
suportasse. E vai daí lembrei-me que há quase 60 anos tinha frequentado a
escola primária onde aprendi a fazer contas elementares, e foi o que fiz:
- Em Portugal, somos 10.000.000 (dez milhões) de seres humanos (número arredondado).
- Em Portugal, somos 10.000.000 (dez milhões) de seres humanos (número arredondado).
- No final do 1º Trimestre de 2013 a dívida publica (Estado
e Empresas Publicas) do país era de 208.000.000.000€ (208 mil milhões de
Euros), equivalente a 123% do PIB (O PIB é a riqueza produzida pelo país num
ano. Deviam portanto mais 23% do que somos capaz de produzir num ano
- Também no final do 1º Trimestre a divida total do país
(publica e dos privados, exceto banca) era de 770.000.000.000€ (770 mil milhões
de Euros). Quase 450% do PIB.
- Ora se dividirmos a dívida total pelos habitantes, cada
habitante, ainda que não saiba a quem, tem uma dívida de 77.000€.
- Como, em média as famílias portuguesas são de 4 elementos,
temos que cada família deve 308.000€.
!!! Ora se os deve é porque os recebeu; logo ou os gastou ou os
aforrou.
Ou seja, se fosse verdade a intrujice em que nos querem fazer acreditar, com este dinheirão todo que cada família gastou/aforrou injetado no processo produtivo (ver este post) não haveria necessidade de gastar um cêntimo com o “Estado Social” esse neologismo com que todos os políticos medíocres, jornalistas hipotecados e comentadores de meia tigela nos atiram todos os dias à cara, fazendo-nos crer que é ele a fonte de todos os nossos males.
Mas lá que a dívida existe isso existe, e como, de certezinha absoluta, não fomos nós que gastámos esta pipa de massa, alguém se abotoou com ela e estão a rir-se desta embrulhada em que nos deixaram porque já se puseram ao fresco e ninguém lhe pediu, não pede, nem pedirá contas.
Temos portanto que esta conversa de que o Povo é um bando de exploradores do Estado, despesitas e prevaricadores, é tudo uma falácia muito bem orquestrada para nos convencerem que depois de hoje não há futuro e muito menos o haverá se não forem os nossos carrascos a continuarem a governar-nos, impondo resgates sobre resgates até que já não haja nada para roubar, perdão, para resgatar.
Estão a roubaram-nos tudo, até a dignidade e a esperança já nos roubaram e agora querem convencer-nos que os ladrões que saquearam o país fomos nós, o Povo.
Verdadeiramente, Portugal não foi resgatado; Foi sequestrado pela demagogia bacoca e pela agiotagem. Agora é que precisamos mesmo de ser resgatados….. não pela
Troika, uma segunda vez, mas por alguém que nos liberte das garras destes abutres, de uma vez.
Sem comentários:
Enviar um comentário