(Imagem retirada da Internet)
Devido à neve que vai fartamente branqueando a o meu cabelo,
contando com o atual Presidente Cavaco Silva (Economista e Professor) é já o 8º
Presidente da Republica Portuguesa que conheço em exercício de funções.
Recordo-me vagamente de Craveiro Lopes (Marechal) por via da sua fotografia afixada
na sala da minha Escola Primária e da sua biografia e obra que tínhamos que
saber na ponta da língua quando o Inspetor Escolar visitava a escola.
Recordo-me muito bem de Américo Thomaz (Almirante), e da
forma pouco transparente como chegou a presidente a que se seguiram anos e anos
de uma intervenção frouxa recheada de múltiplas ações de “corta-fitas” e de um
rol de picarescas situações que até levaram a censura a cortar partes dos seus
“improvisos” de tão patéticos que eram. Foi o último Presidente do Estado Novo.
Recordo-me de António de Spínola (General), primeiro
Presidente após o 25 de Abril. Presidente não eleito e de polémico curto
mandato de 6 meses.
Recordo-me de Costa Gomes (Marechal), também Presidente não
eleito e que assumiu o cargo num período muito conturbado e difícil da nossa
história.
Recordo-me de Ramalho Eanes (General). 1º Presidente
democraticamente eleito e também o 1º da 3ª República.
Recordo-me de Mário Soares (Advogado e Professor) indubitavelmente
um grande estadista e defensor das liberdades.
Recordo-me de Jorge Sampaio (Advogado) um excelente
Presidente e um homem para a História.
Alguns exerceram uma magistratura muito curta, outros uma
magistratura em condições de grande conturbação politica e social e outros
limitaram-se a exercê-la bem, que é o que todos esperamos da figura suprema da Nação,
e que é coisa que, no meu modesto entender, o atual presidente não sabe, não
tenta, não quer ou pelo menos não tem feito.
Não é necessário fazer um esforço muito grande de apelo à
memória para facilmente concluir que, não fora Américo Thomaz, e o Presidente Cavaco Silva apareceria (no meu ranking de apreciação) com o pior desempenho no exercício da suas funções presidenciais.
Quem for já um pouco entradote nos anos e se recorda de
Américo Thomaz, a esta distancia só uma boa dose de condescendência, pode
pactuar com tamanha incompetência colocada naquele lugar através de eleições
fraudulentas por Oliveira Salazar para se perpetuar no lugar de “Presidente do
Conselho” (1º Ministro).
Mas o nosso atual Presidente, que a História julgará como
tem julgado todos os seus antecessores à medida que o tempo passa, com
dificuldade se distancia muito, sobretudo neste segundo mandato, de Américo
Thomaz e dos seus “improvisos”, tal é o fosso abissal que separa o que diz e que escreve
(será que é o que pensa?) da realidade do país. Têm sido vários e variáveis os
exemplos (faça um “tour” por aqui http://www.presidencia.pt/?idc=193)
cujo epílogo foram os seus últimos contraditórios discurso das comemorações do passado 10 de Junho,
seguido de uma entrevista televisiva no mesmo dia, e depois, no dia 12, no Parlamento Europeu. "Cá dentro" insiste na austeridade e ampara o Governo. "Lá fora" transfigura-se em estadista. Quem, povo como eu, “cá em
baixo”, no mundo real, viveu a sua passagem pelo Governo como Primeiro
Ministro, sabe o que ele fez enquanto tal, e ouve agora as patacoadas que nos
impinge só pode concluir uma de duas coisas, ou o senhor Presidente está a ficar senil, e
neste caso deveria demitir-se, ou então está deliberadamente a pretender
“dar-nos música” para nos entorpecer o raciocínio e tolher os atos.
Mas más, mesmo muito más, foram as suas intervenções de ontem e as suas não intervenções de hoje. No momento de derrocada em que o país se encontra exige-se, ainda hoje, ao último baluarte de esperança dos Portugueses que cumpra o seu dever de cidadão Presidente. Reclamam-no os quase 900 anos de História de Portugal, exige-o o Povo e manda-o a Democracia. Amanhã será tarde.
Mas más, mesmo muito más, foram as suas intervenções de ontem e as suas não intervenções de hoje. No momento de derrocada em que o país se encontra exige-se, ainda hoje, ao último baluarte de esperança dos Portugueses que cumpra o seu dever de cidadão Presidente. Reclamam-no os quase 900 anos de História de Portugal, exige-o o Povo e manda-o a Democracia. Amanhã será tarde.
Sem comentários:
Enviar um comentário