(imagem retirada da internet)
Cumpre-me referir, como
declaração introdutória deste “post”, que absolutamente nada de pessoal me move
contra os políticos; que não sou contra os políticos, e muito menos sou contra
os partidos. Antes pelo contrário, eles são a essência da
democracia, sistema politico que, com os seus defeitos e insuficiências, é,
ainda assim, o melhor que conheço da vivência pessoal e da História. O que não
tolero, e isso sim sou contra, como adiante se verá, é o estado de desastre a
que uns e outros, nas últimas duas décadas, conduziram o nosso país e agora jogam,
entre si, um “jogo do passa culpas” para alijarem as suas responsabilidades
colocando-as em nós cidadãos. Cidadãos que chamam de “gastadores” e “preguiçosos” e a
quem querem convencer que vivemos além das nossas possibilidades (como se isso
fosse sequer possível), insistindo em nos intrujar fazendo de nós culpados,
quando apenas somos as vítimas dos seus desvarios e irresponsabilidades que estão na origem da derrocada que se está a abater sobre o nosso país.
Posto isto, vamos então ao
“leitmotiv” deste “post”:
Se consultarmos o mais
completo e atualizado repositório de informação de que dispomos na atualidade –
a internet – encontramos dezenas de variantes para a definição de POLITICA.
Para o caso, escolhi esta:
“Política é a ciência da
governação de um Estado ou Nação e também uma arte de negociação para
compatibilizar interesses”.
Portanto, este autor define que politica é ao mesmo
tempo uma Ciência e uma Arte. Definição que a avaliar pelos resultados a que os
Politicos(*) cá do nosso burgo conduziram o
país, é Ciência que poucos estudaram e arte que raros têm.
O termo tem origem no grego politiké, uma derivação de polis, que
designa aquilo que é público, ou deveria de ser público e que cá não é, porque a maior
parte das vezes mais parece que estamos perante uma “ciência oculta”, tal é o
tamanho daquilo que nos escondem e o ínfimo que nos mostram, quando mostram
alguma coisa.
Qualquer que seja o regime, a
politica está sempre associada ao objetivo de conquistar, manter e exercer o
poder, ou seja, governar. Este pequeno grande pormenor, “governar”, diz tudo
daquilo que se requere de um politico: - Moral, Ética e Talento, ou seja:
- Honestidade;
- Liderança;
- Compromisso
- Comprometimento (com os
eleitores)
- Caráter
- Transparência;
- Responsabilidade;
- Sentido de justiça;
- Humildade;
- Humanidade;
- Respeito.
Ora, com escassas e honrosas
exceções, o que infelizmente vemos nos nossos Políticos é exatamente o
contrário, a moral ausentou-se para parte incerta, a ética não se sabe bem o
que é e Talento só existe para enganar o Zé com falas mansas e promessas ocas.
Apesar disso continuamos a ter uma chusma de políticos, a maior parte
medíocres, e continuamos a ver, quase todos os dias, caras novas na politica.
Porquê, então este
desconforto para com a maioria dos Políticos? Porque exigimos Super-Homens?
Não. Exigimos apenas Políticos em vez de aventureiros. Exigimos que os
Políticos vivam para a politica e não que vivam da
politica.
Ser politico, deveria ser,
acima de tudo, assumir um espirito de missão, uma missão nobre, porque quem
exerce a politica assume responsabilidades só compatíveis com grandes
qualidades morais e de competência, como já referi acima. O Politico sabe, ou
deveria saber, que não pode subverter os valores da causa publica que jurou
cumprir e com os quais se comprometeu e, muito menos deve subverter aqueles com
os quais se apresentou aos seus eleitores. O que não é o caso daqueles
Políticos que neste momento estão no Governo da Nação que prometeram tudo e
mais um par de botas e agora estamos a concluir que estão a fazer exatamente o
contrário do que prometeram e juraram, não esqueçamos, juraram cumprir e que
até o par de botas com que nos acenaram afinal, estão rotas.
Os nossos Políticos
transformaram-se numa espécie de aventureiros, num meio que convive bem com a
corrupção e no qual têm muita dificuldade em conjugar direitos com deveres,
liberdade com responsabilidade, política com justiça, e ética com valores e com
princípios.
Mas voltemos à questão
de continuarmos a ter uma chusma de “novos” políticos, porque tudo na vida tem
uma causa e um efeito, e às vezes só vemos o efeito e esquecemo-nos de analisar
a causa. Porque vemos então no dia a dia cada vez mais políticos que em vez de
viverem para a politica se servem da politica para viver? Simplesmente porque o
Regime deixou, intencionalmente ou não, que os políticos com Talento que querem
viver para a politica, enquanto causa nobre ao serviço do Povo, se transformassem
em pedintes com remunerações quase miseráveis e simbólicas, enquanto que aos
“outros”, os medíocres e oportunistas, que mandaram a ética e a moral às
ortigas, deixou o campo aberto à corrupção e ao enriquecimento ilícito,
permitindo-lhes que vivam, e à grande, da politica. Basta atentarmos um pouco
nas “ligações perigosas” de alguns dos nossos políticos, nas ideias que
defenderam ontem e nas que defendem hoje, nos “grupos de pressão” que
representam, para percebermos quem são uns e quem são outros e porque cada vez
temos menos dos primeiros e mais dos segundos. Intencional? Que responda quem
souber, mas se não é, parece.
A ética na política não pode
ser diferente da ética na vida empresarial e na vida pessoal em sociedade, mas
a remuneração dos políticos também não pode ser miserabilista (ou como agora é
moda dizer-se “pro bono” (para bem do Povo = gratuito) para que o poder
instituído do Estado de Direito possa exigir como contrapartida o tal Talento e
exercer com mão de ferro a Justiça desse mesmo Estado para com os políticos que
apenas pretendem viver da politica, da qual se apropriam, fazendo-a refém de
uns tantos interesses, poderosos e bem organizados.
Como sair então deste ciclo
vicioso em que o Regime se deixou enredar, se são os próprios Políticos que
ditam as Leis? Se são os que se “apropriaram” da politica e “aprisionaram” a
livre decisão que estão em maioria e em maioria votam as Leis que eles próprios
fazem? Não sei responder, nem tenho o dom da prestidigitação para adivinhar,
mas há uma coisa que sei, é que ou este estado de coisas se moraliza, ou vai
acabar mal e mais rápido do que poderemos imaginar. Enquanto o Regime não
quiser ter maioritariamente políticos com Talento (é disso que se trata, de o
Regime - Republicano e Democrático - querer ou não querer ter políticos dignos
do nome) terá políticos medíocres e corruptos. Os competentes não vão para a
politica porque são mal pagos, e quando se afoitam são caluniados,
vilipendiados e “abafados”. Quem sobra em maioria? Os incompetentes e os
corruptos. Assim o Regime está em causa.
Não tenho competências para
identificar soluções fáceis, mas algumas causas eu identifico, e deixo aqui uma
como origem destes males que nos assolam. Todos os (grandes) políticos que
fizeram história e que nela deixaram o nome e a “marca”, exerceram uma
profissão antes de se dedicarem à politica, e voltaram a ela depois de
cumprirem esse dever cívico, algumas vezes nem remunerado (o tal do “pro
bono”), coisa que, com o passar dos anos, foi caindo em desuso.
Atualmente, uma vez na
politica, politico para sempre, é como se fosse uma profissão, “profissão:
politico”. Salvo raras e honrosas exceções, o que temos são “jotinhas” que
tiveram como profissão “colador de cartazes”, organizar e “botar faladura” em
comícios, ou seja, fizeram uma carreira de conspiração dentro dos partidos, e
da vida real do país, sabem zero. Como podem com esta impreparação defender os
interesses de quem representam? São facilmente arregimentados pelos tais
“grupos de pressão” e “ligações perigosas” para servirem os seus interesses e
para nós o Povo, ficam as promessas, apenas promessas.
(*) - O “p” maiúsculo
significa que englobo no termo homens e mulheres)
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