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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Parlamento Europeu - Uma Inútil Ilusão


(Parlamento Europeu - Imagem da Internet)

Ainda estamos a mais de um mês das eleições para o Parlamento Europeu (PE), e já a habitual campanha de desinformação, coreografada com mimosos piropos entre os candidatos, nos atazana o espirito e confunde as ideias. Os candidatos a um lugar ao sol de Estrasburgo bem que podiam, pelo menos uma vez na sua carreira politica, pensar em esclarecer os eleitores sobre o que é e para que serve (ou para que deveria servir) o Parlamento Europeu, em vez de apenas atirarem pedradas no lamaçal da estiolada e decadente politica doméstica, rebaixando-a ao nível do insulto pessoal. Mas estes nossos políticos, de baixo nível, não aprendem com os sucessivos erros e continuam a repeti-los.
 
Se bem que os Portugueses em geral nunca tenham ligado pevide a estas eleições, a verdade também é que elas de pouco ou nada servem aos países pequenos como Portugal, país que, a partir de maio, passa a ter apenas 21 deputados, menos 4 do que os 25 que já teve, embora paradoxalmente (ou talvez não) os candidatos ao dourado lugar são mais do que em eleições antecedentes.
 
Mas mais quatro ou menos quatro deputados, tanto faz. São trocos num porta-moedas que nada vale para Portugal. E nada vale porque, para além de proporcionar uma vida regalada a uma vintena de políticos profissionais cá do burgo, o PE para Portugal é uma inutilidade e uma irrelevante ilusão. É uma inutilidade porque as decisões que verdadeiramente nos interessam, tomam-se, sem votação, nos diretórios políticos da EU, e raramente chegam ao Parlamento e as que chegam, quando chegam, quem decide são os 6 grandes, por força do seu peso representativo (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha e Polónia). É uma irrelevante ilusão porque dos 766 deputados do PE, Portugal com os seus 21 tem um peso irrelevante de menos de 3%.
 
Já alguém terá feito as contas a  quanto custa este luxo a cada um de nós, cidadãos que, proporcionalmente aos benefícios que o Estado nos retorna, pagamos os impostos mais altos da Europa? Eu também não fiz, mas vou fazer e de certeza certezinha que vou concluir que é uma fatura pesada para os benefícios que até agora, enquanto cidadãos, obtivemos daquele Órgão da UE.

Todos somos europeus, mas a Europa não é de todos nem para todos.
 
 

2 comentários:

  1. Pense que um principio essencial de uma entidade politica democrática é a igualdade na representação. Queixa-se que Portugal só tem 3% dos deputados do PE. E a população portuguesa que percentagem representa da população europeia? Menos de 2%. Onde está a injustiça? A Alemanha representa cerca de 15% da população europeia e tem cerca de 12% dos deputados. Um deputado português representa menos de 500 mil portugueses. Um alemão mais do que 800 mil cidadãos alemães. O que pretenderia corrigir?

    Além disso, será capaz de me indicar uma votação em que os deputados portugueses, alemães ou seja de que pais for, tenham votado todos do mesmo lado em função da nacionalidade? Não é assim que se faz política no parlamento europeu, embora os interesses nacionais contem bastante, a divisão faz-se frequentemente segundo as posições ideológicas e políticas dos diversos blocos. e também não é verdade que o PE não decida nada. A maioria das questões europeias exigem hoje a aprovação do PE e do Conselho ou não há decisão. E verdade que as questões da gestão do euro, que não tinha sido previstas antes da crise passam hoje pelo intergovernamental, mas o PE tem-se batido para mudar isso, seria bom que em vez de se dizer " pois, não decidem nada de importante, se fizesse pressão para que o órgão que representa os cidadãos e decide democraticamente e às claras adquirisse mais competências nessa matéria.

    Talvez não goste do modo como a maioria do PE tem decidido em algumas áreas. Mas isso resolve-se lutando para mudar a composição política do PE, a maioria, nas eleições europeias, não dizendo que a instituição não presta. Os argumentos que avançou na verdade deveriam era levá-lo a concluir que não concorda que Portugal faça parte da UE. É uma posição legítima, mas com a qual eu não concordo. Para orgulhosamente sós já me bastaram os anos da outra senhora, ou o exemplo da Albânia proletária. E a pertencer à UE prefiro que ela seja o mais democrática possível. Mesmo que a maioria que a governa não seja aquela que eu gostaria que fosse.

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    1. Caro HY;
      Em jeito de "esclarecimento" deixo-lhe o comentário que associei a este "post" no Facebook:

      " Mas.... mesmo assim não se esqueçam de votar, porque muitos poucos fazem muitos, e precisamos mesmo de mudar a Europa, precisamos de uma "outra Europa", e entre dois males, o menor sempre é melhor."

      e se ainda tiver "pachorra" aproveite para dar uma olhada a este outro "post, porque nem sempre tudo é o que parece. Abraço

      http://pralixados.blogspot.pt/2014/03/o-trilema-da-europa.html

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