Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

sábado, 29 de junho de 2013

Reflexões (2)

(Quadro da Alexandra Piteira)

Esta semana não me foi possível escrever um "post" para o Blogue.
Mas, para aqueles que o visitam com regularidade, deixo um desenho da Alexandra e uma frase célebre para reflexão.
Um abraço.
 
"Os partidos tornaram-se máquinas politicas alimentadas a dinheiro. Percebe-se assim que assessores ministeriais, com 20 e poucos anos de idade, ganhem o que fará inveja a juízes de tribunais superiores."
 
Noronha do Nascimento
ex-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
No DN - Janeiro de 2013
 
=====================
... e eu acrescento as seguintes perguntas à frase do Meritíssimo Noronha do Nascimento: - Só a juízes de tribunais superiores!!! e aos que são só juízes? e aos que não são juízes? e aos que não são juízes e ganham menos de 1.000€ por mês? e aos que não são juízes e ganham o ordenado mínimo? e aos que não são juízes e estão desempregados? e aos que não são juízes e até a esperança já lhes roubaram?
A estes fará inveja ou antes, raiva?
A "partidocracia" instalou-se para ficar, e nos massacrar.
 


sábado, 22 de junho de 2013

A Nossa Catastroika (*)


(O início da catástrofe)

Nós Portugueses não merecemos a punição, injusta e despropositada, que o atual Governo do PSD/CDS nos está a infligir a pretexto de uns falaciosos “crimes” que inventou para nos culpar de todos os males que assolam Portugal e que, ao contrário do que nos pretendem fazer acreditar, foram verdadeiramente causados pelas elites politicas que ao longo de quase 40 anos (outra vez os malfadados 40 anos !!!) têm assumido a governação desta nação.
Mesmo não merecendo essa punição, estamos a ter um comportamento exemplar de civismo e de capacidade de resistência à adversidade que se distancia milhas e milhas do comportamento de um Governo carrasco que nos conduz ao cadafalso, liderado por um Primeiro Ministro fantoche (fantoche porque realmente não é ele quem manda), que, apesar de já não dizer coisa com coisa, continuará a destruir enquanto estrebuchar.
 
Mas quem pensarão estes governantes, meio loucos, meio fanáticos, que enganam? É preciso não ter um pingo de vergonha e ter uma total insensibilidade para nos tomar a todos por mentecaptos ou por uma cambada de parvos e pacóvios, se acreditam mesmo que nos impingem todas as patranhas - como as últimas do CDS, através do seu líder - e que nós, tolinhos, nos limitamos a acreditar. Estão mesmo muito enganados e no dia 29 de setembro terão a primeira mensagem para se desenganarem, quer estes que governam, quer aqueles que se preparam para vir a governar, que, em competência e experiência, não me parecem muito diferentes dos atuais. Sê-lo ão porventura nos objetivos, na ideologia e esperemos que também nas práticas.
 
Sabemos todos hoje – há provas irrefutáveis por toda a comunicação social – que o líder do PSD e então candidato a Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, ganhou as eleições de 2011 mentindo e enganando os portugueses afirmando que conhecia muito bem o estado do país e que tinha soluções para todos os problemas sem necessitar de cortar nos subsídios, diminuir salários nem aumentar impostos, etc. etc."isso era tudo uma estupidez" sic.
 
Passados dois anos o que sobra de realidade destas promessas? Que está tudo pior e que não há um único indicador, daqueles que contam mesmo positivamente para as nossas vidas, que tenha melhorado. Devemos muito mais ao estrangeiro, pagamos todos mais (muito mais) impostos, reduziram-nos os salários reais, ficámos sem parte dos subsídios de férias e de Natal, o desemprego galopou, temos pior saúde, pior justiça, pior escola, piores transportes, estamos todos muito mais pobres, e até politicos a quem reconhecíamos moral ética e talento, venderam a alma ao diabo e transformaran-se em medíocres marionetas.  E o senhor Primeiro Ministro continua a afirmar que estamos no bom caminho.
 
Este senhor Primeiro Ministro, que uns dizem ser um falhado incompetente e outros o dizem um competente fanático e arrogante, arrisca-se a ficar na História como uma nódoa indelével que enganou, mentiu, confiscou, e levou à ruína um país e todo um Povo em função de um compromisso falacioso feito à Troika e que nem do qual já consegue dar conta. Senão vejamos a seguinte sequência:
 
- Começou o mandato por ir além da Troika com garbo e arrogância "custe o que custar" sic.;
 
- Na 7ª avaliação já foi o cabo dos trabalhos para cumprir com o que se tinha comprometido com a Troika para ter a correspondente tranche nos cofres (e mesmo assim continua a não pagar aos fornecedores do Estado e agora até cativou o subsídio de férias dos Funcionários Publicos por 5 meses).
 
- Nas próximas avaliações arrisca-se a ficar aquém (muito aquém) da Troika, tal o estado de calamidade a que conduziu a economia e concomitantemente o país.

- Após junho de 2014 (fim do atual plano de ajuda externa) a probabilidade de ter que pedir um segundo resgate, ou entrar em incumprimento, é enorme porque dos milhares de milhões que vieram da Troika, não há notícia de que um único Euro tenha sido investivo em atividades produtivas e geradoras de riqueza. Parte desses milhões regressaram aos cofres da Troika em pagamento de juros e amortização de capital e outra parte foi para "tapar buracos" de milhões que politicos corruptos e gestores públicos incompetentes e inimputáveis criaram.
Para investimento foi zero.
 
E eu pergunto-me: - Para quê? Para quê toda esta destruição, todos os estragos causados todas as feridas abertas? Em nome de que Deus menor se sujeitou todo um país a este sacrifício, se os indicadores de desenvolvimento, de riqueza, de bem estar, de saúde económica, de saúde social,  desde há meses que estão todos pior e continuam a piorar?
 
Portugal não precisa de iluminados nem de fanáticos, nem de palhaços, nem de fantoches, e muito menos precisa de ditadores, para gerir a coisa publica. Precisa tão só e apenas de Homens com um H, de Homens de bem, Homens com bom senso que nos salvem deste “Estado de exceção”, a que nos trouxe este Governo, onde a arrogância se misturou com a incompetência, a ideologia com o fanatismo e nos conduziu a um desastre anunciado. Por onde andam esses Homens com H? Apareçam, porque Portugal precisa de vós urgentemente, e ainda hoje, e amanhã pode ser tarde. Basta de permitir que uns quantos loucos continuem a causticar toda uma nação com tamanha crueldade.
 
(*) - Com a devida vénia à Katerina Kitildi e ao Aris Chatzistefanou  http://www.youtube.com/watch?v=Qam7h1jMIwI

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Medo e o Respeito

 
(Imagem da Internet)
 
“...a mim essas coisas não me interessam, não tenho medo dos Portugueses, não tenho medo do resultado de eleições….”, disse há dias o senhor Primeiro Ministro, em resposta a uma pergunta de um jornalista que, no contexto do 2º aniversário do Governo, o inquiria sobre se não tinha receio de que as medidas de austeridade tivessem influência nos resultados das eleições autárquicas.
 
Que não tinha medo de eleições já sabíamos, porque já o tinha dito. Mas parece que tem, porque se não tivesse não necessitava de o referir frequentemente. E refere-o exatamente porque sabe o que tem andado a fazer aos portugueses, e sabe também que cada um só colhe o que semeia e a sua sementeira política não tem sido nada boa.
 
O que não sabíamos era que não tinha medo dos portugueses. Mas parece que tem, porque se não tivesse não se esconderia atrás de pelotões de polícias a cada deslocação que faz. Não mandava colocar barreiras de proteção a mais de 100 metros dos locais onde passa, nem entrava pelas portas dos fundos para os eventos que seletivamente ainda vai aceitando.
 
Mas há nesta expressão, do senhor Primeiro Ministro, uma parte, a que a comunicação social e os comentadores de serviço não deram relevância, que revela a verdadeira personalidade democrática que se acoita por detrás de um manto de liberalismo e de democracia bem falantes:  “a mim essas coisas não me interessam…”. Esta expressão demonstra um total desprezo pela democracia representativa consubstanciada nas eleições e um completo desrespeito pelo Povo que o elegeu e que era pressuposto governar em função do juramento que prestou em voz alta no Palácio de Belém perante o representante supremo da República.
 
O homem, lá ter medo tem, pode não pareacer, mas tem. O que não tem, isso sim, não tem mesmo, é respeito nenhum pelo Povo, ou seja, por todos nós portugueses.
 
 


sexta-feira, 7 de junho de 2013

A Caminho da Depressão


(Imagem retirada da Internet)

Portugal já entrou no 10º trimestre consecutivo em recessão económica (recuo da economia, ou seja, queda do PIB), vai portanto a caminho de completar o 3º ano de recessão.
 
Com o pacote (menu, segundo Passos Coelho) de medidas anunciadas no passado mês de maio, algumas já incluídas no orçamento retificativo de 2013 ontem aprovado na Assembleia da República, e outras com implementação prevista até 2016, vai gerar-se mais do mesmo, ou seja recessão sobre recessão.
Portanto, no melhor dos cenários, teremos recessão até 2016.
 
Como tecnicamente mais do que 3 anos consecutivos de recessão é considerada uma depressão económica, é esta a catástrofe que nos espera com mais certezas do que dúvidas.
 
E que consequências para todos nós?  Muitas e todas más.
 
Desde logo porque uma recessão pode ser considerada uma fase de “normal ajustamento" de uma economia, enquanto que uma depressão é uma recessão prolongada no tempo, em que estão presentes todos os efeitos de uma recessão, mas mais fortes e durante muito tempo, situação em que a recuperação já não se poderá fazer através dos mecanismos naturais de reação da economia, mas só com o suporte assistido de outras economias, como foi o caso do Plano Marshall para a Europa do pós Guerra, Guerra esta que teve por origem exatamente uma depressão económica.
 
Para irmos colocando “as barbas de molho”,  vejamos um pouco as envolventes históricas de uma depressão, pela ordem em que também historicamente se manifestam e acentuam:
 
- Ausência total de investimento publico e privado (relembro os números do INE referentes ao 1º Trimestre de 2013);
- Queda acentuada da produção (se não há quem compre, então produzir para quem?);
- Aumento dramático das empresas com prejuízos;
- Falência massiva  de empresas;
- Baixa generalizada dos salários;
- As taxas de desemprego passam de drama a tragédia (20 % ainda são só um drama);
- O rendimento real das famílias não dá para fazer face às suas necessidades básicas (não refiro despesas, refiro necessidades);
- Quebra brutal e generalizada dos preços, ou seja DEFLAÇÃO (o pior de todos os inimigos de qualquer economia);
- Empresas e Bancos suspendem os pagamentos;
- Suspensão do pagamento da dívida (publica e privada);
- Crash da Bolsa;
- Falência de bancos;
- Bancarrota (o Estado deixa de ter dinheiro para solver os seus compromissos);
- Racionamento de bens essenciais;
- Fome e miséria.
 
É este o cenário para que estamos a ser conduzidos por um bando de imberbes fanáticos que governam Portugal e a maioria dos Estados Europeus. Um cenário inadmissível e sequer impensável há menos de três anos, numa União de Estados que se constituíram na dita União (União Europeia), exatamente para se precaverem coletivamente contra calamidades como esta, mas que face ao estado de degradação de valores a que as governações de direita radical, dita de neo liberal (!!!) a conduziram, deveria chamar-se antes Desunião Europeia, tal a ausência de unidade e de solidariedade entre os seus membros.
 
O que o Governo do PSD/CDS está a fazer ao nosso país é criminoso e será, a seu tempo, julgado em duas instâncias, a da História e a das urnas, esta última se a democracia conseguir sobreviver a este ataque brutal. Mas o que a União Europeia está a permitir que se faça a Portugal é igualmente criminoso e não tem processo de julgamento.
 
(Quem quiser saber mais detalhes sobre o tema consulte um artigo aqui http://clubtroppo.com.au/2008/11/23/what-is-the-difference-between-a-recession-and-a-depression/ dando o devido desconto ao “made in USA” porque é uma realidade diferente da realidade Europeia, sobretudo da Europa do Euro, cuja moeda em si mesma é um colete de forças para os países em dificuldades).