Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Ainda Sobre a "Dívida Colossal"

 
(Imagem da Internet)
 
A todos os “Vitores Bentos” e apaniguados contestatários do “Manifesto dos 70”  que insistem na sua teoria (ainda não demonstrada) que a dívida de Portugal, tal como está estruturada, é pagável, pergunto:
 
Pagável quando e como? Com que dinheiro? Contraindo mais dívida sobre dívida? E como pagar depois essa nova dívida e os respetivos juros? (A técnica do "empurrar com a barriga e quem vier a trás que feche a porta" é um delito e chama-se falta intencional).
 
É que há um pequeno detalhe que todos esses críticos “experts” bem conhecem, mas não divulgam: - A dívida paga-se amortizando-a, para a fazer baixar (não é fazendo “revolving”, como o Governo está a fazer - recomprar dívida com nova dívida), e para a amortizar é preciso ter anualmente um Saldo Primário (SP) que suporte o pagamento dos juros da dívida e ainda assim permita amortizar capital (precisamos ter um superavit nominal porque só com superavit é possível amortizar dívida).
 
Para conseguir este feito Portugal precisa de ter um SP anual, nas próximas três décadas, superior a 8 mil milhões de Euros anuais. Acontece que o que temos, quer atualmente, quer no horizonte próximo, é deficit em vez de superavit. Pagamos com quê então?
 
Não há ninguém na oposição que seja capaz de fazer esta pergunta ao Governo e aos seus papagaios de serviço?
 
 

segunda-feira, 24 de março de 2014

E é Nas Mãos Desta Gente Que Está o Destino de Portugal !!!


(Imagem da Internet)
 
Ouvi esta tarde, na TSF, uma proposta de Teodora Cardoso, feita hoje nas Jornadas Parlamentares do PSD, que me causou uma infinita revolta.
Pela boca da própria ouvi mais ou menos isto, que reproduzo de memória, como sendo uma “ideia muito inovadora”:
 
- Para o pós troika é preciso não insistir em equilibrar as contas públicas pela via de mais receita para o Estado, mas atacar a questão pelo lado da despesa. Todos os trabalhadores e reformados recebem os salários e pensões através de uma conta bancária, e os que não recebem passaria a ser obrigatório receberem. Mas não numa vulgar conta à ordem. Numa conta poupança. E então criava-se um novo imposto sobre os levantamentos dessa conta par incentivar a poupança e taxar a despesa -.
 
Esta marretada nem ao diabo lembraria, mais um imposto, mas sobre os mesmos do costume, ainda por cima com o rótulo de “taxar a despesa”. Esta gente só pode ter endoidecido.
 
Já se me esgotaram os qualificativos para estes desmiolados, que para mal dos nossos pecados, têm nas mãos o destino de Portugal. Cidadãos que nem sabem quanto ganham, tantas e tão elevadas são as fontes dos seus rendimentos (tachos); Gente que não sabe o que é a necessidade de viver com um salário (muitos de miséria); Gente que não precisa de levantar desse magro salário dinheiro pagar a renda da casa, nem para comprar comida no supermercado (quando podem comprar). Gente que não sabe o que é a vida real do Povo real; Gente que vive noutra dimensão de vida; Gente que já nos fez recuar os níveis de vida para a década de 70 do século passado; Gente que não é digna de usar no Cartão de Cidadão a Nacionalidade Portuguesa.
 
E é esta gente que está à frente dos destinos de Portugal !!!
 
Acorda Portugal.
 
 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Vencidos pelo Medo.

(Expressão de Medo - Imagem da Internet)
- clique para ampliar -

Dizia-me há dias um amigo: “… é pá, tu a escreveres “essas coisas” lá to teu Blogue Pralixados, ainda acabas mesmo é por te lixar….”. Então porquê, perguntei. – Então, riposta o meu amigo, tu não vês que até os polícias já se manifestam de passa-montanhas na cabeça (embora com identificação profissional visível) para não serem reconhecidos nas filmagens do MAI e das TV´s, e sofrerem depois sanções.

Naquele instante não dei muita importância ao comentário, mas mais tarde, ao relembrá-lo, vieram-me à memória alguns acontecimentos recentes que não podem deixar de me intrigar, porque no mínimo revelam uma tendência para um estado de medo induzido. Alguns exemplos: - Blogues, não alinhados com o pensamento do Governo, desaparecem da blogosfera sem deixar rasto ou aviso prévio; Cidadãos que se escondem das câmaras das TV´s para denunciarem situações irregulares de vária ordem, algumas que nem no tempo do Salazar e do Caetano eram escondidas da opinião pública; Trabalhadores que deixaram de fazer greve, não só porque o exercício desse direito representa menos Euros no salário (outra forma de amedrontar), mas porque dizem ficar “marcados” para o próximo despedimento; Professores que se sujeitam a provas sem sentido porque foram ameaçados com desemprego perpétuo (e não renovação do contrato precário); Cidadãos comuns que recorrem a desculpas sem nexo para não assinarem petições, com medo de serem delatados pelos colegas; Manifestantes providos de adereços que não permitem a sua fácil identificação visual para não sofrerem represálias nos locais de trabalho. É, de facto, um role de situações que indiciam o pior, isto é, o medo está, de novo, a instalar-se, de mansinho, mas a instalar-se.

É que eu já assisti a isto duas vezes, uma há mais de 50 anos e outra há 38. Os métodos eram diferentes, quer num quer noutro caso, mas os objectivos eram os mesmos, e iguais aos de hoje: - calar as vozes discordantes através do medo. Medo de ser preso, medo de ser sancionado, medo de não conseguir emprego, medo de o perder, medo de não conseguir sustentar a família. Medo.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Depois da Hecatombe, o Passa Culpas

(Imagem da Internet)

Perante a evidente e progressiva hecatombe Social, Económica e Politica a que conduziu o país, o Governo do PSD/CDS, em vez de mudar de rumo, opta pela solução do passa culpas.

Começou por assacar as culpas ao Povo "gastador e irresponsável" para justificar a aplicação de uma austeridade sem precedentes. Depois a culpa da austeridade em dose cavalar, passou a ser do anterior Governo do PS, e na fase seguinte fulanizou as culpas no Sócrates.  Posteriormente, como o remédio estava a matar o doente culpabilizou o Tribunal Constitucional por o remédio não estar a resultar. Presentemente, e apesar da “fábrica dos milagres” ter começado a laborar, o melhor que encontrou, para o caso da fábrica acabar por falir (que é o que tem de mais certo), foi decretar que "o povo está pior, mas o país está melhor", e se o povo não está melhor, então a culpa por estarmos perante um país feito em cacos, é do “desenho do programa”, programa que eles, o Catroga e a Troika cozinharam e festejaram.

Mas quando é que estes senhores assumem a responsabilidade pelo desastre a que em menos de 3 anos conduziram o país? É que já não há mais nada, nem ninguém a quem possam passar as culpas, e já vai sendo tempo de as assumirem, até porque os bodes expiatórios começam a escassear. Ou estarão à espera de conduzir Portugal de fracasso em fracasso até ao colapso total?


sexta-feira, 14 de março de 2014

O Trilema da Europa


(A Europa do nosso descontentamento - Imagem da Internet)

Se dúvidas ainda houvesse, está hoje mais do que provado que a carrada de austeridade levada a cabo genericamente por grande parte da Europa, mas em Portugal com particular violência, e que aqui conduziu à devastação social e económica que está à vista no dia a dia das empresas, das famílias, das escolas, dos hospitais e da justiça, não serviu rigorosamente para nada.
 
E não serviu porque o seu principal objetivo, que penso  ninguém com dois palmos de testa ousará contestar, era equilibrar as contas públicas. Acontece que, ao fim de 3 anos, estas mantêm-se completa e absolutamente desequilibradas, quer em Portugal, quer por essa Europa fora, inclusive as da endeusada Alemanha que tem muito lixo debaixo do tapete, nomeadamente na banca.
 
No caso particular de Portugal, o almejado equilíbrio está ainda mais longe de ser conseguido do que na generalidade dos restantes países, porque o país mergulhou num ciclo de completo sufoco financeiro e económico, que se iniciou em 2010 com um ataque cerrado dos “mercados”, que não teve a resposta solidária da Europa à altura, e se acentuou desde 2011 com a aplicação, pela Troika, de mão dada com o nosso Governo, de uma austeridade pela austeridade, cega e sem precedentes.
 
O Diretório Politico da Europa, em vez de procurar então fazer um diagnóstico, e entender o fenómeno que estava a ocorrer com as dívidas, preferiu antes passar por cima do diagnóstico e aplicar logo o remédio. O resultado foi ter arrastado todos os países para colocarem nas suas Leis Orçamentais, e alguns até na Constituição, um dos Critérios de Convergência do Tratado de Maastricht, o famigerado teto máximo para os deficits anuais, valor que sendo ultrapassado implica pesadas penalizações para o país infrator, colocando em pé de igualdade de obrigações - que não de direitos - os países corredores de maratona, os dos mil metros e o paralímpicos, como Portugal.
 
Neste contexto, Portugal, em termos de obrigações - que não de direitos, repito - é colocado em igualdade com todos os restantes países, e para cumprir com os Critérios de Convergência, tem que assegurar, entre outros não menos relevantes, dois critérios essenciais:
 
- A relação entre o défice orçamental e o PIB não pode exceder 3%;
- A relação entre a dívida pública e o PIB não pode exceder 60%.
 
Acontece que neste momento estamos com um deficit de 4,8% e com uma dívida de 130% do PIB. Ora isto significa tão só e apenas o seguinte: - Portugal, nos próximos 20 anos, tem que baixar a sua dívida em 100 mil milhões de Euros, ou seja tem que pagar aos credores este montante. Isto dá qualquer coisa como 5 mil milhões ao ano, e terão que ser 5 mil milhões de excedente real, ou seja diferencial entre o que produz e o que consome. Para conseguir estes níveis médios de excedente primário, o país tem que crescer a uma média anual (líquida de inflação, e com taxas de juro abaixo dos 4%) de 3,5 a 4%, coisa que nunca sucedeu, em Portugal, na história recente de que há registos, e, segundo os especialistas em cálculo de probabilidades, a probabilidade de isto poder vir a acontecer, num único ano do período de 20, é de 1,65%. Portanto isto é simplesmente impossível que venha a ocorrer.

Assim, por muito que os defensores das atuais politicas, Portuguesa e Europeia, gritem ou rasguem as vestes na praça pública para plebeu ver, os 74 subscritores do documento de reflexção sobre a reestruturação da dívida estão com carradas de razão, e vão ser as evidências da impossibilidade de os países mais pobres pagarem as suas dívidas, tal como elas estão atualmente estruturadas, que irão colocar a Europa num terrível trilema:
 
- SAÍDA DO EURO, DE ALGUNS PAÍSES (ficam apenas os que convergem, ou seja os que ficaram ricos à custa de esmifrarem os pobres e os pobres ficarão ainda mais pobres e fora do Euro);
- SURGIRÁ UMA EUROPA A DUAS VELOCIDADES (os que conseguem a convergência e os que não a conseguem, com tudo o que de negativo isso implica catapultando-nos para níveis sociais da Idade Média);
ALTERAR AS REGRAS (alterando os critérios, criando escalões de desvios em função do PIB de cada país, apoiando na reestruturação das dívidas em termos de prazos, juros, ou até mesmo de montantes... ).
 
A persistir nas politicas atuais, metendo a cabeça na areia e nada fazendo, como até aqui, a Europa, enquanto União Politica, Social e Económica, já era.
 
 

sexta-feira, 7 de março de 2014

O Carnaval Ainda Não Acabou.


(Máscaras do Carnaval de Veneza - Imagem da Internet)

Após mais um Entrudo em que o País e o seu Povo continuaram a sofrer as devastadoras consequências de três anos de pura e dura austeridade, infligida pelo seu Governo, como um castigo para expiação de pecados que não cometeu, veio esse mesmo Governo, mostrar a nova máscara de “o salvador que vai correr com a Troika…”, porque "o Povo está pior, mas o País está melhor" que quando ela cá pôs as garras, e, paradoxo dos paradoxos, aproveita a boleia da "salvação" para nos ir preparando para uma austeridade a perder de vista. Ainda bem que "o país está melhor", como seria se não estivesse?.

Após mais um Entrudo em que o País e o seu Povo, contra os ventos da miragem do “milagre económico” vê, a cada dia,  engrossar as fileiras dos mendigos, dos sem abrigo, dos que passam fome, e dos que já há muito perderam a esperança de arranjar um trabalho para poderem sobreviver, veio o Snr. Presidente da República acenar, de novo, com a máscara do consenso que há muito atirou para o lixo, e, na passada, falar-nos dos oceanos, da zona económica exclusiva, de empreendorismo, de produtos transacionáveis, e dos indicadores económicos positivos. Tudo temáticas que, como sabemos, matam a fome a quem a passa, criam emprego para os desempregados, aumentam as reformas de miséria e dão um teto aos que perderam as suas casas.

Após mais um Entrudo em que o País e o seu Povo vêm a dívida pública - que não contraíram mas que estão a ser obrigados a pagar com língua de palmo - bater um recorde de mais de 120 anos (o record anterior era de 1892 e foi de 124% do PIB, quando no final de 2013 já era de 129% do PIB) e que, apesar de todos os sacrifícios impostos ao Povo, continua a subir, veio a Oposição, melhor, um arremedo da Oposição que temos, mostrar nova máscara, dizendo-nos que a solução para todos os males do país, está afinal no voto para as eleições Europeias (de uma Europa que só nos tem sugado), como se “cá dentro” nada de anormal se passasse e a nossa preocupação número um fossem as eleições Europeias para atribuir mais umas gamelas como a que se pode ver neste link (Parlamento Europeu).

Após mais um Entrudo em que o País e o seu Povo assistem à degradação acelerada de todos os indicadores sociais, alguns conseguidos há muitas décadas, e mais de meio milhão dos que ainda recebem um salário, o viram penhorado em 2013, vieram as organizações e associações sindicais recolocar a máscara de "defensores dos trabalhadores" botando faladura e fazendo voz grossa para impressionar, depois de se terem deixado aprisionar, como cordeirinhos, pelo poder politico e económico, defraudando quem neles confiou e descontou dezenas e dezenas de anos quotas para sindicatos que era pressuposto existirem para os defender (a UGT está no bolso do Governo, a GTP manifesta-se de autocarro e os sindicatos que no governo anterior arranjavam todos os dias uma manifestação e uma entrevista de protesto na TV saíram de cena).

Após mais um Entrudo em que o País e o seu Povo assistem incrédulos à forçada debandada de toda uma geração que lhes custou milhares de milhões em preparação nas academias, para agora irem produzir para países que nunca investiram um cêntimo neles, vieram os senhores Deputados da Assembleia da República, mascarar-se de "representantes do Povo", e numa atitude de cobardia moral, aumentaram as suas remunerações e subvenções à socapa dos que os elegeram. Sim, porque essa coisa da austeridade é só para alguns palermas que se levantam às 6h00 da manhã para irem trabalhar a troco de um salário cada vez mais minguado.

Acontece que à margem de todo este longo Carnaval com o qual nos querem ofuscar o pensamento e turvar o raciocínio, a inexorável realidade do país é que a economia continua a afundar-se e o País a empobrecer. Todos os dias se cria mais de centena e meia de novos desempregados, todos os dias se empobrecem mais e mais os cidadãos, e, pelo meio deste macabro desfile carnavalesco, as Troikas e os Governantes vão anunciando, por entre dentes, mais um pacote de austeridade para 2015, outro para 2016, e outro.... "and so on...". Só os verdadeiramente ricos, como Belmiro de Azevedo, Américo Amorim e Soares dos Santos, que viram, em 2013, os seus nomes subir 200 e 300 lugares no ranking dos mais ricos do mundo, se safam, pudera!!! Não tenho absolutamente nada contra os ricos, mas tenho e muito, contra os que persistem em empobrecer todo um Povo para enriquecer, mais e mais, um bando de salteadores que estão a saquear o país, do qual se apoderaram.

E assim continua o Carnaval que, ao que tudo indica, a maioria do Povo gosta (uma exceção para as Forças de Segurança que excluo desta maioria e que ontem demostraram que antes partir que vergar), porque a maioria não só consente que o Carnaval continue, como nele participa eufórica e aplaudindo os seus carrascos.