Boas Vindas

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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Está na Hora de Acertar as Contas


(Imagem rapinada do Blogue sorisomail.com)

Sou um adepto do rigor, e por isso procuro não só sustentar e demonstrar o que defendo, com números ou factos, como também procuro "ouvir" quem, como eu, segue tal prática.
De quando em vez encontro ou recebo verdadeiros tesouros, elaborados com a maior das simplicidades, que demonstram o quanto somos enganados não só por quem nos governa, como pelos vassalos e papagaios que têm a soldo e que pululam propositadamente os media.
Hoje chegou-me este texto, de autor identificado, que aqui deixo na íntegra e sem qualquer alteração de conteúdo ou de formato.
Não tem título, mas eu chamar-lhe ia

Um Governo de rapaces e mentirosos

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Meus Prezados Amigos,
Um pouco farto de ver e ouvir certas histórias, que pressentia, mal contadas, decidi-me a fazer as minhas contas a partir das Fontes Oficiais (INE e EUROSTAT).

Tem sido dito que os Pensionistas e os Reformados, junto com as Despesas de Pessoal do Estado, significariam, em conjunto, cerca de 75% a 78% das Receitas Públicas. Fui então verificar.
Ora sendo eu um cidadão preocupado com o desenvolvimento do meu País e com o Bem-Estar dos portugueses, achei que este número, a ser verdade, seria muito elevado e traria restrições severas a uma Política de Desenvolvimento e de Crescimento a Portugal.

Mas depois de tanto ouvir, comecei a achar estranho que estes números fossem repetidos até à exaustão. E decidi investigar eu próprio da veracidade de tais números.

Eis os Resultados:
QUADRO nº 1 - Pensões e Reformas
(Unidade: mil milhões de euros)
ANOS
2011
2012
2013
P.I.B.
237,52 €
212,50 €
165,67 €
PENSÕES e Reformas
13,20 €
13,60 €
14,40 €
Peso % - s/ PIB
5,56%
6,40%
8,69%
Total de Receitas
77,04 €
67,57 €
72,41 €
Peso % - s/ T. Receitas
17,13%
20,13%
19,89%

Meu comentário:
Qual não foi o meu espanto quando face a “doutas” opiniões de Economistas do Regime, de Jornalistas (ditos de economia) e de Políticos em que todos coincidiam em que esta Rubrica rondaria os 30% a 35% das Receitas do Estado e cerca de 15% a 17% do PIB, vim a verificar os resultados do Quadro nº 1 que acima publico.

Isto é:
As Reformas e as Pensões, mesmo numa Economia em Recessão, significaram entre os 17,13% e os 20,13%, sobre as receitas totais do Estado. Muito longe, portanto, dos anunciados 30% a 35%.

Mas se a análise for feita sobre o PIB então o seu significado variou, repito num quadro de uma Economia em Recessão, entre os 5,56% e os 8,69%.
Portanto muito longe do anunciado pelos “especialistas”….

A coberto dessas pretensas “realidades” foram cometidos os mais soezes ataques a esta parte da população portuguesa. Parafraseando o Prof. Doutor Adriano Moreira – “estamos em presença de um esbulho”.

NOTA: Por uma questão de educação não quero adjectivar mais as declarações sobre a matéria da Srª Ministra das Finanças e seu antecessor, nem do Sr. 1º Ministro, já que os restantes declarantes deixaram de me merecer qualquer respeito.

QUADRO nº 2 - Despesas com Pessoal do Estado
(Unidade: mil milhões de euros)
PESSOAL
2011
2012
2013
P.I.B.
237,52 €
212,50 €
165,67 €
Despesas c/ Pessoal
11,30 €
10,00 €
10,70 €
Peso % - s/ PIB
4,76%
4,71%
6,46%
Total de Receitas
77,04 €
67,57 €
72,41 €
Peso % - s/ T. Receitas
14,67%
14,80%
14,78%

Meu comentário:
Devo confessar que aqui, nesta rubrica, o meu espanto ainda foi maior, dada a prolixa comunicação sobre este tema proferida pelos actores acima referidos.
E feitas as contas, (quadro nº 2 acima), e juntando então os dois, os resultados são na verdade os seguintes:

(Quadro nº 3 – Pensões e Reformas + Custos c/ Pessoal)
(Unidade: mil milhões de euros)
PENSÕES + Desp. PESSOAL
2011
2012
2013
P.I.B.
237,52 €
212,50 €
165,67 €
PENSÕES + Desp. PESSOAL
24,50 €
23,60 €
25,10 €
Peso % - s/ PIB
10,31%
11,11%
15,15%
Total de Receitas
77,04 €
67,57 €
72,41 €
Peso % - s/ T. Receitas
31,80%
34,92%
34,66%

Ou seja:
A SOMA das Pensões e Reformas com as dos Custos de Pessoal do Estado, somam (numa Economia em Recessão) entre os 34,92% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 31,80% sobre as Receitas Totais do Estado;
e entre 15,15% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 10,31% sobre o Produto Interno Bruto.

OU SEJA:
Menos de Metade dos números anunciados pelo Sr. 1º Ministro e seus Ministros das Finanças, para falar de actores políticos relevantes, deixando de lado as personalidades menores que pululam nas Televisões, Rádios e Imprensa escrita, que passei assim a tratar dada a sua falta de seriedade intelectual.
E a coberto disto se construiu uma Política do agrado do Sistema Financeiro, por razões e números que aqui não vou referir, e dos Credores (por razões que aqui também me dispenso de enumerar).

CONCLUSÃO:
Estamos a ser enganados deliberadamente por pessoas que têm e prosseguem uma filosofia política bem identificada e proveniente dos teóricos da Escola de Chicago (a Escola Ultra Liberal), apesar de um dos seus maiores expoentes, o Sr. Alan Greenspan – ex- Governador do FED (Reserva Federal norte-americana) – ter pedido desculpa por ter acreditado nela e ter permitido os desmandos do sector financeiro que nos trouxeram até às crises das Dívidas Soberanas, embora ajudados pela subserviência, incúria e incompetência de boa parte das classes políticas ocidentais.

Espero ter sido útil neste meu escrito. Na verdade, sendo um homem da Direita Conservadora, o meu primeiro Partido é Portugal. Os Partidos Políticos são, para mim, apenas Instrumentos para o engrandecimento de Portugal. Se não cumprirem esta missão então, para mim, não servem para nada. E vejo, com extremo desgosto, o meu próprio Partido – o CDS-PP, metido nesta situação degradante para Portugal e para os Portugueses sabendo que há alternativas. E acima de tudo odeio a mentira.

Está na hora, na minha opinião, de reformar e modificar o sistema político vigente, sob pena de irmos definhando enquanto Nação Independente.

Com os meus melhores cumprimentos


Miguel Mattos Chaves
Gestor
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)
Auditor de Defesa Nacional

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O silêncio comprometido dos que praticam a injustiça


Transcrevo um extraordinário título e um excelente texto do Blogue Ventos Semeados, de hoje.

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Anda meio mundo distraído com a comissão parlamentar do BES e, a pouco e pouco, o facto concreto de José Sócrates continuar aprisionado em Évora sem que saibamos os motivos para tal, nem as provas em que a acusação se fundamenta, está a passar para um segundo plano nos noticiários televisivos, o que nos deve indignar ativamente.
A fonte da procuradoria, que costuma alimentar o correio da manhã e a felícia cabrita parece ter esgotado a fonte. Depois de tantas “notícias”, que entre si se contradisseram, o que está a gerar-se é um consenso alargado sobre a iniquidade de uma legislação, que permite este tipo de utilização da figura jurídica da prisão preventiva.
Esperemos que toda esta história, muito mal contada, redunde numa revisão séria quanto à capacidade de um juiz em manter alguém preso durante meses, se não mesmo anos, sem qualquer culpa formada.
Depois do provável erro judiciário, que representou a condenação de Carlos Cruz, será incompreensível não avançar com uma reforma a sério na Justiça de forma a reequilibrar a relação de poderes no nosso sistema político. Porque, como se interrogava José Sócrates a partir da sua cela, quem é que nos pode guardar dos guardas, que nos podem enclausurar sem qualquer razão?
Num texto publicado esta semana na edição diária do «Expresso» o insuspeito João Garcia constatava que as sucessivas visitas das mais prestigiadas personalidades nacionais ao Estabelecimento Prisional de Évora começa a surtir o efeito positivo inerente a sucessivos testemunhos abonatórios a favor do ex-primeiro-ministro em contraponto com o silêncio cada vez mais comprometido da acusação.
Perante a suspeição quanto a uma tremenda injustiça, quanto por mais tempo ela se prolongar, maior deverá tornar-se o clamor de quem não pode aceitar este estado das coisas. Por isso mesmo o silêncio progressivo das televisões tem de ser combatido com uma intensa campanha nas redes sociais. Para que os guardas começam a sentir que não tardarão a contar com quem os deve guardar: os cidadãos, que não esquecem a necessidade de, além da liberdade, da igualdade e da fraternidade, também exigirem justiça para todos … incluindo para o político sobre que se queiram vingar por lhes ter mordido nos interesses corporativos.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Há Hienas em Portugal ?


(Imagem da Internet)

As Hienas são uma espécie temível pelos animais da savana africana por serem exímias caçadoras, persistentes e cruéis predadoras. Caçam em grupo, podendo manter a perseguição a uma presa por longos períodos, até à sua exaustão. Fazem-no preferencialmente de noite, embora possam pontualmente caçar de dia.

Até há pouco tempo não havia notícia de que esta espécie existisse em Portugal. Porém como há fenómenos que a ciência não consegue explicar, aconteceu que há uns dias atrás o país, estupefacto, foi confrontado com uma humilhante caçada, por parte desta espécie, a uma presa que perseguiram na sombra durante anos.
Alguns portugueses, numa atitude heróica e defensora dos mais elementares direitos da presa, ainda esboçaram uma reprimenda aos bichos, para os remeter às fronteiras do seu couto e os obrigar ao cumprimento das mais elementares regras da caçada. Rapidamente se levantou uma horda de “democratas”, talvez defensores dos métodos nada transparentes dos ditos predadores, que logo, do alto dos seus diversos poleiros gritaram em uníssono “às hienas o que é das hienas” e assim a presa, presa foi e assim continua a ser, presa.

Muito mal vai uma comunidade, seja de animais, seja de humanos, que, alegando separação de poderes entre os diversos predadores que a constituem – que, assumindo as mais diversas facetas, se banqueteiam com os despojos dos mais fracos e humildes - , deixa os seus membros serem humilhados e inibidos dos mais elementares direitos de liberdades e garantias, por grupos dominantes que, de quando em vez, pela calada e na escuridão da noite surgem das sombras para fazerem o que muito bem querem e entendem sem que nada nem ninguém os enfrente e os remeta à dimensão da sua significância exigindo-lhe o cumprimento das mais básicas regras de coexistência entre os poderes, deveres e direitos de cada um.
Uma comunidade que envereda por esse caminho, tende para uma comunidade que primeiro começa por fazer tábua rasa das leis e das regras que ela própria fez, que rapidamente passa a fazer imperar a lei do mais forte; E da lei do mais forte à lei da selva e à ditadura dos mais cruéis é um passo de pardal. Estamos quase lá e a forma como escrevo este texto, ao jeito de uns quantos que escrevi antes de 25 de Abril de 74, é disso já um exemplo porque há poderes que se consideram intocáveis e por isso acima da Lei.