Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Criminosos e à Solta


(Imagem da Internet)

Às tantas da madrugada da noite passada tivemos a já esperada noticia de resolução do BANIF e a constituição de um Banco Mau (mais um) no qual ficam os ativos que não o são, pois de passivos se trata porque são ativos que nada valem, sendo antes um encargo para o Estado. Ou seja encargo para todos os pagantes de impostos em Portugal.

Os mais atentos a estas coisas da banca falida por banqueiros e gestores sem escrúpulos, apoiados por governos estouvados e por uma Europa que não atina, sabíamos que o BANIF estava nos cuidados intensivos. O que não sabíamos era que o anterior Governo dos PáF tinha desde Março (há 9 meses) uma orientação de Bruxelas para resolver o assunto do BANIF até ontem dia 20 de Dezembro. 

Ao sabermos agora essa novidade o que devemos pensar de quem escondeu debaixo do tapete esta bomba ao retardador?

Eu só penso uma coisa, são criminosos e andam por aí à solta. Não posso interpretar ou pensar outra. Tão atentos, venerandos e agradecidos que eles eram perante Bruxelas quando se tratava de castigar o Povo que governavam e tinham por missão defender, foram absolutamente negligentes, fazendo ouvidos moucos, quando se tratou de acautelar os 1.100 milhões de Euros do Estado (dos nossos impostos) que o Governo PàF injetou no Banco.

Junto a estes abutres do Tesouro de Portugal o Sr. Governador do Banco de Portugal que não acertou uma decisão e continua a assobiar para o lado, incólume, ao abrigo do manto protetor o BCE.

Junto também ao mesmo grupo os papagaios ao serviço da direita que infestam as televisões, as rádios e os jornais. Estiveram caladinhos que nem ratazanas quando deveriam ter denunciado o crime. Agora saíram todos das tocas a dizer baboseiras sem nexo ou fundamento para “aliviarem" a responsabilidade do governantes anteriores. Nestas mistificações envolvem o Fundo de Resolução, que está tecnicamente falido e não tem um cêntimo em reservas para acudir seja ao que for.

Se tivéssemos uma Justiça a sério, hoje mesmo o Ministério Público tomaria a iniciativa de acionar um processo de investigação aos atores desta macabra peça, para averiguar responsabilidades e a extensão do crime, mas preferem andar a gastar o nosso dinheiro em fantochadas como a do Sócrates, que sempre dá menos trabalho, produz mais ruído na praça publica, vende jornais, comentadores e carpideiras, distrai o pagode e não dá em nada.

Resta-nos a “força de acreditar” que a já anunciada Comissão de Inquérito que o Parlamento vai promover faça o trabalho que lhe compete, um trabalho rápido e isento para apurar responsabilidades e possibilitar, finalmente, se for o caso, a punição destes criminosos à solta.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Estamos a Começar Mal



Como nota prévia devo referir o seguinte:
- Considero-me, ideologicamente e na prática, uma pessoa de esquerda, da esquerda moderada.
Tenho 66 anos, trabalho (mas trabalho mesmo) desde os 14, há 52 anos portanto, e voto desde as primeiras eleições do pós 25 de Abril – que como alguns se recordarão foram as eleições para a Assembleia Constituinte. Não sou abstencionista porque nunca faltei a uma eleição, e votei PS em mais de 90% dos atos eleitorais, incluindo este último.

Posto isto vamos ao caso que me conduziu a escrever estas linhas:
- A avaliar pelas notícias da imprensa de hoje, o senhor Primeiro Ministro, Dr. António Costa, está prestes a não cumprir uma das suas promessas eleitorais de bandeira. Refiro-me à redução da Sobretaxa de IRS sobre os Salários e Pensões.

Recordo que, na campanha eleitoral, a proposta do PS para a redução da Sobretaxa era de 50% em 2016 e extinção em 2017. Enquanto que os PàF se propunham reduzir apenas 25% em 2016.

O que hoje é anunciado nos media é que a Sobretaxa será reduzida em 100% para o primeiro escalão, % regressiva nos escalões intermédios e em 0% (zero) para o último. Ora acontece que não foi isso que foi prometido e a ser assim estamos perante um incumprimento de uma promessa, pintem a manta da cor que entenderem.

Importa ainda acrescentar que o último escalão, o tal que baixou dos 120 mil Euros para 80 mil, já vê retido na fonte (no pagador) cerca de 40% em IRS, ou seja quase metade dos rendimentos, sejam salário ou pensão, nem vão à mão do assalariado ou do pensionista, vão direitinhos para o Fisco. Acresce ainda que a reforma do IRS feita pelos PàF transformou remediados como eu em ricos formais perante o Fisco, ao reduzir os escalões do IRS e “promovendo” a classe média remediada a ricos compulsivos. E como se isso já não bastasse pagamos de duas maneiras, taxas exorbitantes de IRS, e ainda CES para os pensionistas, e 100% da Sobretaxa. Nem temos direito ao "alívio" de 1 euro, das centenas mensais que nos retiraram.

Assim, estamos a começar mal e só espero que não venha a suceder o mesmo com as restantes promessas, porque já tivemos no Governo de Portugal pantomineiros que cheguem.



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Vão e Não Voltem Mais


(Imagem rapinada do Blogue "Alegadamente")

Nunca desejei este destino "vão e não voltem mais" a nenhum governo, nem de esquerda, nem de centro nem de direita, nem sequer ao de Santana Lopes, e tão pouco ao de Vasco Gonçalves.

Mas a estes dois e à sua troupe de malfeitores que hoje deixam o poder não posso deixar de o fazer. Não posso porque não sou indiferente às mentiras que utilizaram para sustentar 4 anos de castigo do seu povo, povo que representavam e que tinham por obrigação defender até à última gota de suor e de sangue, nem tão pouco posso ser indiferente ao mal que, consciente ou inconscientemente, causaram ao país escaqueirando o tecido empresarial, económico e social para uma geração.

Tenho a certeza que a História se encarregará de lhes demonstrar, bem como aos seguidores e apoiantes deste desastre o quanto errados estiveram, ainda que, sustentados numa qualquer crença ideológica, convencidos que estavam a agir corretamente. Não estavam.

Vão e não voltem mais. Para inferno já chegaram 4 anos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A Mão Atrás do Arbusto


(Imagem da Internet)

José Sócrates é que tinha razão. O senhor Presidente da República é a mão escondida atrás do arbusto que manobra na sobra da politica a favor dos seus correlegionários.
Cavaco Silva recebeu esta manhã António Costa em Belém e, em vez de o indigitar para formar Governo como já deveria ter feito, há muito, "exigiu-lhe mais garantias" !!!!

Continua a encanar a perna à rã, para não tirar a direita do poder.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A Fraude Da Devolução Da Sobretaxa (*)


(Foto de Alberto Frias, publicada pelo Jornal Expresso)

"... A fraude da sobretaxa não foi uma mera mentira política, foi uma manobra preparada com dolo que prejudicou empresas, viciou resultados eleitorais, menorizou os cidadãos, descredibilizou Portugal junto dos mercados e das instituições internacionais. Não estão apenas em causa meros erros políticos, para que esta manobra fosse preparada e levada a cabo foi preciso recorrer ao abuso de poder para criar um saco azul de muitos milhões de euros de dinheiro que pertencia a empresas e que foi abusivamente retido por políticos sem escrúpulos para conseguir resultados eleitorais favoráveis...."

(*) - Transcrição de uma pequena parte de uma postagem de hoje do Blogue  http://jumento.blogspot.pt/

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

CRIME E CASTIGO


(Imagem da Internet)

Segundo se anuncia hoje na imprensa oficial do Governo (TVs, Rádios e Jornais) o Povo Português cometeu o “imperdoável crime” de ter votado maioritariamente nos partidos da esquerda.

Vai daí há que puni-lo por ter ousado abalançar-se a essa heresia. Então este Governo moribundo da direita revanchista vai castigá-lo com o prolongamento da austeridade:
- Manter a Sobretaxa de IRS em 2016;
- Manter os cortes na Função Pública em 2016.

Vingança mesquinha bem reveladora da estrutura moral desta direita bafienta com odor salazarento.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

VERGONHA, SHAME, VERGUENZA, HONTE, SCHANDE


(Imagem da Internet)

Tenho o hábito de me levantar cedo, para chegar também cedo ao meu local de trabalho, e tomo o pequeno almoço por volta das 7 horas, sentado e com a televisão ligada para ver os telejornais do inicio do dia.

Vai para dois meses que invariavelmente estas noticias comportam reportagens de vários pontos da Europa, dando-nos a dura e cruel nota da incompetência que grassa nesta nossa Europa envelhecida, ferrugenta, caquética e quase moribunda. Refiro-me à forma e ao conteúdo com que a Europa está a tratar as hordas de seres humanos que fogem da guerra, da fome e do caos dos seus países, para acabarem no caos desta Europa desunida, desarticulada e insensível, governada por imbecis burocratas e tecnocratas, em vez de ser governada por políticos dignos desse nobre nome.

Perante uma crise humanitária de dimensões ainda incomensuráveis, só vejo e oiço as autoridades (as europeias, as dos países e as locais) a clamarem por controlo, pelo fecho de fronteiras, a erguer muros e barreiras, em vez de clamarem por ajuda, por apoio, por acolhimento. Em vez de tratarem os refugiados como aquilo que eles são, refugiados, tratam-nos como invasores.
Grande parte dos países Europeus, Portugal na linha da frente, trataram de derrubar os governos dos países de origem destes desgraçados. Governos que, sendo tiranos e ditadores, tratavam apesar de tudo, de manter o seus países em paz e os seus povos com um razoável nível de vida, alguns deles muito próximo dos ditos ocidentais. Pois a Europa, os EUA e a Rússia, trataram de por tudo a ferro e fogo, provocando esta debandada à qual agora fecham literalmente as portas. Os EUA estão surdos e mudos, a Rússia nem sabe de que se trata, e a Europa é o que se vê.

Ontem vieram-me as lágrimas ao olhos ao ver umas largas centenas de homens, mulheres e crianças, algumas de colo, a deslocarem-se a pé, debaixo de chuva, em caminhos de lama, calçadas com chinelos e alguns descalços, sob temperaturas já muito baixas (a avaliar pela forma como o repórter estava vestido) e imagine-se o caricato contraste, eram enquadradas pela frente, pelos lados e retaguarda, por policias fortemente armados e dentro de fardas anti motim que mais pareciam cibernéticos robots articulados.
Desesperei, porque isto não pode ser a Europa que eu defendo e muito menos a Europa que os seus mentores idealizaram quando se abalançaram neste projeto. Isto é uma Europa acéfala, uma Europa com pés de barro, uma Europa atolada em burocracia, e em burocratas principescamente pagos, absolutamente incapaz de reagir.

Isto é simplesmente uma vergonha.


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A Incompetência da Oposição


(Imagem do Blogue Direitoaresistir) 

Acabei de ouvir há pouco no Sexta às 9, às 21h12m, na RTP1, que o Governo ainda em funções fez centenas de nomeações de “amigos”, sem concurso publico, para altos cargos de chefia em Organismos do Estado, imediatamente antes das eleições e algumas já com a campanha eleitoral em curso, para lugares criados em plena pré-campanha e campanha eleitoral, e alguns até já depois das eleições.

Os cargos vão desde Diretor Geral a Chefe de serviço passando por Diretores e Chefes de Divisão. Os campeões deste assalto à estrutura de Chefia do Estado (não confundir Estado com Governo) são os ministros Lambretas, a Cristas e o Tripeiro.

São elementos do “staff” do Governo (Chefes de Gabinete e Assessores) nomeados para estas funções - e estas sim nomeações legais porque são lugares de confiança politica - que na dúvida houve que perpetuar a mamar na teta do Estado, não vá dar-se o caso de o PSD e CDS não virem a formar Governo e então estes “boys” teriam que voltar aos seus lugares e empregos de origem. Assim, não voltarão. Com esta dança de cadeiras, de acordo com a Lei, estes “boys” não podem ser demitidos pelo prazo de 3 e alguns 4 anos e depois terão uma reforma garantida à custa dos lorpas cá do burgo, para os quais “a Segurança Social é insustentável”, dizem.

Interrogo-me, mas que raio de oposição é que este país tem? Então em três partidos organizados (PS, BE e PCP) não existe uma porra de um Gabinete de Estudos que, pelo menos dê uma olhada aos Diários da República onde estas nomeações são obrigatoriamente publicadas e depois ponha a boca no trombone?
E passaram toda a campanha eleitoral a acusarem-se de banalidades.... quando tinham aqui um manancial para ir cozendo os PàFs em lume brando.

Com oposições destas não precisamos de oposição. Artolas é o que são.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A Direita De Muletas


(Imagem da Internet)

Ó pessoal da direita, depois dos festejos de ontem, está na hora de descerem à terra e verificarem se tiveram mesmo a vitória retumbante que ontem apregoaram, ou se, pelo contrário, a vitória foi de Pirro.

Vamos lá formular e responder a quatro questões muito simples:

1ª Pergunta  – Afinal quem é quer perdeu 25 deputados na Assembleia da República (AR)?
– Resposta : A Coligação PàF.

2ª Pergunta:  – Afinal quem é que aumentou em 24 o número de deputados na AR?
– Resposta: O PS (12), o BE (11), o PCP(1).

3ª Pergunta: – Afinal quem é que passou de 3º para 4º partido com representação parlamentar?
– Resposta : O CDS da Coligação PàF, que foi ultrapassado pelo BE.

4ª Pergunta: - Afinal quem é que na AR  tinha mais 9 deputados que o PS e agora só ficou com mais 1?
- Resposta: - O PSD da Coligação PàF.

É um bocado indigesto não é? mas é assim, uma vitória que sabe a amargo.

Mas temos mais, é que se não for a muleta do PS na AR os PàF nem Orçamento Retificativo para 2015 vão conseguir aprovar, quanto mais o Orçamento do Estado para 2016.
Espero que a Direção do PS tenha o bom senso de não o “chumbar”, e que saiba tirar desse ato os respetivos dividendos políticos demonstrando sentido de responsabilidade, sim, mas demonstrando também ao eleitorado que não confunde sentido de estado com cedências à propaganda mentirosa e trauliteira da direita, que agora vai ter que piar mais fino e demonstrar com atos e consequências a sua propagada pífia. 

Menos arrogância e menos aldrabice vão-lhe ser necessárias para ter o PS como muleta.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O País Está Pior, Mas Vota Nos Mesmos !!!


(Imagem da Internet)

Segundo a sondagem da Intercampus para a TSF/TVI/Publico, divulgada hoje, 54% do inquiridos responderam que o país está pior do que há 4 anos.

Na mesma sondagem 37,2% manifestaram a intenção de votar na Coligação PSD/CDS, os mesmos que durante os últimos 4 anos pioraram o estado do país.

Vamos lá entender este Povo!


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Os "Mercados" No Seu Melhor


(Imagem da Internet)


A fraude da Volkswagen recentemente descoberta e divulgada nos EUA , vem colocar a nu o estado de degradação moral, social e civilizacional a que chegaram os monstros que se apoderaram do planeta Terra.

A avidez pelo poder do dinheiro chegou a tal ponto que o grande capital, sem nome e sem rosto, que domina o Mundo, agora pomposamente chamado de “Mercados” se começa a atolar no lodaçal da imoralidade que ele próprio criou.

A sua ambição chegou a tal ponto e a pressão que colocam sobre os seus peões de brega nos governos e nas multinacionais é tal que conduzem os seus executores a cometer erros básicos, crassos e de imbecil ingenuidade como este que a Direção da VW/AUDI cometeu. É dos livros que uma aldrabice daquelas se acabaria por descobrir muito rapidamente.

Agora já se escreve também sobre a BMW (igualmente alemã). E será que ficamos por aqui? Quantas situações semelhantes ocorrerão por este planeta fora não só com equipamentos, mas também com alimentos e medicamentos?

Dizia-me a minha avó que a ambição matou o gato. Nesta caso, se os tais dos “mercados” não arrepiarem caminho, a ambição implodi-los-á. Felizmente e para nosso bem.


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Meias Verdades São Mentiras



Por razões que aqui não importa aduzir, tenho mantido neste espaço absoluto silêncio sobre a polémica instalada na sociedade sobre se os contribuintes irão ser ou não chamados a pagar custos da resolução do BES. Mas como o Governo e seus seguidores políticos, mesmo com o descalabro à frente dos olhos, continuam atolados em trapalhadas e aldrabices sobre o assunto, e o Banco de Portugal, que devia falar, está calado que nem um rato, não resisti a abordar o tema sob uma perspetiva mais fundamentada e objetiva pelo que aqui ficam alguns detalhes acrescentados com algumas convicções pessoais.

O art.º 91º do Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro  que está em vigor, reza assim “1 -A superintendência do mercado monetário, financeiro e cambial, e designadamente a coordenação da atividade dos agentes do mercado com a política económica e social do Governo, compete ao Ministro das Finanças. 2 - Quando nos mercados monetário, financeiro e cambial se verifique perturbação que ponha em grave perigo a economia nacional, poderá o Governo, por portaria conjunta do Primeiro‐Ministro e do Ministro das Finanças, e ouvido o Banco de Portugal, ordenar as medidas apropriadas, nomeadamente a suspensão temporária de mercados determinados ou de certas categorias de operações, ou ainda o encerramento temporário de instituições de crédito”. Refiro este diploma porque é uma Lei da República cujo cumprimento me suscita dúvidas no caso da resolução do BES (os sublinhados são meus).

O Fundo de Resolução foi criado pelo Decreto-Lei nº 31-A/2012, de 10 de fevereiro por imposição da Comissão Europeia, e tem por objeto principal a prestação de apoio financeiro à aplicação de medidas de resolução adotadas pelo Banco de Portugal a Instituições Financeiras (Instituições de Crédito + Sociedades Financeiras). Paradoxalmente esta Lei conflitua com algum do clausulado da Lei de 1992 acima, mantendo-se as duas em vigor.

O Fundo foi regulamentado pela Portaria nº 420/2012, de 21 de dezembro que aprova o Regulamento do Fundo de Resolução, em cujo artº 2º está expresso: - “O Fundo de Resolução é uma pessoa coletiva de direito público , dotada de autonomia administrativa e financeira”. Enfatizo o “de direito público” porque é relevante, uma vez que a sua Conta de Exploração entra para as Conta do Estado, cujo Orçamento é suportado pelos impostos cobrados no país aos cidadãos e às empresas.

Teoricamente o Fundo é financiado com contribuições obrigatórias do Sistema Bancário Português, sendo as suas receitas de quatro tipologias, conforme quadro I abaixo:
- O da própria constituição, equiparado ao Capital Social das Sociedades Comerciais, para a qual contribuíram as Instituições Financeiras (13.620.300€);
- As contribuições periódicas das Instituições Financeiras (76.752.300€ em 2 anos, 2013 e 2014);
- Contribuições (Impostos) sobre as Instituições Financeiras (287.210.400€, em 2 anos, 2013 e 2014);
- Rendimentos de Aplicações Financeiras (resultado da Gestão de Tesouraria do Fundo).

(Quadro I – clique para ampliar)

Como é fácil concluir do quadro acima, quando em agosto de 2014 foi tomada a decisão, - formalmente pelo Banco de Portugal, mas informalmente concertada com o Governo e com o BCE, – de resolver o BES, o Fundo teria de capitais próprios pouco mais de 370 milhões de Euros, contra os 4.900 milhões que foram necessários para capitalizar o Novo Banco. Mas do quadro é também fácil de concluir mais duas outras coisas:
- A contribuição periódica das Instituições Financeiras ronda os 40 milhões/ano;
- Os cerca de 145 milhões de Impostos anuais das IC canalizados para o Fundo são verbas que, tal como os nossos impostos deveriam ser canalizadas para o Orçamento de Estado. Sendo canalizadas diretamente para o Fundo são mais 145 milhões com que todos temos que contribuir para o OE. Só neste pormenor nós, os contribuintes, já estamos a pagar, porque a filosofia dos Impostos é coletiva na cobrança e redistributiva na aplicação (gasto). Ora, tal como se está a tratar este caso particular, é como se as clínicas médicas, os gabinetes de advogados, as empresas de Táxis, etc. pagassem um imposto de que só beneficiariam os que de entre cada atividade tivessem problemas de solvência ou mesmo de sobrevivência.

O quadro II reflete o que foi escriturado na Contabilidade do Fundo em 2014 depois de capitalizado o Novo Banco:
- Pediu um empréstimo ao Estado (leia-se Tesouro Público) de 3.900 milhões de Euros;
- Pediu um empréstimo às Instituições Financeiras participantes no Fundo de 700 milhões;
- Pediu um adiantamento ao Estado de 635 milhões, que devolveu no mesmo ano;
- A soma dos 3.900 milhões do Tesouro, com os 700 milhões das Instituições, mais os 300 milhões que o Fundo tinha em “caixa” somam os 4.900 milhões que foram para capitalizar o Novo Banco.

(Quadro II – clique para ampliar)

Com esta operação o Fundo ficou endividado em 4.600 milhões de Euros, conforme quadro III.

(Quadro III – clique para ampliar)

Bom, se mais não houvesse, já há aqui pano para mangas para desmontar a falácia que nos andam a vender de que “não haverá custos para os Contribuintes”. Desde logo o 145 milhões anuais de Impostos do Setor Financeiro que se não fossem para o Fundo iam para o Orçamento de Estado e aliviavam a carga fiscal sobre os restantes contribuintes.
Mas estes 145 milhões são uma gota de água neste oceano de águas muito encapeladas. Façamos só as seguintes análises:
- Já passa de um ano que a situação financeira do Fundo se mantém devedora de 4.600 milhões, valor que em qualquer empresa privada já tinha, há muito, conduzido à sua falência;
- Só com a venda do Novo Banco é que o Fundo recuperará o capital que nele colocou (4.900 milhões), mas apenas e só na exata medida do valor da venda que venha a ocorrer, que tendencialmente será com bastante prejuízo e, havendo prejuízo, apenas recuperará parte do capital;
- Segundo os Jornais da especialidade a melhor oferta que existiu na tentativa de venda falhada terá sido de 3.500 milhões, o que configurava um prejuízo para o Fundo de 1.400 milhões;
- Além de necessitar de ser recapitalizado o Novo Banco, devido à sua natureza de “banco de transição”, todos os meses perde valor, pelo que aquilo que não se conseguiu, ou não se quis, vender por 3.500 milhões, dificilmente se venderá mais tarde por um valor superior;
- O Setor Financeiro está com lucros de 468 milhões no 1º semestre de 2015, valor irrisório face aos muitos milhares de milhões em capitais sociais que gerem, capitais que pertencem aos acionistas que têm o direito de exigir dividendos compatíveis com o capital acionista que nele colocaram, pelo que um eventual esforço de aumento da contribuição para o Fundo que lhe venha a ser exigido o colocará facilmente de novo nos prejuízos e em apuros;
- Só os Juros dos 4.600 milhões da dívida do Fundo (3.900 ao Tesouro e 700 aos Bancos) - leia-se dívida das Instituições de Crédito, segundo a tal teoria do Governo -, a uma taxa de 3%, rondarão os 140 milhões/ano, que até agora não se sabe quem paga, se o Novo Banco, se os Bancos, se os Contribuintes. Se ninguém pagar é dividia que fica por pagar ao Estado, logo aos contribuintes.
- Acontece que isto dos juros nem sequer é um grande problema se comparado com a necessidade absoluta de amortização dos 4.600 milhões. Admitindo, numa situação otimista, que o Banco de Portugal vai conseguir vender o Novo Banco pelos 3.500 milhões que agora rejeitou, e admitindo também que o diferencial entre a dívida e o valor da venda possa ser amortizado em 10 anos, é preciso que os Bancos entrem para o Fundo com 140 milhões por ano, sem contar com juros da dívida anualmente remanescente. E ocorre que ao fim de 10 anos o Fundo está na estaca zero, se não mesmo com Conta de Exploração Negativa caso o Tesouro cobre juros do empréstimo. E aqui está outra potencial entrada dos contribuintes pagantes porque se forem perdoados os juros, é dinheiro que não entra para o Orçamento do Estado em prejuízo dos mesmos de sempre. Se não forem perdoados acabaremos por ter que pagar a resolução de outros Bancos porque no estado anémico em que se encontram os Bancos e a Economia, os Bancos não aguentarão um esforço financeiro acrescido de maior contribuição para o Fundo.

Ainda é muito cedo para fazer previsões sobre como é que este processo vai acabar, mas bem não será certamente, porque além das questões financeiras diretas que envolvem o Fundo, o Banco de Portugal, o Governo e os Bancos, há ainda a considerar os efeitos colaterais das centenas de processos judiciais que já estão em curso e outros que se configuram no horizonte próximo, cujos custos para os contribuintes são inegáveis, desde os custos da Justiça para os administrar, que saem do Orçamento do Estado, passando pelo entupimento dos Tribunais que irão dar prioridade a estes processos e deixar os do cidadão comum para as calendas, até às possíveis condenações do Estado Português em instâncias internacionais, cujo pagamento sairá também do Orçamento do Estado, logo dos contribuintes.

Na minha perspetiva o Governo, o BCE e o Banco de Portugal meteram-se numa grande embrulhada ao se decidirem por uma aventura experimentalista, nunca antes aplicada na Europa, a da Resolução em vez de, já com uma nova Gestão, que o BES já tinha em funções, recorrerem a parte da parcela dos 11.000 milhões do empréstimo da Troika específico para intervenção nos bancos portugueses, tal como se fez no MBCP, no BPI, no BANIF e na CGD.

Posto isto, ainda alguém, que pense pela sua cabeça, pode acreditar que no final desta “história”, que nos tem andado a ser muito mal contada, e ainda hoje reafirmada pelo Senhor Primeiro Ministro, os contribuintes não vão pagar de alguma forma? Quer venha a ser de forma direta, quer de forma indireta, seremos os mesmos de sempre a pagar, e com língua de palmo.

Quem tiver dúvidas sobre os números aqui expressos pode confirmá-los nos Relatórios e Contas no sítio do Próprio Fundo aqui:


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Roubos Legalizados


(Imagem parcial de uma fatura real - clique para ampliar)

Já escrevi uns "posts" atrás sobre o assalto fiscal de que fomos alvo em 2013, e sobre o escandaloso aumento do IMI em 2014. Hoje escrevo sobre o "gamanço encapotado" que o meu Município me está a fazer na fatura da água.

Este mês achei exagerado o valor que me foi debitado na conta referente ao consumo de água e resolvi ir ver a fatura.

Fiquei esclarecido. A fatura é de um total de 31,16€, conforme imagem acima. Destes 31,16€, apenas 12,21€ são referentes à água que consumi. Os restantes 18,95€ são de Taxas Taxinhas e Imposto. Se isto não é um roubo legalizado, não sei o que chamar-lhe.
A diferença entre um Imposto e uma Taxa é que o Imposto é uma contribuição para o Estado sujeito a uma redistribuição coletiva no Orçamento do Estado (9.000 milhões/ano esfumam-se só para os juros da dívida) e a Taxa tem a prestação de um serviço associado como contrapartida, serviço que no meu Município não melhorou nos últimos 5 anos, pelo contrário.

Só num país de parolos como o nosso (eu parolo me confesso) é que o povo é escandalosamente roubado, come e cala estes assaltos. Não é preciso ir muito longe para vermos comportamento assertivos e mais enérgicos; Por exemplo aqui na nossa vizinha Espanha esta questão do escandaloso agravamento dos  Impostos, das Taxas e das Taxinhas, já tinha, há muito, levado uns milhões de pessoas às ruas a exigir um mínimo de decoro por parte de quem nos governa com respeito pelos assaltados de sempre. Por cá tudo mansinho.


terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Mentira da Devolução de 25% da Sobretaxa de IRS


(Imagem da Internet)

A grande noticia propalada hoje aos sete ventos por quase toda a imprensa nacional (jornais, rádios e TV´s) é a seguinte:

Sobretaxa de IRS: Governo vai devolver 190 milhões de euros em 2016.

MENTIRA do Governo que passa para os media estas “notícias” fazendo do povo uma cambada de burros.

Vamos a factos:

Devolver, segundo qualquer dicionário de português significa “Restituir, fazer voltar (ao dono, à origem)”.

Ora devolver significaria então que os 74,50€ que me roubaram mensalmente no salário, a título de Sobretaxa, durante 2013, 2014 e 2015, me seriam restituídos em 2016. Qualquer coisa como 2.682,00€.
Pois!!, era bom, mesmo muito bom, mas é MENTIRA. O que o Governo nos deveria informar ou fazer informar é que deixa (e é se deixar, ainda estamos para verificar) de nos roubar menos 25% da Sobretaxa em 2016. No meu caso deixa de me roubar mensalmente 25% dos tais 74,50€, que são 18,63€. Ou seja, em 2016 eu em vez de ter menos 74,50€ no salário mensal para Sobretaxa de IRS passo a ter menos 55,87€, mas continuo a ser roubado na mesma, embora menos.

Portanto senhores jornalistas, ou são jornalistas incompetentes, ou são aldrabões como o Governo, ao divulgarem estas bombásticas notícias que apenas servem de propaganda eleitoral, nada esclarecem e só confundem os cidadãos.

Ninguém vai devolver nada a ninguém, passa é a ser menos gamado.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Investigação ou Perseguição?


(Imagem da Internet)

A saga da prisão do Engº José Sócrates começou, é preciso recordar, há nove meses com uma, ampla e intencionalmente divulgada, comunicação da CGD ao Banco de Portugal, relativa uma alegada exportação ilícita de capitais, comunicação que, por sua vez o BP terá feito chegar ao Ministério Público. Isto foi o que passou para os jornais e TV´s.
Desta “pista” nunca mais se ouviu falar, melhor, nunca mais se viu escrever. Esfumou-se.

A coisa enrolou-se, mas para manter acesa a chama, saltou para um hipotético apartamento de luxo que Sócrates teria adquirido em Paris por uns milhões. Uma pipa de massa dizia-se. Afinal veio a saber-se que o apartamento nem era de luxo, nem era dele. Era alugado, como qualquer comum mortal faria para poder viver em Paris. Mais uma pista silenciada.

A seguir veio a cena das malas de dinheiro a saírem de Portugal transportadas pelo motorista de Sócrates. A coisa foi desmontada com facilidade, as malas transformaram-se em envelopes e os envelopes transformaram-se em fumo. Mais uma pista que deu em nada.

Mas como isto do dinheiro é filão que alimenta o ego da populaça, e o raio do homem andou um ano a fazer um Mestrado sem trabalhar, havia que divulgar uma pista credível, com contas na Suiça em nome do amigo Carlos Silva, mas que seria apenas um testa de ferro, blá, blá, blá. Azar dos azares a Carta Rogatória pedida ao Ministério Público Helvético rezava que o dinheiro dessas contas é mesmo do Carlos Silva e que o nome ou alusão a Sócrates era uma falácia. Mais um tiro pela colatra e a coisa a complicar-se.

Depois foi o “grande furo jornalistico” da corrupção que envolvia o Grupo Lena, que para dar credibilidade à coisa teve reportagens no "prime time" das TV´s e  até teve prisões, e logo de seguida libertações. Só espalhafato.

Veio a Venezuela. Veio Angola. E como a coisa já estava a entrar em desespero para o lado dos Cherlock Holmes, viraram a investigação para o Grupo Espírito Santo e para o Novo Banco. Parece que, também por esses lados, a coisa deu em nada porque tiveram que abrir uma nova frente de ataque, a do Empreendimento de Vale de Lobo. E de novo o manto diáfano da fantasia bateu contra a nudez crua da verdade, e lá partiram para outra cruzada contra o infiel.

Entretanto o infiel, que recusou andar de grilhetas em casa, como os condenados às galés, continua enjaulado na prisão de Évora, que é para ver se se converte a fiel, o que parece estar a ser muito difícil porque aquilo é bicho danado e está a dar água pela barba aos pides, perdão, aos policias do Estado.

E assim a saltar de nenúfar em nenúfar, a soldadesca lá virou a atenção da populaça, sempre sedenta de sangue fresco, para o Brasil, mas ao que parece os brazucas não gostaram da gracinha e começaram a falar em trocas de favores, com Duartes Limas e quejandos ao barulho, e a coisa esmoreceu e mudou de rumo e as últimas notícias dos jornais oficiais da investigação davam a coisa como estacionada no Parque Escolar.

Há por aí muito boa gente e intelectuais de craveira que chamam a todos estes rocambolescos episódios, investigação, mas eu, depois de processar toda a informação na minha débil cachimónia, e de somar dois com dois, acho mesmo é que é perseguição.

Arre povo burro que depois deste triste espetáculo da Justiça de Portugal, ainda bate palmas e grita fogueira com o herege. A Inquisição não faria melhor.



quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O Milagre do Emprego


(Clique na imagem para a ampliar)

Hoje, dia 5 de Agosto de 2015, o INE divulgou uma “press release” com os números do desemprego referentes ao final do 2º Semestre deste ano.

Segundo os valores divulgados a taxa de desemprego desceu para 11,9%, situando-se nos 620.400 desempregados.

A mesma comunicação diz também que o número de empregados é de 4.580.800.

Nestes números há gato escondido com rabo de fora. Vamos a factos:

Não contestemos os número do INE, que é como quem diz do Governo, e aceitemos como corretos os números divulgados, mas façamos uma simples comparação:
- Tomemos como referência para comparação o final de 2011;
- Incluamos nas contas a população ativa de 2011 e 2015 (todas as pessoas  residentes maiores de 15 anos aptas a exercer uma atividade económica);
- Incluamos também a população inativa de 2011 e 2015 (todas as pessoas residentes que, independentemente da idade,  não estão empregadas nem desempregadas);
Nota: Uma vez que não há dados da população inativa a 30 de junho de 2015, teremos que somar à população inativa de dez/2014 o diferencial de desemprego de dez/2014 para junho/2015 (726.000-620.400=105.600). (3.657.900-105.600=3.552.300).

O resultado está no quadro acima.

Em três anos e meio “desapareceram” das estatísticas do desemprego 217.000 cidadãos. 
Haverá milhentas “explicações teóricas” mas seria conveniente que nos explicassem este “fenómeno”, na prática e sem aldrabices, uma vez que o saldo demográfico negativo de -0,57% ao ano não será argumento.


quarta-feira, 29 de julho de 2015

"No Pasa Nada"


(Imagem cedida por cortesia de "jornalpelicano.com.br")

Esta Europa da atualidade não nos dá nem sossego nem tranquilidade e muito menos esperança num futuro. Já não digo melhor, nem diferente, digo futuro.

Depois da forma irresponsável e mentirosa como lidou com a crise das dívidas soberanas e do autismo que demonstra face às tragédias (já não é só a grega) que se vivem diariamente com os chamados “imigrantes clandestinos” que fogem de África, da Ásia e do Médio Oriente, começa a ser tempo de nos deixarmos de meias tintas e colocar de lado o politicamente correto, para dizer umas quantas verdades que os corredores do poder, cá e em Bruxelas, evitam a todo o custo enfrentar a sério.

Esta questão dos “imigrantes clandestinos” nunca nos foi bem contada e muito menos explicada. E depois de há dois dias um grupo de 2.000 deles ter tentado atravessar a pé o túnel do Canal da Mancha de França para Inglaterra, façanha repetida na noite passada por mais um grupo de 1.500, creio que há muito mais que devamos saber para lá da história que nos fazem chegar. Vejamos:

- “Emigrantes clandestinos” em grupos de milhares? Dois ou três, mesmo uma meia dúzia serão clandestinos, mas grupos de milhares são clandestinos? Se houver uma manifestação de 100 pessoas aparece logo um batalhão de Policias, aqui ou em qualquer lugar da Europa, e 2.000 conseguem chegar ao Túnel, a pé, despercebidos? Creio que estamos perante uma história de "clandestinos" mal contada que interessará a alguém manter assim, mal contada.

- Os governos da maior parte dos países ditos “do ocidente”, nos quais se incluem os Europeus, fomentaram, e alguns participaram, guerras e chacinas em África, na Ásia e no Médio Oriente, para venderem armas, desestabilizarem politicamente os governos locais e destruírem os meios de produção. De seguida apropriaram-se das riquezas naturais desses países e impuseram fantoches “governos amigos” para poderem consumar o saque. Estes países ficaram sempre piores e na penúria. Identifique-se um só que seja que tenha ficado melhor.

- É claro que depois destes desastres só podem fechar os olhos e fingir que “no passa nada” e preferem chamar “imigrantes clandestinos” aos desgraçados dos fugitivos (é isso que eles são) desses Infernos espalhados por aqueles três continentes.

- Mortos uns, salvos outros, chegados que são estes aos países do Sul da Europa (sempre os mesmos países a serem castigados) vem a face obscura do processo. Amontoam-nos em “campos de refugiados”, como se amontoam os animais num curral, e, porque é muita gente para socorrer e alimentar, as autoridades “fecham os olhos” e deixam-nos "fugir" às centenas, que é como quem diz, disseminam-se pelo espaço Europeu, milhares de seres humanos desesperados, sem documentos, sem trabalho, e esfomeados, e nós sabemos a que pode conduzir o desespero.

- No meio destes milhares de desgraçados, que, ao que parece ninguém sabe quantos são (não serão já vários milhões?), devem também vir algumas centenas de extremistas (há sempre gente maluca, chamada de fundamentalista, disposta a tudo) adormecidos, mas que a qualquer momento podem ser “acordados” para espalhar o caos na Europa, e assim retribuírem na mesma moeda o que nós Europeus andamos a fazer aos países deles.

Mas que raio está a acontecer ao Mundo neste Século XXI?


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Os Amigos da Onça


(Imagem da Internet)

Uma reflexão rápida sobre o castigo que a Europa (?) está a infligir à Grécia:

A Europa depois de uma maratona de discussões lá conseguiu arranjar 7 mil milhões de Euros para “fazer face a necessidades urgentes da Grécia” (sic).

Desse empréstimo de 7 mil milhões sabem quanto entrou efetivamente na Grécia para injetar no circuito económico e monetário? 5%, ou seja 350 milhões.

Todos os restantes 6,65 mil milhões foram para pagar à “troika” (os mesmos que teoricamente lá colocaram os 7 mil milhões) capital e juros de empréstimos anteriores e que já estavam em incumprimento.

Ou seja, numa operação contabilística de segundos a Grécia ficou a dever mais 7 mil milhões, mas apenas usufrui de 1/20 desse valor.

O mesmo vai suceder com o empréstimo de 80 mil milhões que lhe está a ser imposto. Com amigos destes na Europa a Grécia não necessita de inimigos

Ainda alguém acredita que a crise das dívidas soberanas vai ter um fim airoso?


terça-feira, 14 de julho de 2015

Retomaremos o mesmo filme daqui a 86 mil milhões


(Imagem da Internet)

Durante 5 duros anos de austeridade os Gregos, servis obedientes e obrigados, fizeram tudo o que os iluminados que abancam nas adamascadas cadeiras de Bruxelas lhe mandaram. Tudo em vão.
Dos cerca de 300 mil milhões dos resgates, apenas menos de 1/3 foi para dinamizar a economia. A grande parte foi para pagar dívida com mais dívida, pagar juros da dívida e recapitalizar os Bancos falidos.
Nas duas últimas semanas, os burocratas Europeus e o Governo da Grécia deram ao mundo o espetáculo a que todos assistimos e os Gregos saíram mais uma vez pela porta pequena. Mais dívida, mais austeridade, mais pobreza. Mais do mesmo.

A dívida Grega atingiu um tal valor que todos os Gregos tinham que trabalhar durante dois anos exclusivamente para a poderem pagar. É impagável.

Mas então, tantos iluminados por essa Europa fora e ainda nenhum percebeu que a situação a que a Grécia, Portugal, Itália, Bélgica…. a Europa chegaram não tem solução na austeridade?
Ainda ninguém percebeu que a Europa está ela própria falida? Está “às aranhas” para conseguir arranjar 7 mil milhões para colocar na Grécia imediatamente senão aquilo vira uma guerra civil num barril de pólvora.
Isto não é “rocket science” nem uma questão de prestidigitação. Não é preciso ser economista com nome na praça, expert em ciência politica ou expert noutra treta qualquer. Basta ter 2 neurónios que funcionem para perceber que a solução não passa por colocar dinheiro num país e depois atrofiar, espartilhar, esmagar esse país. 
É simples, já foi experimentado em vários países, na Europa e fora dela, e deu sempre o mesmo resultado, com a agravante de os países da Europa do Euro não terem instrumentos de gestão cambial para poderem desvalorizar a moeda, nem podem fazer orçamentos expansionistas. Sobretudo os mais pobres, estão espartilhados monetária e financeiramente, enquanto que economicamente são largados à sua sorte que o mesmo é dizer que “estão no mato sem cachorro”.

A dura realidade é que depois de 5 anos de austeridade os Gregos estão cada vez mais gregos, mas Portugal não tem motivos para sorrir, porque não está muito melhor, bastará uma rabanada de vento na Grécia para chegar um ciclone a Portugal, tivemos disso um claro exemplo na segunda feira a seguir à votação na Grécia.


sexta-feira, 10 de julho de 2015

A Diferença Entre a Propaganda e a Realidade


(Evolução do rendimento auferido, versus IRS suportado, durante os 5 últimos anos, por uma família (concreta) da classe média alta em Portugal)
- Clique na imagem para ampliar -
- Gráfico by "Pralixados" -

O conceito de classe média (inicialmente designada por nova burguesia), é um conceito capitalista que resultou da consolidação do capitalismo moderno (em vias de implosão, penso eu). 
Surgiu, quase que como um fenómeno da industrialização que motivou a estratificação da sociedade em camadas, camadas se passaram a apelidar de  “Classes Sociais”.
É hoje universalmente reconhecido e aceite que o motor que faz mover qualquer país é a classe média. É o comportamento dela, quer em termos de consumo, quer de poupança, quer de empreendedorismo, quer ainda de força especializada de trabalho, que determina a pujança ou o declínio de um país na geração seguinte. É por isso, e apenas por isso, que, em regra, os Governos dos Estados procuram estimulá-la. 

Estados onde não existe classe média relevante - estados onde só prevalecem ricos, usualmente muito ricos,  e pobres, usualmente muito pobres – são estados paupérrimos e em constantes convulsões socias. Não é preciso fazer grande esforço de análise para enumerarmos, num ápice, algumas dezenas desses Estados pelo Mundo fora.
Paradoxalmente, em Portugal, o Governo em funções não tem feito outra coisa, desde que assumiu o poder, senão atacar e destruir a classe média em geral.
Em Portugal não existem estatísticas conhecidas e credíveis, como existem, por exemplo, no Brasil e nos EUA (* ver nota), que definam o intervalo de rendimentos das famílias que se consideram classe média, e dentro desta, o que é classe média média, classe média alta e classe média baixa. Não há assim números disponíveis que nos permitam “medir” e comparar o quanto destruída foi a classe média em Portugal nestes quatro últimos anos.
Não existem números, mas existem dados concretos de famílias concretas. Umas que viram drasticamente erodida a sua qualidade e nível de vida, outras que se confrontam com a impossibilidade de solver os compromissos assumidos em função dos rendimentos de que dispunham quando os assumiram, e outras ainda que pura e simplesmente engrossaram as fileiras dos pobres e alguns da indigência.
O exemplo real expresso no gráfico acima é o de uma família, classe média alta, constituída por 6 elementos que vivem em casa própria, comprada a crédito, e que possui como único rendimento o dos salários do casal. O casal teve a sorte de nenhum ter sido atingido pelo flagelo do desemprego, mas viram os seus salários reais fortemente reduzidos e o IRS drasticamente aumentado. São ambos quadros superiores de empresas privadas de referência, ela  numa multinacional e ele numa nacional. Os 3 filhos estudam no ensino público, dois na Universidade e um no Secundário. Há também uma avó.
O gráfico, construído com base em documentos oficiais (valores das notas de liquidação do IRS - portanto já expurgados dos encargos com a Segurança Social) que me foram facultados pela família, é elucidativo do terramoto financeiro que arrasou a classe média, em especial a classe média alta à qual o exemplo pertence. No caso concreto desta família, ela perdeu em 3 anos nada mais nada menos do que 42% do rendimento líquido (sem levar em linha de conta o aumento brutal de outros impostos não expressos no gráfico - IMI, IVA, IUC, etc.). Os rendimentos diminuíram 20% enquanto que o IRS aumentou 24%
Dirão alguns, com lógica mas sem razão, que mesmo assim, no meio de toda a devastação que nos assola por todo o lado, esta família se pode dar por muito feliz se comparada com muitos milhares que sobrevivem no limiar da pobreza e mesmo na pobreza absoluta. Pois... no entanto, tal como afirmei no início deste “post”,  há um pequeno pormenor que convirá não desprezarmos: - é que a persistir neste caminho o motor do país vai acabar por parar e Portugal voltará a engrossar a lista dos países subdesenvolvidos, como o era nos anos 40 e 50, anos 50 de cujos finais ainda me lembro.
Este drama é impossível de ser entendido por aqueles que antes da crise já eram ricos,  são ricos durante a crise, e depois da crise continuarão a sê-lo, alguns ainda mais. Poderá custar muito a entender àqueles que tiveram a infelicidade de cair na dependência de ajudas sociais, de parentes ou de amigos, e não será de certeza entendível por aqueles que vivem já na pobreza porque já "estão no fim da linha social" e pior não ficarão, mas esta é a realidade bem conhecida e melhor entendida por todos quantos ainda vivem da força do seu trabalho, que felizmente ainda somos alguns, e que sentiram e sentem na pele a austeridade cega imposta por uma minoria de ideólogos e tecnocratas fanáticos (veja-se o que estão a fazer com a Grécia).

A “outra realidade”, a propaganda, aquela que diariamente nos vendem pelos jornais e pelas televisões, só a compra quem deliberadamente queira e goste de ser enganado.
(* Nota) – Nos EUA (não é um bom exemplo, mas é um que tem regras bem definidas), é considerada como pertencente à classe média a família que reúna o conjunto dos seguintes  6 itens:
- Ter casa própria;
- Ter carro próprio;
- Ter uma reforma assegurada (economias, PPR ou outro);
- Ter economias para pagar os estudos superiores dos filhos (lá pagam-se e são a doer);
- Ter um seguro de saúde ou equiparado (cá temos a Segurança Social);
- Ter capacidade financeira para assegurar férias anuais à família.
O intervalo de rendimento anual de uma família americana, para conseguir este nível de vida, terá de se situar entre os 38.000 e 120.00 USD, dependendo do Estado e da cidade onde resida.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Liberalizar para... Enganar.


(Imagem da Internet)

Ouvi hoje o Ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva (que até nem é dos piores ministros deste Governo de salteadores) apregoar na Assembleia da República, no debate sobre o Estado da Nação, que “…o grande objetivo deste Governo com a liberalização do mercado da eletricidade foi proteger os consumidores…. blá blá blá”.

Como senti na carteira o enorme aumento da eletricidade - e já não incluo neste aumento o IVA sobre o valor da fatura que passou de 13% para 23% - dei-me ao trabalho de comparar a evolução dos preços de apenas um ano. Comparei 2014 com 2015, e os resultados desmentem categoricamente o senhor ministro, senão vejamos:

- Potencia contratada 13,8 KVA (Baixa Tensão);
- Tarifa Normal (monohorária);
- O custo fixo dia aumentou 5,75% (passou de 0,6821€ para 0,7213€);
- O custo do KW aumentou 3,17% (passou de 0,1543€ para 0,1592€).

Se isto de permitir às elétricas aumentarem o preço da eletricidade cinco vezes mais que o aumento da inflação é proteger os consumidores, prefiro não ser protegido, e voltar ao regime regulado.

E assim se vai enganando o pagode que não faz contas e acredita na bondade das aldrabices que o Governo vai contando.