Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Reformados, uma cambada de inúteis!!!


(Imagem com © de criarimagem) 
 
Calma pessoal, não se ofendam com o título deste post, porque já vão perceber que não é para ofender, é para defender. Simplesmente esta expressão é o exemplo acabdo da forma como o atual Governo PSD/CDS tem tratado os reformados. Eles, os Passos, os Portas os Motas e pandilha, encaram a passagem pela vida dos reformados e aposentados (de todos os Sistemas de Segurança Social) como uma cambada de parasitas inúteis.
 
Sim, agora, na fase da vida em que eles mais necessitam de tudo, é quando o Estado (leia-se Governo), que se auto-investiu  de um brutal poder discricionário e absoluto, decidiu retirar-lhe a quase totalidade do pouco que eles ainda tinham para sobreviver.
Desde os roubos (já foram vários) nas reformas, até aos cortes nos acessos à saúde, aos cortes nos passes dos transportes, na eliminação da acessibilidade aos sistemas de apoio social, o que o Governo lhes está a dizer, agindo assim com eles, é isso mesmo:  “foi inútil a vossa passagem por esta vida” não trabalharam, não produziram, não pagaram impostos, não descontaram para terem uma reforma, e agora ainda querem viver à custa do Estado? Fostes uns inúteis para o país, portanto paguem pela vossa inutilidade. Sobrevivei à vossa custa, porque o Portugal para o qual vos esforçastes toda uma vida a trabalhar de sol a sol, o país para o qual criastes a riqueza de que nós hoje estamos a usufruir e a vender a pataco, o país onde pagastes os impostos que nós estamos a usar para tapar os buracos financeiros que criámos, o país onde passastes carências de vária ordem para educar e formar os vosso filhos, esse país, do qual nós nos investimos de donos e senhores, não vos reconhece qualquer mérito nem sequer utilidade na consumação dos objetivos que nos norteiam. Por isso sois apenas um impecilho e uma cambada de inúteis.
 
Assim pensa, assim diz e assim faz este Governo de perdição nacional. Há no entanto um pequeno detalhe que em democracia não é desprezível: - Os reformados ainda votam, e são quase 3 milhões deles.
 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O Fim da Ilusão

 
(Imagem by "Ladrões de Bicicletas")
 
Desiludam-se todos aqueles que pensavam e apregoavam que após as eleições na Alemanha se iria assistir a uma “nova ordem europeia”, expressão que, mais ou menos, queria dizer que a Europa, após estas eleições, se começaria finalmente a preocupar a sério com ela própria, ajudando os países periféricos, Portugal, Irlanda, Itália, Grécia, Spain = PIIGS. (PIGS em inglês são porcos).
 
Dois dias passados sobre as eleições alemãs está na cara que tudo na Eurolândia vai continuar na mesma, senão mesmo pior. Os países ditos ricos vão continuar a enriquecer à custa dos países pobres que vão continuar a empobrecer, sujeitos a uma exploração desenfreada por aqueles e com uma total ausência de escrúpulos, já nem digo de solidariedade que foi o objetivo último da criação da União Europeia.
 
A “ordem vigente", a ordem da diferença e da clivagem entre países ricos e países pobres, é aquela que interessa manter, ou seja, é uma ordem universal e milenar que é a subjugação dos fracos pelos fortes, na qual os fortes se alimentam dos fracos; Basta ver as estatísticas do Eurostat e ver o quanto enriqueceram (ainda mais) os países ricos desde 2008.
 
Um bom exemplo da determinação objetiva de manter a "ordem vigente" foi reproduzido hoje, no Blogue “Ladrões de Bicicletas”, num post do Nuno Serra intitulado “Vá Visitar os seus Impostos”. Nesse texto retrata-se um exemplo claro de como um “país rico” (a Alemanha) criou, em proveito próprio, uma imagem deturpada, redutora e vexante dos países pobres, os tais “PIIGS”.
 
Se não quiserem clicar no link acima e lerem o post, eu resumo-o assim:
 
Uma agência de viagens da cidade de Karlsruhe, (estado Alemão de Baden-Württemberg), promove férias nos “PIIGS” através de um cartaz publicitário colocado a toda a largura da montra (foto acima), com uma frase elucidativa: “Besuchen Sie doch ihre Steuern!” (Vá visitar os seus impostos!) - rodeada das referências a Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Ou seja, a Alemanha diz, sem rodeios, ao seu Povo que os impostos que ele paga vão direitinhos para os moinantes dos PIIGS. Mas não lhes diz que com os PIIGS a Alemanha lucrou, em menos de 5 anos, mais de 40 mil milhões de Euros.
 
Já fui um europeísta convicto e defensor de uma União Monetária, Económica e Politica (Federação de Estados). Hoje, perante o atual estado da Europa, já perdi essa ilusão, e cada vez estou mais convencido que após sermos privados da nossa soberania, sermos esbulhados das nossas empresas e empobrecidos até não termos um único centavo, só nos restará mesmo uma alternativa: - A saída de Portugal do Euro. Vai ser muito duro, mas será apenas uma questão de tempo para passarmos por essa última austeridade.
Teremos então, e mais uma vez, que reconstruir Portugal a partir de escombros. Já temos experiência.
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Somos um Povo de Batráquios


(Imagem da Internet)
 
Há já algum tempo que tinha ensaiado um pequeno texto inspirado na "História da Rã” publicada no Blogue Chuviscos em 2009 - leitura que recomendo (clique aqui) e me dispenso de transcrever - cuja mensagem cada vez tem mais cabimento nestes conturbados tempos de incerteza, de ansiedade e de medo, repito, de medo, que induzem as pessoas a ter comportamentos atípicos.
 
A “história” tem fundamento científico e refere-se ao comportamento de uma rã viva que, colocada numa panela com água aquecida lentamente, acaba por morrer cozida sem saltar da panela. Destina-se a ilustrar o fenómeno do estado de letargia, induzindo a rã a não reagir a uma situação grave, e tem por origem a obra de  Olivier Clerc “La grenouille qui ne savait pas qu'elle était cuite… et autres leçons de vie” (JC Lattès, 2005) - "A rã que não sabia que estava a ser cozida... e outras lições de vida" -.
 
A mensagem subliminar que está por detrás da publicação do “Chuviscos” em 2009 destinava-se, à época, ao Governo Socialista de Sócrates, porém, como a história é intemporal, com a mudança de governo, a carapuça passou a servir ao atual Governo PDS/CDS de Passos Coelho (tal como ocorrerá no futuro com outros governos), mas não deixa de ser fantástico como o tempo altera a relatividade das coisas, se bem que para  o caso isso não interesse agora. O que interessa, isso sim interessa, é a mensagem em si mesma, e que significa mais ou menos isto:
Temos no nosso país um Povo (a rã) que está a ser “cozido” em lume brando e por isso não reage às malfeitorias a que está a ser sujeito paulatinamente (subida da temperatura da água na panela, na história da rã), Povo que quando concluir que tem que reagir e quiser mesmo reagir já é tarde, porque simplesmente ficou dependente de todas as maldades que lhe fizeram tal como a rã ficou da temperatura da água.
Vejamos quantos graus já nos "aqueceram a água" nestes pouco mais de dois anos que o PSD/CDS levam de Governo e aos quais nós, o Povo, não reagimos:
 
- Começaram por derrubar um Governo legítimo, tal como o atual, com argumentos sustentados num conjunto de falácias (coisa de que este agora se queixa que lhe querem fazer), e o Povo não reagiu. Até achou piada à coisa, correr com o "malandro" do Sócrates, era uma "grande vitória" (de Pirro, sabemos todos hoje por experiência própria);
 
- Depois desenvolveram uma campanha eleitoral sustentada em mentiras, e o Povo não reagiu;

- Quando legitimamente ocuparam a cadeira do poder fizeram exatamente o contrário daquilo que em campanha tinham prometido, e o Povo não reagiu;

- Já com as rédeas do poder, convenceram-nos que toda a obra realizada pelos governos anteriores - sobretudo pelo "estróina" do Sócrates - (hospitais, escolas, estradas, energias renováveis, modernização tecnológica, aposta nas pessoas...), era desnecessária e foi tudo dinheiro mal gasto. O Povo acreditou, e o Povo não reagiu;
 
- Mandaram os nosso filhos e netos desempregados emigrar, disseram-nos que o desemprego era uma oportunidade e acusaram-nos de calões, piegas, gastadores, preguiçosos, etc. e o Povo não reagiu;
 
- Obrigaram-nos a empobrecer "custe o que custar" (e está a custar "p`ra burro"), e o Povo não reagiu;
 
- Reduziram-nos os salários ou, no melhor cenário, congelaram-nos, e o Povo não reagiu;
 
- Roubaram-nos parte dos subsídios de Natal e de Férias, e o Povo não reagiu;
 
- Roubaram-nos mais uma parte do salário, que já tinha sido reduzido, com um aumento brutal de todos os impostos e introduziram mais um, a escandalosa Taxa Especial de 3,5%, que era para vigorar só em 2013, mas que já foram dizendo que talvez até 2015, e o Povo não reagiu;
 
- Impuseram a famigerada "Taxa de Solidariedade" e com ela roubaram uma parte significativa das reformas aos reformados, aposentados e pensionistas , classe mártir e indefesa que o Governo elegeu como inimigo número um a abater, e o Povo não reagiu;
 
- Transferiram para o Povo o pagamento dos custos da saúde, da educação e das infraestruturas públicas - que sempre foram pagas com os impostos que o Estado cobra ao Povo e às empresas - e canalizaram as receitas dos nossos impostos para tapar buracos (leia-se roubos) feitos por elites sociais e políticas, por apaniguados e protegidos do Governo, em seu próprio benefício, e o Povo não reagiu;

- Aplicaram 90% dos fundos do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (entidade que assegura as nossas reformas) em dívida pública, pelo que se houver um perdão da dívida deixa de haver pagamento das reformas, e o Povo não reagiu;
 
- Recentemente decretaram o roubo de mais 10% nas pensões da grande maioria dos aposentados e reformados da Caixa Geral de Aposentações (Funcionários Públicos), e o Povo não reagiu;

- Há já estudos em curso para aplicar a "mesma dose" aos reformados e pensionistas da Caixa Nacional de Pensões (Setor Privado), e o Povo continua sem reagir;
 
- Preparam-se para lançar mais um aumento de impostos para 2014 (é só esperarmos pelo orçamento retificativo de março/abril do próximo ano), e o Povo continua impávido e sereno.
 
Acontece que "o Povo é sereno", mas esta crueldade a que o Governo do PSD/CDS nos está a submeter não é só fumaça, como dizia o Almirante Pinheiro de Azevedo quando era Primeiro Ministro e o cercaram no Terreiro do Paço, fazendo detonar petardos à sua volta; Isto é real e bem real, e que quando o Povo acordar da letargia induzida por estes fanáticos que nos governam já poderá ser tarde, tal como sucede à rã da história do Olivier Clerc.
 
Um Povo resignado, consente que lhe façam toda as espécie de maldades incluindo a tortura, física e psicológica, e até a morte. E o pior, pior, é que o pior ainda está para vir. Por isso eu poderei ser tudo, mas resignado não porque esta gente é desumana, cruel e perigosa.

“Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa”. (Victor Hugo)

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Memórias da História


 
(Imagem da Internet)

Hoje repesquei, dos meus arquivos, um texto cujo autor lamento não ter retido quando o guardei.
É um texto que nos transporta a algumas decisões politicas de há 30 anos e é um testemunho de quão curta é a memória do nosso atual Presidente da República que fez, em dose reforçada, tudo aquilo que mais tarde viria a usar como argumento para criticar, e até ajudar a derrubar, Governos que não eram da sua cor politica.
 
Aqui vo-lo deixo com o meu agradecimento e pedido de desculpas ao autor, por o publicar sem sua autorização:
 
===== Transcrição =====
 
Em 1980 era Governo em Portugal a AD (Aliança Democrática, composta pelo PPD(PSD), CDS e PPM). Cavaco Silva, então ministro das Finanças, sobe os gastos orçamentais, valoriza o escudo e aumenta as importações.
 
O défice das transações correntes sobe de 5% do PIB em 1980 para 11,5% em 1981 e para 13,2% em 1982.
 
A dívida externa aumenta de 467 milhões de contos em 1980 para 1.199 milhões em 1982.
 
Perante o descalabro, em 1983, o novo governo da AD vê-se obrigado a subir as taxas de juro 4 pontos, e a vender 50 toneladas de ouro para financiar as contas externas.
 
O desnorte é total.
 
Procede-se então ao desmantelamento dos sectores das pescas, silvicultura e da agricultura em Portugal, a troco de ajudas financeiras da UE.
 
A maioria dos agricultores e pescadores passaram a receber para não produzir. Criaram-se subsídios para arrancar árvores (vinhas, oliveiras, árvores de fruto, etc.) e incentivou-se o abandono da atividade piscatória, contribuindo desta forma para o aumento da dependência alimentar de Portugal de países como a Espanha e França.
 
Depois veio a entrega de toneladas de ouro do Banco de Portugal (17 toneladas) a uma empresa norte-americana que terminou na falência, uma operação conduzida por Cavaco Silva, Miguel Cadilhe e Tavares Moreira. (ver detalhe aqui).
 
Por isso, é preciso ter lata para vir agora com discursos a aconselhar o aumento da produção agrícola!
 
Foi aqui que tudo começou, com Cavaco Silva no governo, (e não com Sócrates) e não vale a pena continuar a procurar e a citar outros bodes expiatórios para o atual estado das coisas como fazem os indefetíveis do seu partido no Governo de Portugal.
 
===== F i m =====
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O Latoeiro ...

 
(Latoeiro a soldar um funil - clique na imagem para ampliar)
(Cortesia de "O Beirão")
 
Latoeiro é um ofício que está em vias de extinção por causa da industrialização dos produtos do seu ofício, os artefactos de lata, latão, zinco  e de folha de flandres, tais como almotolias, cântaros, funis, alguidares, regadores, jarros, cataplanas, alambiques, etc.
Diz-se portanto latoeiro um artífice ou artesão que trabalha aqueles metais, vulgarmente apelidados de “lata”. Mas para trabalhar a lata, é necessário possuí-la, portanto para exercer a sua arte, um latoeiro tem que ter lata.
 
Bom, sendo assim e por analogia, então temos um latoeiro no Governo, que é nem mais nem menos o Snr. Primeiro Ministro, que é um indivíduo que transborda “lata”. Sim é preciso ter “lata” para fazer grande parte das coisas que tem feito, enquanto governante, ao Povo que governa, e é nessa exclusiva ótica que ele merece o epíteto, senão vejamos:
 
- Teve a lata de mentir aos portugueses para, ao abrigo da Constituição, se candidatar a Primeiro Ministro de Portugal (a mentira só a identificámos mais tarde, pela sua prática governativa, daí a sua eleição não dever merecer nenhuma crítica, mas sim a sua acção governativa).
 
- Teve a lata de, assim que chegou à cadeira do poder, ofender os Portugueses (os que nele votaram e os que não votaram) chamando-os de piegas, preguiçosos, esbanjadores de dinheiros públicos, etc.
 
- Teve a lata de castigar os portugueses, “custe o que custar”, com toda a espécie de sacrifícios, não só materiais, mas também morais e psicológicos (veja-se o brutal aumento do consumo de antidepressivos).
 
- Teve a lata de massacrar quem trabalha e quem produz (trabalhadores e patrões) com o maior e mais brutal aumento de impostos de que há registos em Portugal.
 
- Teve a lata de roubar a dignidade aos mais frágeis da sociedade atirando-os para as filas das cantinas sociais.
 
- Teve a lata de sacrificar e hipotecar o futuro de milhões de portugueses, sobretudo os mais jovens, que irão penar décadas, senão gerações, para voltarem a ter uma vida digna uns, para a virem a ter, outros.
 
- É preciso ter muita lata para proferir esta frase “Já alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900.000 desempregados no país de que lhes valeu a constituição até hoje?”. E os patetas que estavam na sala ainda aplaudiram (e depois andam todos de “pin”, com a nossa bandeira, na lapela !!!).
 
- Tem a distinta lata de desrespeitar e não cumprir essa mesma Constituição, ao abrigo da qual foi eleito e se mantém legalmente no poder, ao mesmo tempo que diaboliza e ofende quem a defende.
 
Tem realmente mesmo muita lata, será autismo, sem-vergonhice, ou tique de ditador? Qualquer destes atributos é incompatível com as funções de PM, mas se é o último, então do tique à ação será só uma questão de tempo e de o Snr. Presidente da República continuar cego, surdo e mudo em Belém.