Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Onde Para o Dinheiro do Saque?


(Exemplo Real - clique para ampliar)

Enquanto cidadão, revoltado mas cumpridor com os seus deveres de cidadania, acabei de pagar a 1ª prestação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) da casa que habito e que é de minha propriedade.

Também enquanto cidadão, confiscado pelo atual Governo do PSD/CDS, através da sua longa e tenebrosa mão fiscal, mas consciente do saque de que estou a ser alvo, vou fazendo as minhas contas para não me esquecer de não voltar a votar nestes pantomineiros que, sustentados em mentiras, chegaram eleitos ao governo da nação.

E foi assim, a fazer contas, que cheguei à conclusão, conforme gráfico acima, que desde 2011 o meu IMI aumentou a bonita percentagem de 145% (mais do que duplicou em 3 anos (2011 a 2014) passando de 257,95€ para 631,83€ (e parece que não vai ficar por aqui), enquanto que o meu salário diminui neste mesmo período a bonita percentagem de 11% confiscado pela mesma longa mão fiscal do Estado, em IRS e Sobretaxa (7,5% + 3,5%).

Mas porque alguém pode pensar que tenho algum palácio e que por isso só tenho é que pagar e calar, aqui vos deixo as características de tão “luxuoso” imóvel:
- Moradia unifamiliar com dois pisos, na Sobreda (Almada);
- Construída há 35 anos;
- Sem alterações ou benfeitorias, exceto pintura;
- Implantada numa área de 155 m2, sobre um terreno com 338 m2;
- Avaliada em 2012 pelo valor patrimonial de 166.270,00€ (vou ver se o Fisco quer comprar por este valor).

Ora se arcamos com um tamanho e "brutal aumento de impostos" (o termo é do então Ministro Vitor Gaspar) desde 2012 e se todos os indicadores económicos e sociais do país (dívida, deficit, balança comercial, desemprego, pobreza, salários, educação, demografia, assistência social…. etc.), estão piores do que em 2011 onde diabo foi para o dinheiro do saque ao contribuinte que somado com os 70.000.000.000,00€ da Troika davam para comprar outro país?

Os senhores “justiceiros” do MP, PJ, DCIAP e PGR não quererão investigar este enigma a sério em vez de andarem a perder tempo e a gastar o nosso dinheiro a tentarem "entalar" o Engº Sócrates com empréstimos de 50.000,00€?



terça-feira, 21 de abril de 2015

Michel Temer arrisca-se...


(Michel Temer - Vice Presidente da República do Brasil)

Michel Temer, Vice Presidente do Brasil, está em Portugal, desde domingo, em visita oficial.
Ontem numa conferência de imprensa distribuiu um discurso oficial à imprensa, mas depois falou de improviso, e falou muito bem.
Entre coisas muito acertadas e de bom senso que disse, em determinado passo do improviso referiu que tem tido intervenções pessoais junto de empresas brasileiras para que façam negócios com empresas portuguesas.
E fez muito bem, digo eu, porque é a isso que se chama diplomacia económica em defesa dos superiores interesses de qualquer país.
Bom… qualquer país não é bem assim, parece que em Portugal, quando o PS está no Governo, é crime.

Faço esta dedução de pura lógica porque, a avaliar pelo que a Justiça portuguesa tem feito constar no CM, o seu órgão oficial, José Sócrates foi detido, pela dupla de justiceiros Rosário/Alexandre, e está a "apodrecer" na masmorra vai para 6 meses, acusado, entre outros improvados factos, exatamente de ter promovido negócios de empresas portuguesas no estrangeiro.

Talvez fosse bom o senhor Vice Presidente do Brasil pôr-se ao fresco quanto antes, não vão os ditos justiceiros acusá-lo de "tráfico de influências", emitir um mandato de captura e coloca-lo também em preventiva.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Uma Prova da Má Fé do Governo


(Imagem do Ministério das Finanças neste link)


(Imagem do Tradingeconimics Portugal neste link)


Qualquer destas duas imagens representa a evolução da Dívida Publica de Portugal. 
A primeira, do Ministério das Finanças, para no ano de 2011. 
A segunda, do Trading Economics, tem os dois anos seguintes até 2014.

Porque será que o Ministério das Fianças não coloca no gráfico 2012, 2013 e 2014? Será porque não tem os dados que ele próprio produz? 
É Óbvio que não é por isso. É para não mostrar a realidade do aumento brutal da dívida durante a legislatura deste Governo do PSD/CDS e enganar intencionalmente os incautos.

Se isto não é má fé, já não sei o que seja má fé.

(Um agradecimento ao Blogue http://www.corporacoes.blogspot.pt/ pela pista que me deu)

De Colossal em Colossal


(Imagem da Internet)

Em 2012 o Governo do PSD/CDS, através do seu “ideólogo económico” Vítor Gaspar, anunciava o tal “enorme aumento de impostos” que consistiu no aumento generalizado de todos os impostos de que se destacou o descomunal  aumento do IRS e a criação de dois novos impostos, a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e a Sobretaxa de 3,5% sobre os rendimentos do trabalho (Sobretaxa de IRS). Os efeitos deste aumento brutal sentiram-se nos anos seguintes com o Estado a cobrar mais 6 mil milhões de impostos por ano e os cidadãos a entrarem em coma profundo.
Com este confisco sobre os contribuintes, Portugal subiu para o ranking dos 10 países do mundo com a maior carga de impostos tendo em conta o rácio impostos cobrados/retorno de benefícios ao cidadão. Recordemo-nos – é sempre bom não ter memória curta - que este aumento era transitório, até que as medidas do Memorando da Troika começassem a produzir efeito.

Ano após ano o fim do transitório foi sendo adiado e passados 3 anos o mesmo governo, agora pela boca de Maria de Lurdes Albuquerque, veio ontem anunciar novo adiamento, talvez lá para 2019 disse ela, passando-o a tendencialmente definitivo. Mas o que mais me revoltou mesmo, e deveria revoltar todos os cidadãos contribuintes que, como eu, pagam impostos, foi  a forma despudorada como o Governo, pela voz da sua ministra, coloca a questão; Dizia ela da sua douta cátedra na Assembleia da Republica (AR), demonstrando um total desprezo pelos cidadãos atingidos pelo roubo, que a devolução de 25% da sobretaxa (0,875%), já em 2016, representava um esforço orçamental para o Governo de 160 milhões de euros. Esforço? Esforço para o Governo?  Então devolver o que saquearam é um esforço? Esforço foi e é para os saqueados, nós, os contribuintes.

Mas como se a cara de pau com que anuncia “o esforço orçamental” de 160 milhões é de arrepiar, o despudor com que anuncia um corte de 600 milhões nas pensões de reforma, nem qualificativo tem.
Confrangedor foi também o espetáculo a que assistimos, após a sessão plenária da AR, o desfile de todos os partidos da oposição a contarem-nos umas tretas, nas quais claramente não acreditam, para nos entreterem, em vez de promoverem um eficaz levantamento do Povo contra as aldrabices sucessivas com que o Governo nos mima.

A realidade já todos a entendemos, o Governo estava a contar que nos caía em cima com uma dose reforçada de austeridade durante os dois primeiros anos de legislatura e que isso seria o remédio redentor para todos os males que nos tinham atingido. Como o Governo não ouviu as vozes avisadas dos que anteviam a catástrofe e a Europa não ajudou em nadinha, o que sucedeu foi tudo ao contrário do que esperava; Em 4 anos o Governo agravou todos os indicadores económicos, com especial relevância para a dívida que passou de 96% para 132% do PIB (quase 40 mil milhões de aumento), sendo agora os juros de dívida o principal sorvedouro do dinheiro que o país consegue gerar (cerca de 8 mil milhões/ano).

Resulta daqui que do colossal aumento de impostos, passámos para um colossal confisco dos salários e pensões, e por muitas aldrabices que nos tentem impingir, a dura realidade é que ou a dívida é reestruturada ou, com este ou com outro Governo, acabaremos inevitavelmente por cair na miséria generalizada ou na bancarrota, porque a vaca leiteira dos impostos está esgotada. E das duas uma ou o Povo, a avaliar pelas sondagens, ainda não percebeu o que aí vem em termos de Segurança Social, ou somos mesmo um Povo de burros, e então merecemos que o Governo nos trate como tal.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Malvadez? Má Fé? ou as duas?


(Imagem da Internet)

O Primeiro Ministro deste nosso Portugal a pão e água, num dos seus últimos discursos da propaganda “o país está melhor”, brindou-nos com mais um mimo da retórica dos ultras. Disse ele que é preciso diminuir os custos do trabalho reduzindo a taxa de contribuição para a Segurança Social das entidades patronais (TSU).

Para já não questionarmos a legitimidade democrática que a implementação de uma medida destas tem a menos de 6 meses das Eleições Legislativas, devemos questionar, como é que ele consegue conciliar a sua teoria de que a Segurança Social é insustentável, com o retirar-lhe parte das contribuições das entidades patronais. Como é que ele depois pensa pagar as reformas? Ou será que não pensa mesmo pagá-las?.

Não sendo burrice, será malvadez, má fé ou as duas juntas?


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Emprego e Desemprego. Nem de Propósito


(População jovem - os mais flagelados pelo desemprego)
(Imagem do businessinsider.com - clique para ampliar)

Para os mais cépticos quanto ao desemprego real em Portugal, o Jornal Público, na sua edição do dia 7, publicou o texto da CES que pode ser lido clicando neste Link.

Nem de propósito, corrobora tudo o que escrevi nos meus dois "posts" anteriores sobre as aldrabices que diariamente nos impingem sobre a taxa do desemprego.

terça-feira, 7 de abril de 2015

De Volta ao Flagelo do Desemprego


(Imagem do Relatório de Janeiro de 2015 do FMI sobre Portugal)
- clicar na imagem para ampliar -

Estou cansado de ler e de ouvir patetices a comentadores e aldrabices ao Governo, sobre a realidade dura e crua do desemprego em Portugal. 
Ao consultar hoje o site do Instituto Nacional de Estatística (INE) não pude deixar de retomar aqui o tema do “post” anterior: O Flagelo do Desemprego.
Constatei que nas estatísticas referentes a fevereiro, o INE publicou um número ao qual poucos cidadãos dão importância, mas que na realidade, quando comparado com os valores dos meses e anos anteriores tem a maior importância, porque através da sua evolução se poder avaliar a capacidade de criação e de destruição de emprego do país. Refiro-me ao número que expressa a “População Empregada”.

A “População Empregada” representa o número de pessoas que possuem um trabalho remunerado, número que em Portugal, apesar da propaganda do Governo em contraciclo, continua a descer situando-se agora nos 4.399.900 indivíduos. Ou seja, depois de em 2008 termos atingido os 5.116.600 cidadãos empregados, e em 2011 esse número ter descido para os 4.740.100, voltámos agora a valores da década de 1980, quando em 1983 esse número era de 4.352.500. Recuámos 32 anos.

O número de 2015, se comparado com o de 2011, significa tão só isto: - em 4 anos de austeridade pela austeridade, os nossos governantes, com as suas politicas do “ir além da Troika” conseguiram destruir 340.200 postos de trabalho líquidos (diferença entre os que criaram e os que destruíram). É obra, embora uma obra de muito má qualidade.

Mas a grande questão que este número coloca, não é apenas a de um número mau, nem a do diferencial dele para a população ativa representar desemprego. A grande questão são as consequências que dele resultaram, estão a resultar e irão continuar a resultar durante décadas, tais como:
- Desastre social (não havendo empregos grassa a pobreza, a miséria e o desespero);
- Baixa significativa das receitas fiscais (não havendo massa salarial critica para sobre ela cobrar impostos, as receitas fiscais baixam);
- Sobrecarga brutal de impostos sobre os que ainda possuem trabalho remunerado (para eliminar a quebra de receitas o Governo deitou mão do tal “aumento brutal de impostos” que nos catapulta para a faixa das mais altas cargas de impostos sobre os cidadãos, a nível mundial);
- Degradação da população ativa devido à fuga do capital humano jovem e bem preparado (sem alternativas no país, os jovens são forçados a procurar colocações no estrangeiro);
- Desestabilização do equilíbrio demográfico (com a fuga de jovens as faixas etárias da população residente descompensam-se). 

Aos céticos das estatísticas, mas  fiéis seguidores das “teorias da redenção” do Governo e do FMI, recomendo que leiam neste “link” o Relatório de Janeiro do FMI, para poderem confirmar, na página 22, que o desemprego real, mesmo sem emigração e sem “biscateiros” se situa na casa dos 20,5%. É só fazer as contas.

Alguém que me explique como (com números) e onde (em que setores) é que o país está melhor.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O Flagelo do Desemprego Continua


(Imagem da Internet)

Muito se diz e muito se escreve todos os dias sobre o desemprego em Portugal. Porém, nem tudo se diz nem tudo se escreve. E o pior mesmo é que nem tudo o que se diz e se escreve corresponde à realidade.

De um lado vemos, ouvimos e lemos as posições oficias do Governo que nos “aliviam a preocupação” com a informação de que o desemprego está a baixar desde 2013 (ano em que esteve em 18%), situando-se agora nos 14%.

Se considerarmos Desemprego = Desempregados (cidadãos ativos desempregados e que procuram emprego) esta taxa de 14% (mais décima menos décima) é correta e corresponde mais ou menos a 700.000 cidadãos ativos desempregados (número ligeiramente superior ao de 2011 em que a taxa medida da mesma forma estava nos 12% porque a população ativa era maior).
No entanto, a “posição oficial” esconde propositadamente outros dados que transformam esta questão do desemprego em Portugal num verdadeiro drama desde 2011.

1º dado escondido: - Cerca de 125.000 cidadãos ativos saíram da estatística do desemprego para frequentarem “estágios profissionais”, não remunerados com salário;
2º dado escondido: - Cerca de 360.000 cidadãos ativos saíram da estatística do desemprego porque deixaram de receber subsídio de desemprego e desistiram de procurar trabalho (são os chamados “desempregados desencorajados”.
3º dado escondido: - Cerca de 275.000 cidadãos ativos saíram da estatística do desemprego porque emigraram.
4º dado escondido: - Cerca de 220.000 cidadãos ativos nunca entraram na estatística do desemprego porque praticam o regime do subemprego (fazem biscates em tempo parcial). Este número tem-se mantido  mais ou menos constante desde 2011.

Ora se somarmos estes números obtemos um total de 1.680.000 desempregados efetivos, o que equivale a cerca de 30% da população ativa do país.

Falacioso, dirão alguns “situacionistas”, porque os “biscateiros” e os “emigrantes” não deveriam contar para os cálculos, pois fizeram opções de vida ao enveredarem pela emigração e pelo “biscate”. Embora de veracidade duvidosa (porque se houvesse oferta de emprego os emigrantes não seriam em tal número e os “biscateiros” poderiam exercer a suas profissões por conta de outrem), aceitemos esta critica, e façamos a análise entrando no computo apenas com os cidadãos que verdadeiramente não estão desempregados por opção pessoal - os 700.000 desempregados oficiais, os 125.000 estagiários forçados e os 360.000 “desencorajados” – e chegamos ao pesadelo de 1.185.000, número que equivale a 23% de taxa de desemprego real. Em 2011 este mesmo número era de 15%.

Como dizia o meu avô, há muita maneira de contar a mesma história, dependendo da habilidade do contador e da passividade do ouvinte.


Nota: - Quem quiser recordar o que escrevi sobre o mesmo tema em 2013, clique aqui