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sábado, 19 de abril de 2014

Réquiem por uma Imprensa Livre


(Imagem da Internet)

O tema da liberdade (condicionada) da imprensa já não é novo, nem sequer é uma invenção do atual Governo. O que acontece é que na legislatura deste Governo, por razões que de todo não são facilmente decifráveis e ainda menos  explicáveis, o condicionalismo, imposto, nuns casos, auto adotado, noutros, na generalidade da imprensa portuguesa, nos recomenda alguma preocupação, até porque essa "condicionante de liberdade" começa a generalizar-se e a surgir ao consumidor de informação como "natural" e normal, quando, na verdade, o que tem é uma aura de inocência nada diáfana para nos enganar ou mesmo seduzir.

Em bom rigor ninguém pode afirmar perentoriamente que os jornalistas são  impedidos de escrever aquilo que entendem e que o seu Código Deontológico lhes permite. O que acontece é que, salvo algumas escassas e honrosas exceções, eles são condicionados de várias formas e com variados argumentos, mas sempre com o fim último de os conduzir a escreverem e dizerem aquilo que terceiros querem que seja escrito e dito. São condicionantes de vária ordem, desde as financeiras às sociais, politicas e não raramente ideológicas, com as quais se insinua e até ameaça colocar em causa a sobrevivência de órgãos de informação, de salários, de postos de trabalho e mesmo a liberdade.

Pode não parecer, mas o quinto poder, a continuar a percorrer este caminho de dependência, de sujeição e subserviência, que mandou às malvas a ética da profissão, acabará inevitavelmente por cair na rua, perder a sua inegável força e importância, sendo a sua recuperação quase impossível, porque, entretanto, a alteração do paradigma da produção, distribuição e consumo da informação, que já está em curso, alastrará como um polvo, abraçando com os seus tentáculos todo o "sistema", e nesse novo contexto informacional, não haverá mais lugar para paladinos da independência e da liberdade de imprensa como o foram Raul Rego, Artur Portela, Ferreira de Castro, Fernando Pessa e muitos mais, que farão apenas parte da memória e de uma História não repetível. Os paladinos da democracia serão substituídos pelas Manuelas, Judites  e Fátimas; pelos JR Santos, R Costas e A Costas que nos entram todos os dias pela casa dentro, na TV ou no Computador (já raramente no papel), para cientificamente nos manipularem, impingindo-nos informação trabalhada em laboratório, algumas vezes sem que eles próprios se apercebam desta macabra tarefa que lhes distribuíram.

Isto não é invenção nem teoria da conspiração, está a acontecer agora, e é bem real.

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