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sábado, 29 de outubro de 2016

CGD - Um País Inteiro a Brincar Com o Fogo


(Imagem da Internet)

Tenho acompanhado desde longa data o drama que atingiu a Caixa Geral de Depósitos (CGD), desde a sucessiva e desastrosa gestão por incompetentes comissários políticos dos Partidos, à vez no poder, até à sua descapitalização e entrada em falência técnica.
Não fora a injeção de capital pelo Estado (leia-se dos Contribuintes que ainda pagam impostos) e a CGD teria seguido o caminho de outros importantes Bancos da praça, que foram “resolvidos”. O caminho  final teria sido a resolução (leia-se falência) ou a privatização, e adivinhe-se quem, em qualquer dos casos, sairia a perder e quem ganharia.

É pois com estupefação que assisto aos acontecimentos recentes, com a CGD na ordem do dia da direita e da esquerda e o Governo a assistir. Espanta-me sobretudo que o Governo depois de ter conseguido a maior proeza da sua ainda curta governação, que foi a condução e consumação sem mácula do processo de recapitalização da CGD (que o anterior Governo varreu para debaixo do tapete, aliás como fez com a Banca em geral), se esteja agora, na parte mais fácil, a deixar encaminhar para um labirinto, sem atinar com uma saída que dê finalmente paz e uma gestão profissional e capaz à Instituição.

A trapalhada começou com a questão da quantidade de Membros do Conselho de Administração, passou pela adequação do perfile (que, no caso, não é o mesmo que competência) de alguns, e está agora na questão da apresentação das Declarações dos Rendimentos e dos salários dos Gestores empossados. Detenho-me neste pormenor dos salários. Para quem não sabe, apesar dos valores astronómicos que estão na discussão, trata-se de uma questão secundária, que apenas está a servir de arma de arremesso politico (de novo). Se qualquer Instituição, seja publica ou privada quer uma equipa de gestão profissional e competente para atingir objetivos, tem que lhe pagar a preços de mercado e não a preços irrealistas que cada um de nós, consoante os seus conceitos de o que é “muito dinheiro”, acha que se deve pagar. Recordo aqui a celeuma que se levantou quando o Dr. Paulo Macedo (o que foi Ministro da Saúde no anterior Governo) foi nomeado pela Ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, para Diretor Geral dos Impostos a troco de um salário, salvo erro de 23 mil Euros mensais. É hoje unanimemente reconhecido por todos que o que ele conseguiu fazer daquela Direção Geral e o que conseguiu de mais valia para o Estado,  valeria bastantes salários de 23 mil Euros. Na CGD é o mesmo, o que são 40 mil Euros se o objetivo que lhe for fixado for o de tirar a CGD do prejuízo anual de muitos milhões? Os que contestam, pelas mais justas causas e com sustentados argumentos, talvez prefiram, ano após ano, enterrar lá milhões dos impostos de todos.

Para aqueles que julgam, pensam ou acham que esta questão da CGD é de somenos importâncias, desiludiam-se porque quem no fim, no fim, acaba por pagar tudo isto somos nós, aqueles que ainda pagam (cada vez mais) impostos. Seria pois bom que os Domingos, os Costas, as Catarinas, os Jerónimos, os Coelhos e as Cristas cá do burgo tivessem mais respeito pelo país que juraram servir e por quem lhes paga os salários (e não só) e se deixassem de demagogias bacocas. A CGD não é a entidade recomendada para esgrimirem as suas diferenças politicas; Resolver a situação da CGD é uma questão patriótica e a solução não passa de certeza pela chicana politica na praça pública.

3 comentários:

  1. Falam, falam, mas esquecem-se de referir que até 2008 a CGD era a galinha de ovos de ouro do Estado (contribuinte).Esquecem também que a CGD conseguiu salvar milhares de empregos do BNU que estava na Falência e da Fidelidade, idem (que foi obrigada a vender a patacos) depois de a engordar, dos milhares de milhões que foi obrigada e enterrar no Banco Laranja, na Quimonda, no BPP, etc. etc!
    Esquecem-se também que a CGD é o único Banco de Estado, sujeito à concorrência, por vezes desleal da Banca Privada! Lembram-se, porventura, dos milhões que foi obrigada e investir para poder ter Agências junto dos Tribunais e quando o investimento começava a ser rentável, os depósitos obrigatórios foram liberalizados? Se é único Banco do Estado, qual a justificação para os funcionários púbicos, militares, militarizados, não são obrigado a receber o salário pela CGD?
    Porque razão se queixam mais da necessidade de capitalização da CGD, quando o único accionista é o Estado? Quem a poderia fazer?
    Convém relembrar que nos casos do BES e Banif, foram enterrados milhares de milhões quando "estoiraram" sem que o Estado tivesse beneficiado de dividendos enquanto tiverem lucros!
    Deixem -se de m* e defendam o único Banco capaz de enfrentar a espanholização da Banca!

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  2. O que mais me tem espantado em toda esta situação é a atitude extremista do Bloco de Esquerda, com declarações absolutamente incompreensíveis e perigosas da parte dos seus dirigentes, quer em relação ao salário do presidente da CGA como à sua recusa de entrega da declaração para o TC.
    É que a posição do PSD, com declarações claramente provocatórias e incendiárias, não me surpreende nada, pois quem pretendia privatizar a CGD e se viu disso impedido, assistindo a uma brilhante operação de reforço da Caixa mantida no âmbito público, tentará agora em desespero sabotar o que foi feito, para o que não hesitarão em recorrer a todas as manobras que, ainda que lícitas, não deixam de ser quase criminosas nos seus efeitos. A sabotagem intencional da CGD não é menos do que criminoso. Ou quererão levá-la de oferta a um grande banco espanhol?
    Pois perante isto, o que dizer da posição do BE? Estaremos de novo perante uma situação semelhante à de 2011, vendo com tristeza o BE a colaborar com a direita numa grave operação contra o país? Pois como entender aquela declaração da Catarina Martins sobre a declaração para o TC...”pois tem que entregar!...ou entrega ou sai!...”. Ou aquela iniciativa, quase igual à do PSD, de obrigar o presidente da CGD a auferir salário não superior ao de 1.º ministro? Mas isso é querer equiparar situações completamente diferentes, como seja a dos políticos que, por razões de afirmação pessoal, militância ou quaisquer outras, se candidatam a cargos públicos ou a situação de gestores que, sendo pretendidos e convidados para funções de gestão, têm direito a auferir as remunerações habituais no âmbito da actividade. E também têm direito a não ver a sua situação patrimonial estampada e esquadrinhada no CManhã e outros que tais.
    Ou seja, não compreendo o que pretende o BE. As suas atitudes soam-me a populismo, muito perigoso porque despreza a realidade da situação e pode contribuir para colocar a cereja em cima do bolo do PSD, tal como este deseja: demissão do presidente da CGD (até me admiro a resistência que tem demonstrado, outros já teriam mandado toda esta gente a um sítio que Pinheiro de Azevedo celebrizou!), DEMISSÃO DO MINISTRO DAS FINANÇAS, anulação do processo de recapitalização da Caixa e seu afundamento, tudo seguido de uma crise no Governo.
    Será isto que o BE pretende? Ai como eles andam ansiosos lá no PSD, e imagino as gargalhadas com que em privado gozam com esta esquerda tão cheia de pruridos (e de populismo demagógico - como pode um fulano ganhar 30.000 quando temos pensões de 250?)

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  3. Aqui em Macau andam a recolher dados pessoais no BNU, que é um dos bancos emissores de moeda a nível local e que faz parte do grupo CGD, para mandar para a CGD em Portugal.
    Não deve ser para nos darem nada...
    Passo a seguir o blogue desde Macau.

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