(Foto da autoria de Ana Teresa, natural de Sobral Magro - Pomares)
- clique para ampliar -
A foto acima, da autoria de Ana Teresa, a residir em Agroal
(Pomares), foi tirada nos arredores de Sobral Magro (Pomares) uma das dezenas
de aldeias do concelho de Arganil assoladas pelos incêndios de 14, 15 e 16 de
deste mês.
A foto mostra apenas uma ínfima parcela do território
do concelho que ficou reduzido a cinzas, território que se apresenta com este
aspeto de imenso deserto biológico, isto é, sem vida. Se a Arganil somarmos, Oliveira,
Papilhosa, Tábua, Penacova, Seia, Lousã (tudo concelhos limítrofes) que ficaram
em igual estado de destruição, a dimensão do deserto é de mais de um milhar de
km2.
Morreram as árvores e as plantas, mas morreram também as
espécies animais, autóctones e migrantes - e as que não morreram, porque
conseguiram fugir (não imagino para onde possam ter fugido), não regressarão porque não têm como sobreviver -.
Voltar a ter arborização capaz de assegurar condições para o
retorno das aves, das raposas, dos coelhos, dos roedores, enfim de toda uma
fauna riquíssima que populava estas belas serranias da Beira Serra, vai demorar
perto de uma década.
Conheço bem estes locais, porque neles vivi toda a minha
infância, por isso posso assegurar que quem passou toda a vida no meio urbano,
e ainda por cima se movimentou nos corredores da burocracia, não pode ter a
sensibilidade necessária para conceber planos de recuperação deste desastre
natural (natural?) com pés e cabeça. Receio por isso que, se o Estado mantiver as politicas florestais dos últimos 30 anos, daqui a mais 10/12
anos voltemos a ter repetida esta tragédia, pela quarta vez nestas serranias. Espero
que o Governo nomeie alguém com provas dadas no terreno para a tarefa
gigantesca de planificar a reflorestação e o reordenamento da floresta, para
atacar com profissionalismo e eficácia as causas da cíclica tragédia dos incêndios
florestais. O que não precisamos, mesmo nada, neste momento, é de mais um
burocrata que venha debitar teoria e parir Leis inadequadas à gravidade da
situação, ou mesmo inaplicáveis ao caso concreto.
Esperamos.
ResponderEliminarE somos muitos, tenho a certeza.
Compreendo o seu ponto e partilho o sentimento. Mas convirá não esquecer que o fogo ( tal como a chuva, a seca, o frio ou o calor ) é elemento constituinte do biótipo mediterrânico. Portanto o fogo não é "o fim ", mas um momento de um ciclo. Nas paisagens mediterrânicas, aos fogos não sucede o "deserto".
ResponderEliminarCump.
MRocha
De acordo MRocha, que não vai daqui resultar nenhum deserto, mas já vi estas serranias arderem por completo 3 vezes (e uma outra parcialmente) e em qualquer delas a reflorestação foi exclusivamente "obra da Natureza" e em nenhuma ficou melhor do que estava antes de arder. Cumprimentos.
EliminarCorvo Negro, até o desqualificado MRocha te dá lições do que aprendeu na disciplina de Geografia do 12.º ano. A Lousã não é um deserto (um "deserto biótipo", glup!), jamé.
ResponderEliminarEric? Mas este fascistóide também anda por aqui?
ResponderEliminarMRocha, elogiei-te e disse a toda a gente que me parecia que conseguiste acabar o 12.º Ano (mas, entretanto, volta para a casota).
ResponderEliminarCorvo Negro,
ResponderEliminarJá agora esclareça-me a curiosidade: a que "serranias" em concreto é que se refere?
Saudações.
MRocha
Corvo Negro, reponde ao tipo que ele esteve a ler os seus livrinhos do 12.º Ano. Fê-lo durante o feriado, que mortos e cemitérios não é com ele (mortos-vivos como o espectro de José Sócrates, sim!). Vá responde-lhe, depressinha.
ResponderEliminarCorvo Negro, então pá? Não tens tempo, ou andas a tratar de ler uns livrinhos para não dizeres mais bacoradas?
EliminarCorvo Negro, estás todo contente! Como agora tens um convidado especial que vem ao teu blogue de m. duas vezes por semana o teu score aumentou pelo menos 50 por cento. Vá, não te queixes e responde ao tipo.
Eliminaruma realidade triste
ResponderEliminarabraço