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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

"A Viragem" e.... a Oposição?


(A Viragem !!! - Imagem da Internet)

Há duas semanas atrás, já em plenas “férias politicas”, dois membros do Governo de Belzebus que nos infernizam a vida há mais dois anos, vieram a terreiro, os dois no mesmo dia, anunciar “o milagre da viragem económica” (felizmente na semana seguinte o Ministro da Economia esteve bem melhor ao recomendar prudência nestes "anúncios"). Hoje anuncia-se (fontes anónimas), com o apoio de toda a imprensa e blogosfera situacionista, que "a economia cresceu" 1,1% entre Abril e Junho !!! Só não expicam o que é isso de a economia crescer 1,1%, trata-se certamente de outro "milagre económico".
 
Era bom, mesmo muito bom, para todos, se o anúncio não fosse pura pantomina. Trata-se de facto de propaganda politica concertada, sustentada em dois indicadores que cresceram umas décimas cada um no 2º Trimestre, ignorando os valores arrasadores de todos os restantes indicadores, como se a economia de um país se avaliasse apenas por dois indicadores. É como um aluno que teve duas positivas e 6 negativas no exame ir festejar a passagem de um ano que chumbou.
 
Dirão alguns que é melhor um número positivo, mesmo que 0,1%, do que um negativo. Pois isso nem sempre é verdade, e no caso concreto é falso, porque o que o que os governantes não dizem é à custa de quê, se está a obter esse número, quais os danos colaterais entretanto causados a todo um povo, sobretudo aos que menos podem, e recordo apenas quatro: - Roubo das Pensões e Reformas do Regime Geral e agora também dos Funcionários Publicos, um aumento brutal de impostos como nunca se viu em Portugal, centenas de milhar de desempregados, e destruição de toda a estrutura economica. Se mais não houvesse este já seria um preço muito alto a  pagar por um crescimento nulo, que nem em 10 anos voltará aos níveis de 2011 que já não era bom, apenas de 1,2% quando o mínimo para o país crescer realmente é 2% ao ano. Nem em duas décadas chegaremos a esta percentagem de 2% que, com os dados atuais, equivale a qualquer coisa da ordem dos 3,5 mil milhões de Euros ao ano (média).
 
O que me espanta, melhor o que me assusta, é a passividade com que a Oposição come e cala estas atoardas balofas. Será que foram todos de férias?, ou estão todos cegos surdos e mudos?
 
Quando falo em Oposição tenho em rigor que dizer que destaco o PS nesta passividade. O PC e o BE, infelizmente para a esquerda, barafustam o que sabem, mas não mudam nem a cassete nem a audiência. O que diziam há 10 anos, numa conjuntura completamente diferente, continuam agora a dizer sem mudar uma vírgula ao discurso. Pediam a queda do Governo do Santana Lopes pelos mesmos motivos que tinham pedido a queda do Governo do António Guterres; Pedem a queda do Passos Coelho como pediram (e concretizaram em atos) a queda do Sócrates. A não ser que algo mude e sejam capaz de me surpreender, por aqui estou esclarecido.
 
Mas o PS? O que é feito do PS e do seu Secretário Geral, José Seguro? Este partido está a surpreender, mas pela negativa. Este não é o PS de Mário Soares, de Constâncio, de Sampaio, de Guterres, de Ferro Rodrigues e de Sócrates.  Até ficamos com a sensação de que o atual Secretário Geral terá mesmo feito um qualquer acordo secreto com os Belzebus, tal a sua ineficácia a fazer oposição.
 
Na Assembleia da República, sempre muito “betinho” faz uma oposição frouxa de palavras e de ação (veja-se o contraste com João Galamba p. exemplo). Fora da Assembleia é um “menino de coro” que se suporta no “aparelho” do partido para ir dizendo “umas coisas” nada de substantivo. Tal como tem sido incapaz de fazer oposição a sério, nunca foi capaz de vir a terreiro, uma única vez que fosse, em defesa da honra e do bom nome dos seus antecessores e muito menos do anterior Governo do seu partido.
Qual General sem convicções de vitória, parece ter renegado a história do partido que comanda e remeteu-se a fazer de morto para ver se o poder lhe cai do céu aos trambolhões, convicto que por dominar o aparelho do partido isso lhe dará uma vitória nas eleições. Ai não dará não, porque quem faz os partidos ganhar eleições não são os militantes com palas de burro, sempre à espera que lhe caia um “job” em sorte. São os militantes esclarecidos e isentos, os simpatizantes e os votantes que não "devem nada a ninguém".
 
Como as oposições são de brandos costumes, o Governo vaia aproveitando, e bem. Transforma os fracassos em êxitos e vai apregoando “os sinais”, “a viragem”, a "luz ao fundo do túnel” “a retoma”, o “novo ciclo”, e ironicamente numa altura em que sai de uma crise interna tremenda, e em que  tem feito tudo o pior possível dando às oposições todos os trunfos para “descolarem” para votações históricas, o PS não passa da cepa torta dos 35%.
Num país onde 48% dos portugueses (ainda) empregados viram a sua situação profissional piorar dramáticamente nos últimos dois anos, merecíamos uma melhor oposição.
 
Já não nos bastava um futuro economicamente negro, como também politicamente termos um futuro cinzento pela frente.
 

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