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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Interlúdio

 
(Imagem da Internet)
 
No início dos idos anos sessenta, a televisão (RTP) era uma jovem ainda em idade pré escolar.
Uma vez que quase todos os programas eram “em direto”, e as dificuldades técnicas imensas (não havia computadores e a eletrónica estava ainda na “idade da válvula”), não raramente, a RTP, entre programas, ou enquanto mudava um cenário ou resolvia algum imprevisto, colocava no ar uma melodia acompanhada de uma imagem (estática ou animada) sobrecarregada com a palavra INTERLÚDIO, palavra aplicada nas peças de teatro e que significa “intervalo musical” entre dois atos ou entre duas cenas.
 
Na peça de teatro politica, a que assistimos recentemente no nosso país, também tivemos um Interlúdio entre dois atos. Entre o ato da declaração formal de falência técnica e moral de um Governo, de maioria, que se dizia “enxuto” e coeso, e a tomada de posse de um Governo “recauchutado” para fazer mais do mesmo, também tivemos o nosso Interlúdio politico nacional.
 
Do Interlúdio fizeram parte as peças musicais da declaração escrita de incompetência do Dr. Gaspar que falhou, em previsão e em realização, tudo o que era possível e impossível falhar. A birra do Dr. Troca Tintas que se declarou incompatibilizado e irrevogável para logo de seguida virar compatível e revogável e o devaneio do nosso Presidente de pretender aprisionar a democracia visando a que houvesse no país um “pensamento único”, estilo “União Nacional” ou “Unicidade Sindical”, como alguns políticos de má memória, da nossa história recente, também pretenderam, e pretensão também manifestada formalmente, na passada semana, pelo nosso PM (a este desculpa-se o atrevimento porque não deve sequer saber o que foi a "União Nacional").
 
De facto foi um Interlúdio entre uma austeridade de cortes de 6 mil milhões e um “novo ciclo” de  austeridade de cortes (agora chamam-lhe “poupanças”) de 4,7 mil milhões para que “sejemos (!) realistas” (Passos Coelho sic), isto para começar o "novo ciclo", depois logo se verá.
 
Não se augura nada de bom. Entre um primeiro ato que atacou cruelmente a vida de toda a gente e vai condicioná-la durante anos, e deu como resultado o que está à vista de todos, e um segundo ato que dará resultados bem piores a somar a estes, já por si muito maus.
 
O que me espanta é que ainda há uma primeira fila da plateia que aplaude os atores sem reparar que já está sozinha na sala a assistir, distraída, a esta peça dramática, em sessão contínua, que irá ajoujar todo um Povo por várias gerações.
 
Entretanto já se prepara outro Interlúdio, entre o final deste ato e o início do próximo que será o "pós autárquicas" e que ou me engano redondamente ou vai ser uma surpresa mesmo para quem julga que "são favas contadas". Os partidos ainda não perceberam do que um Povo "lixado" é capaz.
 

1 comentário:

  1. Muito bem escrito, ao lê-lo e ao refletir nas palavras nele escritas, sentimos bem ao que nos fizeram chegar! também sou de opinião que o pós autárticas, vai trazer muitas e desagradáveis surpresas para alguns (muitos...) que estão fora da realidade.
    Paraben pela sua escrita!

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