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sexta-feira, 17 de abril de 2015

De Colossal em Colossal


(Imagem da Internet)

Em 2012 o Governo do PSD/CDS, através do seu “ideólogo económico” Vítor Gaspar, anunciava o tal “enorme aumento de impostos” que consistiu no aumento generalizado de todos os impostos de que se destacou o descomunal  aumento do IRS e a criação de dois novos impostos, a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e a Sobretaxa de 3,5% sobre os rendimentos do trabalho (Sobretaxa de IRS). Os efeitos deste aumento brutal sentiram-se nos anos seguintes com o Estado a cobrar mais 6 mil milhões de impostos por ano e os cidadãos a entrarem em coma profundo.
Com este confisco sobre os contribuintes, Portugal subiu para o ranking dos 10 países do mundo com a maior carga de impostos tendo em conta o rácio impostos cobrados/retorno de benefícios ao cidadão. Recordemo-nos – é sempre bom não ter memória curta - que este aumento era transitório, até que as medidas do Memorando da Troika começassem a produzir efeito.

Ano após ano o fim do transitório foi sendo adiado e passados 3 anos o mesmo governo, agora pela boca de Maria de Lurdes Albuquerque, veio ontem anunciar novo adiamento, talvez lá para 2019 disse ela, passando-o a tendencialmente definitivo. Mas o que mais me revoltou mesmo, e deveria revoltar todos os cidadãos contribuintes que, como eu, pagam impostos, foi  a forma despudorada como o Governo, pela voz da sua ministra, coloca a questão; Dizia ela da sua douta cátedra na Assembleia da Republica (AR), demonstrando um total desprezo pelos cidadãos atingidos pelo roubo, que a devolução de 25% da sobretaxa (0,875%), já em 2016, representava um esforço orçamental para o Governo de 160 milhões de euros. Esforço? Esforço para o Governo?  Então devolver o que saquearam é um esforço? Esforço foi e é para os saqueados, nós, os contribuintes.

Mas como se a cara de pau com que anuncia “o esforço orçamental” de 160 milhões é de arrepiar, o despudor com que anuncia um corte de 600 milhões nas pensões de reforma, nem qualificativo tem.
Confrangedor foi também o espetáculo a que assistimos, após a sessão plenária da AR, o desfile de todos os partidos da oposição a contarem-nos umas tretas, nas quais claramente não acreditam, para nos entreterem, em vez de promoverem um eficaz levantamento do Povo contra as aldrabices sucessivas com que o Governo nos mima.

A realidade já todos a entendemos, o Governo estava a contar que nos caía em cima com uma dose reforçada de austeridade durante os dois primeiros anos de legislatura e que isso seria o remédio redentor para todos os males que nos tinham atingido. Como o Governo não ouviu as vozes avisadas dos que anteviam a catástrofe e a Europa não ajudou em nadinha, o que sucedeu foi tudo ao contrário do que esperava; Em 4 anos o Governo agravou todos os indicadores económicos, com especial relevância para a dívida que passou de 96% para 132% do PIB (quase 40 mil milhões de aumento), sendo agora os juros de dívida o principal sorvedouro do dinheiro que o país consegue gerar (cerca de 8 mil milhões/ano).

Resulta daqui que do colossal aumento de impostos, passámos para um colossal confisco dos salários e pensões, e por muitas aldrabices que nos tentem impingir, a dura realidade é que ou a dívida é reestruturada ou, com este ou com outro Governo, acabaremos inevitavelmente por cair na miséria generalizada ou na bancarrota, porque a vaca leiteira dos impostos está esgotada. E das duas uma ou o Povo, a avaliar pelas sondagens, ainda não percebeu o que aí vem em termos de Segurança Social, ou somos mesmo um Povo de burros, e então merecemos que o Governo nos trate como tal.

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