Boas Vindas

Se é, está, ou foi lixado, seja bem vindo a um blogue P´ralixados. Se não é, não está ou não foi lixado, seja bem vindo na mesma porque, pelo andar da carruagem, mais cedo do que tarde acabará também por se sentir lixado. Um abraço.

terça-feira, 7 de abril de 2015

De Volta ao Flagelo do Desemprego


(Imagem do Relatório de Janeiro de 2015 do FMI sobre Portugal)
- clicar na imagem para ampliar -

Estou cansado de ler e de ouvir patetices a comentadores e aldrabices ao Governo, sobre a realidade dura e crua do desemprego em Portugal. 
Ao consultar hoje o site do Instituto Nacional de Estatística (INE) não pude deixar de retomar aqui o tema do “post” anterior: O Flagelo do Desemprego.
Constatei que nas estatísticas referentes a fevereiro, o INE publicou um número ao qual poucos cidadãos dão importância, mas que na realidade, quando comparado com os valores dos meses e anos anteriores tem a maior importância, porque através da sua evolução se poder avaliar a capacidade de criação e de destruição de emprego do país. Refiro-me ao número que expressa a “População Empregada”.

A “População Empregada” representa o número de pessoas que possuem um trabalho remunerado, número que em Portugal, apesar da propaganda do Governo em contraciclo, continua a descer situando-se agora nos 4.399.900 indivíduos. Ou seja, depois de em 2008 termos atingido os 5.116.600 cidadãos empregados, e em 2011 esse número ter descido para os 4.740.100, voltámos agora a valores da década de 1980, quando em 1983 esse número era de 4.352.500. Recuámos 32 anos.

O número de 2015, se comparado com o de 2011, significa tão só isto: - em 4 anos de austeridade pela austeridade, os nossos governantes, com as suas politicas do “ir além da Troika” conseguiram destruir 340.200 postos de trabalho líquidos (diferença entre os que criaram e os que destruíram). É obra, embora uma obra de muito má qualidade.

Mas a grande questão que este número coloca, não é apenas a de um número mau, nem a do diferencial dele para a população ativa representar desemprego. A grande questão são as consequências que dele resultaram, estão a resultar e irão continuar a resultar durante décadas, tais como:
- Desastre social (não havendo empregos grassa a pobreza, a miséria e o desespero);
- Baixa significativa das receitas fiscais (não havendo massa salarial critica para sobre ela cobrar impostos, as receitas fiscais baixam);
- Sobrecarga brutal de impostos sobre os que ainda possuem trabalho remunerado (para eliminar a quebra de receitas o Governo deitou mão do tal “aumento brutal de impostos” que nos catapulta para a faixa das mais altas cargas de impostos sobre os cidadãos, a nível mundial);
- Degradação da população ativa devido à fuga do capital humano jovem e bem preparado (sem alternativas no país, os jovens são forçados a procurar colocações no estrangeiro);
- Desestabilização do equilíbrio demográfico (com a fuga de jovens as faixas etárias da população residente descompensam-se). 

Aos céticos das estatísticas, mas  fiéis seguidores das “teorias da redenção” do Governo e do FMI, recomendo que leiam neste “link” o Relatório de Janeiro do FMI, para poderem confirmar, na página 22, que o desemprego real, mesmo sem emigração e sem “biscateiros” se situa na casa dos 20,5%. É só fazer as contas.

Alguém que me explique como (com números) e onde (em que setores) é que o país está melhor.

Sem comentários:

Enviar um comentário